Bancada de oposição deverá acionar MP caso Bruno Reis não decida iniciar discussões do PDDU em 2023
Por Bruno Leite / Leonardo Costa
Perto de completar oito anos sem revisão, prazo máximo previsto na Lei Orgânica de Salvador, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) é pauta na oposição municipal, porque o prefeito da capital baiana, Bruno Reis (União), diz que é cedo para iniciar as audiências públicas. Ao Bahia Notícias, a vereadora Marta Rodrigues (PT) sinalizou que o grupo aguarda um posicionamento do gestor para tomar uma decisão. O Ministério Publico poderá ser acionado.
“Estamos aguardando o bom senso dele [Bruno Reis] como gestor da cidade, que conhece as leis e pode ser orientado pela procuradoria do município. Caso não aconteça, nós vamos sentar junto à bancada para a gente tomar uma decisão e acionar o Ministério Público, que é quem acompanha o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano”, afirmou.
Na capital baiana está em vigor o Plano Diretor de 2016, aprovado pela Lei Nº 9.069/2016 de 30/06/2016, com os princípios, objetivos e diretrizes para a política territorial. Para elaborar um novo documento, é necessário que audiências públicas e debates com a participação da população e de associações representativas dos vários segmentos sociais sejam realizados. O Poder Legislativo é responsável por garantir a participação pública.
“Na nossa Lei Orgânica do Município de 1990 diz que o PDDU [Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano] deve ser revisado a cada 8 anos. O que prevalece para a gente é a nossa Lei Orgânica, que é como se fosse a nossa constituição municipal. O Estatuto das Cidades diz 10, mas o que rege a gente é a Lei Orgânica”, explicou Marta.
De acordo com Marta, os estudos precisam ser iniciados, porque “a LOA [Lei Orçamentária Anual], que foi aprovada na Câmara no ano passado, prevê destinação de orçamento para construir os estudos sobre o PDDU. Não tem como não fazer. Os estudos precisam ser feitos este ano, porque o PDDU completa oito anos em 2024. O prefeito [Bruno Reis] não pode usar o argumento de que vai dialogar e deixar os encontros para depois, pois o que rege a gente é a Lei Orgânica do Município”.