Secretário defende Alfa e Beto e ataca professores: 'Sexta a rede não tem aula, provo e comprovo'
Por Evilásio Júnior
Foto: Tiago Melo/ Bahia Notícias
O secretário municipal de Educação, João Carlos Bacelar, negou, nesta quinta-feira (21), que o texto considerado racista do programa Alfa e Beto – As Bonecas de Fernanda – será retirado do material didático implantado pela prefeitura de Salvador. Em entrevista ao Acorda pra Vida, da Rede Tudo FM 102,5, ele desautorizou o comunicado do líder do DEM – partido do prefeito ACM Neto – na Câmara Municipal, de que foi determinada a remoção da poesia e todo o conteúdo seria submetido à apreciação da associação dos professores, a APLB-Sindicato, que contesta o uso da obra nas escolas soteropolitanas. "Ninguém mudou nem retirou material nenhum. E não tem conteúdo racista no material que foi examinado. [...] Léo Prates é vereador. Léo Prates não é secretário de Educação", disparou. Apesar disso, ele pontua que, se necessário, não haverá prejuízos ao conteúdo caso haja a necessidade de extração de trechos dos livros. "Se em 60 mil páginas de material nós retirarmos, três, quatro textos não é problema nenhum", argumentou. Para Bacelar, apesar da queixa de educadores ao teor do programa, contratado pelo Município por R$ 12,3 milhões com dispensa de licitação, o Alfa e Beto é um "sucesso no Brasil". "O Ceará avançou nos índices nacionais graças a esse programa e onde a educação tem funcionado, funciona em cima de sistemas estruturados", avaliou.
O secretário de Educação da prefeitura disse ainda desconhecer o artigo assinado por Walter Takemoto na revista Caros Amigos, que não só questiona o programa como diz que ele foi imposto politicamente em 2003 pelo falecido senador Antônio Carlos Magalhães. "Na ocasião, a equipe [técnica da Secretaria Estadual de Educação da Bahia] teve como resposta do Sr. João Batista (dono do Alfa e Beto) a afirmação 'não discuto com pedagogos, que são os responsáveis pelos problemas da educação'. Em seguida, esse senhor 'educadamente' se levantou e jogou no lixo o parecer técnico", diz parte da matéria (clique aqui e veja a íntegra).