Feira: Reitor da Uefs faz boletim após dupla exigir retirada de faixa com ‘Fora Bolsonaro’

O reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Evandro do Nascimento, registra nesta terça-feira (18) um boletim de ocorrência em uma delegacia da cidade após uma tentativa de intimidação no interior da unidade de ensino. Os acusados são dois homens, com idades entre 25 e 30 anos, com posições políticas de extrema-direita.

 

Segundo o reitor, a última situação ocorreu na noite desta segunda-feira (17) quando a dupla invadiu a reitoria, com câmaras de celular ligadas, para exigir explicações de uma faixa de autoria da Associação dos Docentes da Uefs com a frase "Fora Bolsonaro". Antes, na última quinta-feira (13), a dupla tentou rasgar a mesma faixa. Ao Bahia Notícias, Nascimento informou que no episódio desta segunda teve de intervir, citando a Constituição Federal.

 

“Chegaram na reitoria e tentaram fazer uma série de questionamentos, abordando nossos servidores, querendo gravar o que faziam pelo celular, o que era um ato constrangedor e que não podíamos aceitar. Eu interferi na situação e disse que se eles quisessem qualquer informação, isso só seria feito com celular ligado. Eles desligaram o celular e a partir daí eu expliquei que a universidade segue todas as orientações da Procuradoria Geral do Estado em relação à Lei Eleitoral e o fato de a faixa estar ali representa uma manifestação sindical, inclusive, com o amparo no artigo oitavo na Constituição Federal, que diz respeito à liberdade de organização e manifestação dos sindicatos. E que nós estamos considerando que isso é da esfera da liberdade de expressão”, relatou ao BN.

 

Ainda nesta terça, a Uefs emitiu nota de repúdio e disse que o caso permite avaliar a possibilidade de ocorrer algo mais sério diante da “implicância com uma faixa”.

 

“É preciso denunciar que estamos diante de um caso que nos serve de alerta para a existência em nossa sociedade de grupos de extrema-direita que atuam politicamente com ódio aos que pensam diferente, se tornaram sectários quanto a suas ideias, a ponto de não admitir manifestações de opinião que os desagrade. Isso não é condizente com o Estado Democrático de Direito”, diz trecho da nota.