Com apoio municipal e estadual, Prêmio Caymmi quer marcar novo momento da música local
Por Lucas Cunha
Claudia Cunha, Elaine Hazin, Carlos Paiva e Bellintani Foto: Lucas Cunha | BN
O acirramento das campanhas eleitorais para governo e senado entre situação (governo estadual) e sua principal oposição (bloco comandada pelo prefeito de Salvador, ACM Neto) parece não contaminar as relações entre seus gestores culturais. Pelo menos, esse clima de cooperação foi à tona do discurso de Carlos Paiva, Superintendente na Secretaria de Estado de Cultura da Bahia, e do secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme Bellintani, durante o lançamento do Prêmio Caymmi de Música, evento que vem ocupar o espaço deixado pelo Troféu Caymmi, destinado a escolher as melhores produções da música local que teve seu primeiro ciclo entre 1985 e 2007, quando foi desativado. “Este é o arranjo político ideal. Tem artistas, quem de fato faz e produz, uma empresa privada, a GVT, além do governo estadual e prefeitura. Por mais que nossas gestões tenham turbulências políticas, temos conseguido superar, criar blindagens positivas que permitam momentos como este”, disse Bellintani durante a apresentação do projeto nesta segunda-feira (11), no restaurante Amado, em Salvador. “Bom ver que estamos fazendo a diferença. Estou feliz de estar aqui ao lado de Bellintani e do Fernando Guerreiro (presidente da Fundação Gregório de Mattos, autarquia municipal), parceiros em tantos projetos”, declarou Paiva no discurso de apresentação do Prêmio Caymmi. O arranjo para tal conjuntura foi feito pela Via Comunicação e Eventos, produtora do evento. Segundo sua diretoria, Elaine Hazin, o valor do projeto gira em torno de pouco mais de R$ 900 mil, com patrocínio da GVT, por meio da Lei de Incentino Fiscal FazCultura, da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e da Prefeitura Municipal de Salvador. “A prefeitura foi uma parceira fundamental desde o início, abraçou o projeto, que foi viabilizado pelo FazCultura do governo estadual. É um projeto que é de todos”, declarou Elaine.
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Foto: Edgar Souza | Divulgação
Desativado desde 2007, o retorno do Troféu Caymmi começou a se desenhar há três anos atrás, a partir de um desejo do cantor Dori Caymmi de homenagear o centenário de nascimento do pai, morto em 2008. “O Tuca de Moraes (antigo gestor do prêmio) nos procurou em 2011 e nos falou desse desejo do Dori, que queria a volta do Troféu Caymmi agora em 2014. Desde então estamos batalhando para colocar o projeto em pé”, disse a diretora da Via Comunicação e Eventos, Elaine Hazin. Com este novo recomeço da premiação, Elaine resolveu então que com tantas mudanças, seria necessário um novo nome, por isso a mudança de “Troféu Caymmi” para “Prêmio Caymmi”. “Agora, o prêmio tem um caráter de dar visibilidade aos artistas durante o ano todo. Antes, era só durante o evento. Temos novas categorias e uma turma nos ajudando, como o próprio Tuca, que agora é o presidente do conselho do prêmio, e o André Simões, que será o diretor da festa no Teatro Castro Alves. Por isso, merecemos marcar esse novo momento que dê essa dimensão da mudança e da música também”, afirmou a produtora. Entre as novidades do projeto, o circuito Caymmi de Música e o festival Caymmi de Todas as Músicas, que pretendem movimentar a cena musical baiana em período anterior da festa de premiação. “No Circuito Caymmi de Música, vamos credenciar casas de shows que tenham condições técnicas para abrigar apresentações de artistas que tenham sido pré-selecionados pela comissão julgadora. Vamos tentar facilitar para que eles tenham descontos nestas casas, que abrigaram shows de artistas que estarão disputando o prêmio. A ideia é despertar o interesse e um sentimento de pertencimento de todos. Já entre dezembro e janeiro (de 2015) haverá o festival Caymmi de Todas as Músicas, quando artistas selecionados pela curadoria e financiados pelo projeto vão tocar em uma mostra itinerante em palcos naus ruas”, antecipou Elaine.