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Com valor congelado há 10 anos, estudo para "viabilizar reajuste" de bolsas da Fapesb tem atraso de 14 meses

Por Leonardo Almeida

Com valor congelado há 10 anos, estudo para "viabilizar reajuste" de bolsas da Fapesb tem atraso de 14 meses
Foto: Robson Moura / TV Brasil

O valor das bolsas dos estudantes de iniciação científica da Bahia está congelado desde 2013, completando 10 anos agora em 2023. Em janeiro do ano passado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), afirmou que faria um estudo para viabilizar o aumento das bolsas, porém, até o momento, o órgão não deu sinais de um possível reajuste.

 

Atualmente, os bolsistas da Fapesb recebem R$ 1.500 (mestrado) e R$ 2.200 (doutorado). Em 2013, quando o salário mínimo era R$ 678, as bolsas correspondiam, respectivamente, em média, a dois salários mínimos e a três salários mínimos e meio.

 

O piso salarial nacional de 2023 foi calculado em R$ 1.302, logo, para que as bolsas acompanhem o avanço elas teriam que chegar a R$ 2.880 (mestrado) e R$ 4.224 (doutorado), sendo um reajuste de 92% nos valores. A inflação acumulada de janeiro de 2013 até janeiro deste ano é de 80,66%.

 

No dia 10 de fevereiro, o novo diretor-geral da Fapesb, Handerson Leite, afirmou que iria aguardar uma definição das bolsas federais, Capes e CNPq, que também completavam 10 anos de congelamento. Porém, no último dia 16, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou um reajuste de 25% a 200% nos valores das bolsas e, por enquanto, nada foi feito na Bahia.

 

Em contato com o Bahia Notícias, o coordenador da associação de pós-graduandas e pós-graduandos da UFBA (APG-UFBA), Vinícius Pales, afirmou que, mesmo com o reajuste federal, ainda não há previsão para o impacto da medida na Bahia. Segundo o gestor, a Fapesb tem prometido o aumento desde o ano passado.

 

“Eu participei de várias reuniões com eles e eles dizem que farão, mas... Ano passado mesmo havia a promessa, eu ressaltei em reunião ao então presidente minha preocupação com a situação, pois teria um limite de tempo antes das eleições e só poderiam retomar depois, eles afirmaram que não seria problema, se não fosse antes, seria após o pleito. Agora já é praticamente março de 2023 e não há nem previsão”, disse Pales.

 

Os pesquisadores, inclusive, se organizaram para realizar uma manifestação na próxima quarta-feira (1º), em frente à sede da Fapesb, às 9h. O protesto vai abordar justamente a cobrança pelo reajuste na bolsa distribuída pelo órgão.

 

Em janeiro do ano passado, quando a Fapesb anunciou que iniciaria os estudos, a entidade enviou uma nota afirmando que concedia cerca de três mil bolsas de iniciação científica, tendo um investimento de R$ 44 milhões.

 

 

Consultadas pelo Bahia Notícias, a Secti e a Fapesb informaram que ainda estão estudando uma forma de reajustar as bolsas de pesquisa no estado, porém, não estipulou nenhum prazo para a implementação.

 

"A Secti e a Fapesb informam que seus técnicos estão trabalhando, em conjunto com demais unidades de Governo, para que, com brevidade, possam concretizar o reajuste das bolsas de pesquisa", disseram as entidades em nota.