PDDU da Copa é 'jogada do mundo empresarial', diz Alcindo
Por José Marques
Para petista, PDDU pode fazer da cidade uma selva de pedra | Foto: Max Haack/BN
Nas prévias da primeira audiência pública que discutirá o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) para a Copa do Mundo – que acontecerá, às 9h, no Centro de Cultura da Câmara Municipal, nesta sexta-feira (2) –, parte da oposição promete não deixar o projeto do Executivo ser aprovado sem discussão e emendas ao texto original. O vereador Alcindo da Anunciação (PT), por exemplo, deseja suprimir o inciso II do 3º parágrafo do texto, que estabelece que “os hotéis de turismo (...) poderão utilizar dos instrumentos de política urbana da outorga onerosa ou Transcon”. Ambos os dispositivos autorizam o direito de construir, contudo, enquanto o primeiro é feito mediante pagamento ao poder público, o segundo é uma transação entre terceiros. “O problema é que eu estou entendendo que esse inciso é uma maneira de se descarregar Transcons. Porque, enquanto na outorga onerosa entra dinheiro para a prefeitura, na Transcon não. E tem muito empresário com Transcon na mão querendo vender. Amanhã (sexta) vou levantar essa polêmica”, afirmou, em entrevista ao Bahia Notícias. De acordo com o neopetista, outra questão que ele pretende discutir é o número de leitos de hotéis que serão acrescidos à cidade para o Mundial. “Não estou vendo a necessidade de tantos hotéis. Tem pano de fundo para jogada do mundo empresarial nesse PDDU. Acho que esses hotéis, depois da Copa, não vão ter rentabilidade e vão ser transformados em outros empreendimentos”, cogitou. O legislador garante que, como a Casa só trabalhará até o próximo dia 20, a matéria não deve ser votada esse ano. “Esse projeto do PDDU pode transformar Salvador em uma selva de pedra. Então, ainda temos muito o que discutir. O que eu puder fazer para obstruir a votação esse ano, farei”, garantiu. 'Câmara não pode ser usada como pano de fundo para o PDDU da Copa'.