Bolsonaristas utilizam codinome "Festa da Selma" para coordenar invasão em Brasília
Por Leonardo Almeida
O último domingo (8) foi marcado por uma cena de horrores em Brasília, grupos extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes e vandalizaram as instituições. Para coordenar os ataques e ocultar possíveis vazamentos, os bolsonaristas utilizaram um codinome nas redes sociais para a invasão, a chamando de “Festa da Selma”, uma alusão à saudação do Exército Brasileiro: “Selva”.
De acordo com a Agência Pública, a expressão “Festa da Selma” chegou a ser utilizada junto à hashtag #BrazilianSpring — Primavera Brasileira, em inglês. A frase faz menção a Primavera Árabe, movimento popular que derrubou ditadores na África e no Oriente Médio entre 2010 e 2012.
A expressão também foi lançada por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump, logo após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.
A primeira vez que o termo “Festa da Selma” foi utilizado ocorreu no dia 5 de janeiro, e as menções à expressão dispararam no domingo em que ocorreu os ataques em Brasília. A “festa” chegou a vir acompanhada de outros dois codinomes: “5 espigas de milho”, fazendo referência a quantidade de pessoas; e “açúcar união”, pedindo a unificação dos manifestantes.
A região com maior incidência da “Festa da Selma” é a região Sudeste do Brasil. Porém, a expressão também registrou força em Miami, nos Estados Unidos.
Foto: Reprodução / Twitter / @msoares
Segundo as Forças Armadas, o termo “Selva” dentro do Exército surgiu poucos dias depois da criação do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), em 1964. O grupo não tinha ficha de viatura, fazendo com que o militar do portão das armas perguntasse o destino das viaturas que saiam do quartel. Quase sempre, recebia uma resposta apressada e lacônica — Selva!.
Veja uma série de tweets postados no sábado (7), dia anterior a invasão dos bolsonaristas: