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PT apostou tudo em candidatura de Isaac Carvalho em Juazeiro e não discutiu alternativas, criticam aliados

Por Carine Andrade

PT apostou tudo em candidatura de Isaac Carvalho em Juazeiro e não discutiu alternativas, criticam aliados
Foto: Reprodução/Facebook

O jargão ‘urgência urgentíssima’, comumente usado no meio político, mais do que se aplica à situação de Juazeiro, no norte da Bahia. Conforme prevê a Legislação Eleitoral, o período de realização das Convenções Partidárias iniciou no sábado e segue até o dia 05 de agosto. Mas, até o momento, a base do governador Jerônimo Rodrigues não tem um nome definido para enfrentar a prefeita Suzana Ramos (PSDB), que é candidata à reeleição. 

 

A expectativa era que o capítulo final desta longa novela acontecesse na quarta-feira (17), quando houve uma reunião da Federação Brasil da Esperança. No entanto, a reportagem apurou que o encaminhamento foi o mais óbvio possível: de que o candidato escolhido deve ser um nome da própria Federação. Até aí, nenhuma novidade, já que a Federação Brasil da Esperança é formada pelo PT, PCdoB e PV. Esta semana, o grupo se reúne novamente com a esperança de que o martelo seja finalmente batido. 

 

Internamente, há um clima de insatisfação quanto a insistência do PT em torno da candidatura de Isaac Carvalho, cuja inelegibilidade vem sendo debatida desde o ano passado e, na última quinta-feira, foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com fontes com trânsito no Palácio de Ondina, mesmo com as candidaturas de outros nomes da Federação postas, como a dos deputados estaduais Zó (PCdoB) e Roberto Carlos (PV), o PT “sequer discutiu essas outras possibilidades”, pois quis “empurrar Isaac Carvalho goela abaixo, mesmo quando todos sabiam da sua inelegibilidade”. Um aliado afirmou à reportagem que o “PT cometeu um erro ao apostar todas as fichas numa candidatura que o mundo político inteiro, e também jurídico, sabia que tinha dificuldades”. 

 

Um outro interlocutor pontuou que o dilema vivido em Juazeiro poderia ter sido evitado se essa solução tivesse acontecido há meses atrás, quando o grupo já vinha alertando das dificuldades jurídicas de Isaac Carvalho. “A verdade é que o PT apostou, até o último momento, numa perspectiva que nós alertamos o tempo inteiro que não prevaleceria, como não prevaleceu”, frisou.  

 

PLANO B
Como o Bahia Notícias mostrou no sábado, o governador Jerônimo Rodrigues tem pressa em uma definição sobre o cenário do quinto maior município da Bahia, com mais de 200 mil habitantes, e que é a “menina dos olhos” dos partidos da base e da oposição. Uma vez que a candidatura de Isaac parece ter “entrado água”, outro aliado reconheceu que o grupo “não tem um plano B” e que “perdeu o timing”. “Estamos dizendo isso desde dezembro do ano passado. Deixamos a adversária [Suzana Ramos] crescer. A adversária está nadando de braçada, rindo pelas paredes a cada decisão da justiça que sai contra Isaac”, criticou. 

 

Sobre a reunião desta semana, o que se sabe é que os representantes dos partidos da Federação Brasil da Esperança se reunirão, provavelmente sob a batuta da Secretaria de Relações Institucionais (Serin), em data ainda não confirmada. A presença do governador Jerônimo Rodrigues também é uma incógnita. 

 

A reportagem apurou que a disputa entre os deputados Zó e Roberto Carlos está “pau a pau” e que ambos reúnem as condições de serem escolhidos. O PT, que não costuma abrir mão da cabeça de chapa para apoiar aliados, ainda não descartou a possibilidade de apresentar um outro candidato.