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Isaac Carvalho conta com intervenção de Wagner, ajuste na convenção e manobra no MP para candidatura em Juazeiro

Por Mauricio Leiro

Foto: PT-BA

O possível acordo do pré-candidato em Juazeiro Isaac Carvalho (PT), envolvendo o Ministério Público da Bahia (MP-BA), para a realização de uma "não-persecução cível" passou por algumas etapas. Informações dos bastidores da negociação, recebidas pelo Bahia Notícias, apontam que Isaac também contou com o auxílio de políticos para conseguir disputar o pleito. 

 

Detalhes do entendimento do Ministério Público sobre o caso foram obtidos pelo Bahia Notícias, sendo evidenciado que um outro caso, envolvendo outro político, teria sido levando em conta. A analogia teria sido feita com um caso de Jacobina, com o pré-candidato Luciano da Locar, que teve caso sememalhante ao de Isaac. O conselho foi acionado, indicando entendimento distinto do que o Ministério Público local, sendo, então, permitido o acordo. 

 

Toda a articulação, segundo informações obtidas pelo BN, também passou pelo senador Jaques Wagner (PT). O auxílio, porém, também teria um vínculo com a eleição de 2026, já que o senador busca ter um representante na Câmara dos Deputados e o nome seria de Lucas Reis, atual chefe de gabinete de Wagner. O "compromisso" seria que Isaac oferecia o apoio a Lucas na cidade de Juazeiro no próximo pleito. 

 

Para além disso, o próprio PT também estaria auxiliando Isaac. O partido estaria postergando a convenção partidária para a data limite de execução. Com o prazo eleitoral chegando ao fim, o PT de Juazeiro teria ajustado o dia 5 de agosto, último dia para a realização do evento, como data para confirmar os nomes na disputa, incluindo a da eventual candidatura de Carvalho. Informações recebidas pelo BN apontam que Isaac ainda mantém o apoio interno na legenda. 

 

Apesar disso, especialistas ouvidos pela reportagem disseram que é possível se falar na "celebração do acordo de não-persecução cível, mas que seria muito difícil aplicá-lo ao caso, pois o rito imposto pela legislação demandaria ao menos 60 (sessenta) dias para ser cumprido". Seria, então, possível, a celebração do acordo de não-persecução, mas é impossível que o mesmo seja celebrado em menos de 60 (sessenta) dias, se cumprido o rito adequado. 

 

Isaac Carvalho era, até então, o franco favorito a disputar como candidato único da base pela Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB, PV). O PT é entusiasta da sua candidatura, mas dentro da Federação também há outros nomes com pré-candidaturas postas: os deputados estaduais Zó do Sertão (PCdoB) e Roberto Carlos (PV). Fora da Federação, há ainda os pré-candidatos Andrei da Caixa (MDB), nome considerado “novo”, e Joseph Bandeira (PSB), ex-deputado federal, que também já foi prefeito do município. 

 

GRUPO EM DEBATE
Internamente, há um clima de insatisfação quanto a insistência do PT em torno da candidatura de Isaac Carvalho, cuja inelegibilidade vem sendo debatida desde o ano passado e, na última quinta-feira, foi confirmada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com fontes com trânsito no Palácio de Ondina, mesmo com as candidaturas de outros nomes da Federação postas, como a dos deputados estaduais Zó (PCdoB) e Roberto Carlos (PV), o PT “sequer discutiu essas outras possibilidades”, pois quis “empurrar Isaac Carvalho goela abaixo, mesmo quando todos sabiam da sua inelegibilidade”. Um aliado afirmou à reportagem que o “PT cometeu um erro ao apostar todas as fichas numa candidatura que o mundo político inteiro, e também jurídico, sabia que tinha dificuldades”.

 

Um outro interlocutor pontuou que o dilema vivido em Juazeiro poderia ter sido evitado se essa solução tivesse acontecido há meses, quando o grupo já vinha alertando das dificuldades jurídicas de Isaac Carvalho. “A verdade é que o PT apostou, até o último momento, numa perspectiva que nós alertamos o tempo inteiro que não prevaleceria, como não prevaleceu”, frisou.