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Caso Davi Fiuza: Inquérito foi concluído e houve indiciamentos, diz diretor do DHPP

Por Lucas Arraz / Bruno Luiz

Caso Davi Fiuza: Inquérito foi concluído e houve indiciamentos, diz diretor do DHPP
Davi desapareceu em 2014, aos 16 anos | Foto: Reprodução/ Facebook

Após sucessivos adiamentos de prazo, a Polícia Civil finalmente concluiu e enviou ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) o inquérito sobre o caso Davi Fiuza, que desapareceu aos 16 anos de idade em outubro de 2014, durante uma operação policial no bairro de São Cristóvão, onde morava. 

 

A informação foi confirmada ao Bahia Notícias pelo delegado José Bezerra, chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelas investigações do caso. De acordo com ele, o relatório final das apurações foi entregue ao MP-BA “há algumas semanas” – o titular do DHPP não soube informar quando. Sem entrar em maiores detalhes sobre as conclusões do inquérito, Bezerra informou também que “algumas pessoas” foram indiciadas, mas não disse quantas, a identidade delas e por quais crimes. 

 

“Agora depende de o Ministério Público analisar se, diante da investigação, há elementos para oferecer denúncia, solicitar novas diligências ou pedir arquivamento”, explicou Bezerra, em entrevista ao site nesta quarta-feira (1º).

 

Chama atenção o fato de que, mesmo com a conclusão do inquérito há semanas, o conteúdo do relatório não tenha sido divulgado. Em julho de 2016, em entrevista ao portal, o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, prometeu dar “ampla divulgação” ao resultado das apurações, assim que tudo estivesse finalizado (relembre). Questionado pelo BN sobre o caso, Bezerra apenas se limitou a dizer que, para mais informações, o MP-BA deveria ser consultado. 

 

SUCESSIVOS ADIAMENTOS
A conclusão do inquérito sobre o desaparecimento de Davi foi postergada várias vezes. A estimativa inicial era de que o resultado saísse em abril de 2016, o que não ocorreu. Logo depois, o prazo foi prorrogado para julho daquele ano, mas sem êxito. Foi neste mesmo mês que o secretário de Segurança Pública disse que as investigações estavam próximas do término. Em outubro de 2016, mais um adiamento: o DHPP pediu prazo de mais 90 dias para continuar os trabalhos.

 

Novas informações sobre o caso só surgiram, entretanto, em janeiro de 2017, quando o Bahia Notícias mostrou que o DHPP pediu ao MP-BA uma nova dilação (aumento) do prazo de conclusão das averiguações. 

 

Em julho daquele ano, o Departamento encaminhou ao Ministério Público o inquérito incompleto, a pedido da promotora Isabel Adelaide, que cuidava do caso no órgão. Na época, no entanto, não foi dado prazo para análise completa do material, distribuído em oito volumes. Isabel deixou a coordenadoria do Grupo Especial de Atuação para o Controle Externo da Atividade Policial (Gacep) em fevereiro deste ano e não responde mais pela tramitação no MP-BA. 

 

Em dezembro do ano passado, a Polícia Civil informou que estava próxima de finalizar o inquérito e que só estava fazendo novas diligências, cumprindo pedido feito pelo órgão ministerial.
 

SUSPEITOS TERIAM SIDO INDICIADOS
Em abril de 2016, o então advogado da família de Davi, Paulo Kleber Carneiro Carvalho Filho, informou em entrevista ao jornal Correio que as investigações tinham sido concluídas com o indiciamento de 23 policiais, sendo 19 alunos do Curso de Formação da PM. Os outros quatro acusados são PMs da 49ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/São Cristóvão), com patentes de tenente, sargento e cabo (relembre). 

 

RELEMBRE O CASO
Davi desapareceu no dia 24 de outubro de 2014, próximo a sua residência, na localidade Vila Verde, no Parque São Cristóvão (relembre). Segundo investigações preliminares, ele foi capturado por policiais militares que realizavam uma operação no local, por volta das 7h30. Segundo testemunhas, durante a incursão policial, Davi, que conversava com uma mulher em via pública, foi abordado, encapuzado, teve os pés amarrados e foi colocado no porta-malas de um carro. Desde então, nunca mais foi visto. O corpo dele também nunca foi encontrado.

 

O caso ganhou destaque nacional e o drama da mãe do jovem, Rute Fiuza, comoveu o país. Ela chegou a recorrer à Anistia Internacional para denunciar o desaparecimento do seu filho. Sem desistir da luta por respostas, sofreu ameaças de morte e precisou se afastar dos holofotes como medida de segurança.