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Efetivação de Márcia Telles na Sema não agrada ambientalistas

Por Anderson Ramos

Efetivação de Márcia Telles na Sema não agrada ambientalistas
Foto: Reprodução / Inema

Após seis meses como interina no comando da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), Márcia Cristina Telles foi efetivada na titularidade da pasta no último sábado (3) pelo governador Rui Costa (PT). Porém, a decisão não agradou a grupos de ambientalistas.

 

Em maio deste ano, quando Márcia acumulou os cargos de diretora do Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e secretária interina da Sema (lembre aqui), um coletivo formado por quase 100 organizações e movimentos sociais enviou uma carta ao Governo da Bahia pedindo mudanças nas políticas ambientais no estado.

 

Na visão dos ambientalistas, a gestão de Márcia a frente do Inema foi marcada pela falta de debate. Ela, que ingressou no serviço público em 2006 através de concurso, assumiu a direção-geral do órgão em 2012, no governo de Jaques Wagner (PT).

 

“A gente gostaria que tivesse uma pessoa muito mais aberta ao diálogo com a sociedade civil, o que no caso ele não tem demonstrado ao longo de sua gestão no Inema e mesmo agora na interinidade. A gente está preocupado com os rumos que vão tomar a política ambiental do estado”, disse Renato Pêgas, o coordenador do Grupo Ambientalista da Bahia (Gambá).

 

Renato afirma que os grupos foram pegos de surpresa com a efetivação de Márcia e não descartam a possiblidade de uma reunião para analisar a elaboração de uma nova carta de contestação.

 

Um dos pontos mais questionados pelos ambientalistas é a grande quantidade de licenças ambientais e Autorizações de Supressão Vegetal (ASV) liberadas pelo órgão. Um estudo feito pelo ONG SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas (Inpe), por exemplo, aponta que a Bahia aparece em segundo lugar no ranking de desmatamento em 2020.

 

“É a consolidação de um retrocesso que a gente vem vivenciando no estado, e é a confirmação do quanto que o órgão ambiental está a mercê dos interesses econômicos presentes no estado e não da preservação ambiental. Enquanto diretora do Inema, Márcia veio assinando diversas outorgas de licenciamento, sobrepondo áreas de comunidades tradicionais e licenciando empreendimentos que afetam áreas importantes para a proteção ambiental”, afirmou Amanda Silva, que é uma das representantes da sociedade civil no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Cepram).

 

“Essa nomeação é a consolidação de uma visão de governo pouco preocupada com as questões ambientais frente a todo esse processo de mudanças climáticas que a gente vem vivenciando. Frente a redução drástica da disponibilidade hídrica, inclusive nos rios do oeste baiano, que são rios importantes para manutenção das águas da bacia do São Francisco, principalmente em épocas de estiagem. Estamos também na luta em defesa do Cerrado, que vem sendo devastado de forma legalizada e autorizada pelo próprio Inema, representado uma política de destruição ambiental”, completou Amanda.

 

A reportagem procurou a secretária para que ela respondesse as acusações, mas não obteve retorno.