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Sem "moedas de troca", PSDB deve chegar ao governo Jerônimo e manter espaços em Salvador; entenda

Por Fernando Duarte / Mauricio Leiro

Sem "moedas de troca", PSDB deve chegar ao governo Jerônimo e manter espaços em Salvador; entenda
Foto: Leonardo Costa/Bahia Notícias

A chegada do PSDB para apoiar o governo Jerônimo Rodrigues (PT) está cada vez mais próxima. O afunilamento das negociações, que tiveram início na seara federal deve ser concretizado, porém, sem o partido apresentar "moedas de troca" para a gestão estadual. 

 

Interlocutores da gestão apontaram que, de fato, o apoio deve ser confirmado, mas sem muito impacto na Bahia. "As promessas feitas não podem ser cumpridas", sinalizou um aliado tucano de primeira hora. O cenário de "trocas" entre os deputados estaduais e o governo seria impossibilitado pela condição de cada um deles. 

 

Os três parlamentares na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Tiago Correia, Jordávio Ramos e Pablo Roberto, teriam cenários diferentes para acenar ao governo. Jordávio, deputado de primeiro mandato, é filho da prefeita de Juazeiro, Suzana Ramos (PSDB). Pensando na reeleição e com o campo de oposição na cidade "engarrafado", o movimento de adesão ao governo do deputado foi avaliado como "improvável" por aliados ao Bahia Notícias. 

 

Já Pablo Roberto, nome que se coloca como postulante na disputa pela prefeitura de Feira de Santana, pode disputar as eleições, justamente, contra um dos principais nomes do grupo petista: o deputado federal Zé Neto. "Acenando para o grupo do PT, ficaria esvaziado no futuro", indicou outro aliado ao BN. Outro tucano na AL-BA é Correia, que é marido da candidata a vice-governadora da Bahia pela oposição, Ana Coelho (Republicanos).

 

Para além da relação matrimonial, Tiago é concunhado do ex-prefeito de Salvador, já que o irmão de Correia é marido da irmã de ACM Neto. O movimento também teria sido visto como pouco possível. Com os deputados estaduais "impossibilitados" para atender as demandas governistas, a situação na AL-BA teria sido avaliada pelo governo Jerônimo como "pouco proveitosa". 

 

"Importado" de Brasília, o apoio do PSDB à gestão do presidente Lula também não teria vida fácil dentro da federação que o partido integra com o Cidadania. O grupo possui 17 deputados federais, e, o principal "entusiasta" da adesão, Adolfo Viana não teria vida fácil com o convencimento da totalidade dos parlamentares, segundo interlocutores na capital federal - apesar de liderar a bancada do PSDB na Câmara.

 

Outro cenário que colabora com a ideia de uma "aliança sem trocas", seria o forte coro feito pelos vereadores do partido em Salvador. Com três edis na capital, Téo Senna, Cris Correia e Daniel Alves, todos eles possuem forte relação com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União). Mesmo com a adesão na seara estadual, Reis já teria sinalizado a aliados que o ajuste não impactaria no contato com os vereadores em Salvador. 

 

Apesar de não interferir na relação, o partido não conseguiria um desejo antigo: ampliar espaços. Em Salvador, após a reforma do secretariado realizada por Bruno, a legenda reduziu o tamanho, quando perdeu o comando da secretaria de Educação, com a saída de Marcelo Oliveira - que sequer era contado na cota tucana. Agora, a legenda controla a Secretaria de Gestão, onde o "fazer política" é mais restrito. Com debates políticos no "banho maria", o prefeito de Salvador só negociaria novos arranjos apenas em 2024, de acordo com aliados. 

 

Sem as "trocas igualitárias" com o PSDB, o governo Jerônimo não sinalizaria para a abertura de espaços e apenas faria "ponte" para engordar o apoio à gestão federal.