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PDDU de Feira de Santana veta implantação da UFRB em terreno doado por empresário

Por Bruno Leite

PDDU de Feira de Santana veta implantação da UFRB em terreno doado por empresário
Foto: Reprodução / UFRB

O processo de implantação de um campus permanente da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) em Feira de Santana está longe de uma definição. Isso porque, segundo o Secretário Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Arcênio Oliveira, a área doada em 2016 por um empresário da cidade à instituição, não estaria apta a obter a liberação do Habite-se e da licença de construção. 

 

Segundo o responsável pela pasta, considerando os termos da Lei de Uso e Ocupação do Solo do município, o terreno de 50 hectares localizado no entroncamento da BR-116 com a BA-052 não atenderia aos critérios estabelecidos. “Foi doada uma área a UFRB que está na zona rural do distrito Governador João Durval e a lei de uso do solo é uma lei urbana e de expansão urbana. Ela só disciplina as construções dentro dessas duas áreas. A universidade sabe muito bem disso. Logicamente que não estou dizendo que a universidade quer burlar, mas a pessoa que fez a doação das áreas deveria ter tido o cuidado de ir ao departamento de uso e ocupação do solo e perguntando se naquela área poderia ser instalada a UFRB”, ressaltou, em entrevista ao site Acorda Cidade, afirmando ainda que a prefeitura não foi procurada pela instituição.

 

Embora o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) tenha sido sancionado em 2018 - após a doação do terreno -, de acordo com o secretário, a área urbana do bairro mais próximo da propriedade, o Vale do Jacuípe (criado em 2013), precisaria ser expandida para que houvesse o respaldo legal e a consequente autorização para construção do Centro de Ensino. 

 

“Não sou contra a UFRB, que é nossa parceira na secretaria do Meio Ambiente e de maneira nenhuma entraríamos nesse conflito, mas intempestivamente as pessoas colocam como se o secretário quisesse barrar. Eu gostaria que as coisas fossem feitas de forma legal”, advertiu.


Proposta de zoneamento do terreno da futura sede (Foto: Divulgação / UFRB)

 

Jackson Machado, diretor Centro de Ciência e Tecnologia em Energia e Sustentabilidade (CETENS), disse em nota que já conversou com a Reitoria da Universidade a fim de elucidar a situação e que, na época da doação, feita mediante Edital, não houve questionamento ou sinalização de que a área não poderia ser ocupada, mas que a constatação feita pelo secretário Arcênio Oliveira não impede que haja uma adequação às normas municipais. Ele manifestou interesse em dialogar uma saída junto ao poder público e falou que um ofício seria enviado ao prefeito solicitando uma audiência.

 

Ao Bahia Notícias, o presidente da Câmara Municipal, José Carneiro, afirmou que a implantação da UFRB na cidade esbarra justamente na disponibilidade de uma área com tamanho suficiente para a instituição e que, por se tratar de uma medida que poderia gerar despesas ao município, o Legislativo não estaria apto a propor qualquer projeto de lei que obrigue o Executivo a ceder uma área para o CETENS. 

 

Segundo ele, “o prefeito Colbert Martins, por ser uma pessoa esclarecida, está à disposição e vai tomar as medidas necessárias para que Feira de Santana não deixe uma oportunidade como esta passar”. Sobre o PDDU, aprovado após a doação da área, o vereador confessou que não está por dentro da lei, mas disse não acreditar que o plano já nascera prejudicado. 

 

Enquanto isso, o CETENS segue em um prédio provisório alugado - o valor atualizado do contrato, segundo dados disponíveis no Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC), é de R$ 4.020.588,72.

 

Vale lembrar que um ato público em prol da garantia de recursos para instalação foi realizado no mês passado por servidores, professores e estudantes com o plantio de árvores no local doado para a construção do campus definitivo.