Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Notícia
/
Geral

Notícia

Acadêmicos promovem debate sobre contratação do Alfa e Beto pela prefeitura

Por Bárbara Affonso

Acadêmicos promovem debate sobre contratação do Alfa e Beto pela prefeitura
Foto: Reprodução / Blog Ufba
Educadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) entraram na discussão sobre o novo programa de alfabetização implementado pela prefeitura de Salvador, o Alfa e Beto, ao custo de R$ 12,3 milhões, por meio de dispensa de licitação, alvo de crítica da comunidade escolar e do movimento negro, bem como de apuração do Ministério Público. Na próxima segunda-feira (25), a disciplina Polêmicas Contemporâneas da Faculdade de Educação realizará um debate sobre o tema, organizado pelo professor Nelson Pretto, com a a participação do vereador Hilton Coelho (PSOL), das pesquisadoras em Alfabetização Raquel Nery e Dinéia Sobral e do professor Walter Takemoto, que criticou o novo programa em artigo publicado na revista Caros Amigos. "Ficamos entristecidos porque todos os professores que participaram do nosso curso de especialização 'Tecnologias e Novas Educações' foram realocados para sala de aula e todo o projeto de uso de tecnologia nas escolas foi colocado de lado", declarou Nelson Pretto, que criticou ainda a forma como a comunidade acadêmica foi notificada sobre a desistência do programa utilizado anteriormente, oferecido gratuitamente pelo Ministério da Educação (MEC). "Foi muito estranho. Apenas um ofício dirigido à coordenadora do programa informou que a prefeitura não faria mais parte. Ficamos sabendo pela imprensa e por alguns vereadores. Quero ampliar a discussão sobre a forma como foi feito esse novo contrato", opinou. O programa Alfa e Beto também foi criticado por mestres e doutores de Sergipe e do Rio Grande do Sul. Teses de doutorado dos acadêmicos Lianna Torres, Sonia de Jesus, Fernanda de Souza e Alvaro Hypolito apontam a ineficácia do programa por contradições entre proposta e prática, ausência de abordagem enfática da alfabetização e a falta de criatividade no ensino, já que o programa vem "fechado". "Houve um esvaziamento de responsabilidades por parte do estado, o qual somente financia, e deixa a execução de políticas educativas sob a responsabilidade única dos professores para torná-la de boa qualidade", diz trecho do trabalho "Políticas educativas e trabalho docente: o caso de um programa de intervenção pedagógica no Rio Grande do Sul". Na segunda (25) também, às 15h, uma reunião entre a APLB-Sindicato e a Secretaria Municipal de Educação decidirá os rumos da paralisação dos docentes soteropolitanos.