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BC estuda acabar com rotativo no cartão de crédito para reduzir inadimplência e juros altos, diz Campos Neto

Por Edu Mota, de Brasília

Campos Neto no Senado
Foto: Pedro França/Agência Senado

O Banco Central estuda acabar com o pagamento rotativo do cartão de crédito, modalidade em que o cliente paga apenas parte da fatura e refinancia o restante para os meses seguintes, com juros. A afirmação foi feita pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto, durante sessão do Senado nesta quinta-feira (10) para falar sobre a atuação da instituição no combate à inflação e para redução das taxas de juros. 

 

A resposta de Campos Neto foi dada a um questionamento feito pelo senador Eduardo Braga (MDB-AM), que criticou as altas taxas de juros cobradas por bancos e financeiras. Braga disse que quando o Congresso aprovou a independência do Banco Central, houve um compromisso do presidente da instituição de solucionar a questão do crédito rotativo do cartão de crédito. 

 

“De lá para cá, lamentavelmente, as taxas são mais vergonhosas ainda: nós chegamos a uma taxa de mais de 430%. Não é possível que a gente continue com essa taxa no crédito rotativo do cartão de crédito. É inadmissível. Passa ano, passa mês, e nós não temos uma resposta com relação a isso. Agora que estamos entrando nesse viés de queda de juros, é importante que nós possamos ter uma resposta substancial com relação ao crédito rotativo do cartão de crédito. A mesma questão com relação ao cheque especial: é outro escândalo a taxa de juros cobrada no cheque especial”, disse o senador Eduardo Braga.

 

O presidente do Banco Central, em resposta ao senador, alegou que o número de cartões de crédito aumentou no Brasil de 100 milhões para cerca de 215 milhões em dois anos e meio. Campos Neto disse que a instituição vai apresentar uma solução até o final do ano para este que ele chamou de “grande problema”.

 

“A gente tem 90 dias para apresentar uma solução. Está se encaminhando para que não tenha mais rotativo, que o crédito vá direto para o parcelamento e que seja uma taxa ao redor de 9%. A gente criaria algum tipo de tarifa para desincentivar esse parcelamento com juros tão longos. O cartão de crédito representa 40% do consumo, e hoje o inadimplemento no rotativo é de 52%, não tem caso parecido em nenhum outro lugar do mundo. A taxa está hoje em 454%. É um grande problema”, finalizou o presidente do BC.