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Professora da UFBA acusada de transfobia diz que vai registrar denúncia contra aluna por calúnia

Por Redação

Professora da UFBA acusada de transfobia diz que vai registrar denúncia contra aluna por calúnia
Foto: Divulgação/Mara Mércia

A professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Jan Alyne Barbosa, denunciada por suposta transfobia e racismo, alegou que fará uma ocorrência por calúnia, difamação e danos contra a estudante Luisa Liz Reis.

 

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Liz fez a denúncia contra a professora no colegiado da Facom e, posteriormente, abriu um Boletim de Ocorrência na Polícia Civil da capital baiana, após alegar ter pronomes desrespeitados pela professora e ter sido convidada a se retirar da sala de aula.

 

Ao G1, Jan Alyne ainda reconheceu que errou e disse que interpretou mal a identidade de gênero da estudante.

 

“Eu não a conhecia, nunca a tinha visto e não fiz a chamada no início da aula. Ela não foi identificada como mulher trans para mim. Eu confundi a minha interpretação, de fato. Eu poderia ter ela tanto como um homem gay, tanto como uma mulher trans. Eu errei”, afirmou Jan Alyne.

 

Segundo Alyne, assim que Luisa se sentiu ofendida, ela já mudou o tratamento e se corrigiu. “Eu estava ficando nervosa e acho que eu falei outra vez, mas depois eu não voltei a falar. Ela começou a se exaltar muito, ficava falando coisas ali que não tinham conexão com a condução da aula, com o programa da disciplina”.

 

Em áudio divulgado pelo G1, é possível ouvir toda a aula. Na gravação, Liz inicia uma discussão sobre o assunto da aula, que acaba tomando outras proporções. A professora tenta retomar a autoridade em sala de aula, Liz sobe o tom de voz novamente e passa a falar da metodologia de ensino dela, resgatando o assunto sobre o uso do adjetivo com o gênero errado. 

 

“E se a senhora continuar fazendo isso comigo - porque eu aguentei a senhora ter feito aquela dinâmica irrisória, insuportável comigo, desde errar o meu pronome, até fazer a minha existência, como aluna aqui dentro dessa sala, não existir, eu vou abrir um processo contra a senhora. A senhora é professora mas eu sou aluna. E o meu direito como aluno [sic] eu estou exercendo, que é participar criticamente”, alegou.

 

Jan Alyne chegou a sair da sala para chamar outro funcionário para retirar Liz da sala. Ao g1, a professora disse que ficou intimidada e com medo da reação da aluna.

 

Jan Alyne tenta falar que trouxe o funcionário para que Liz respeite a aula, e a aluna novamente interrompe a professora. 

 

Alguns alunos chegam a pedir calma para a situação. Liz que não vai se retirar da aula e os colegas de classe voltam a pedir calma. No áudio é possível ouvir uma jovem falar, com tom perplexo, que “está todo mundo maluco” e pede para que a aula seja encerrada.

 

Liz também afirmou que vai abrir um processo contra Jan Alyne e a chama de violenta. A professora pede para que a jovem fale baixo, e ela rebate que não vai descer o tom de voz. A professora anuncia que a aula acabou. Liz então sai gritando pelos corredores que Jan Alyne é transfóbica e racista.

 

Ainda de acordo com o g1, o áudio será periciado em inquérito policial.

 

Em comunicado, a Faculdade de Comunicação da UFBA (FACOM) informou que não compactua com atitudes preconceituosa e discriminatória e que as denúncias sobre o caso estão sendo investigadas.

 

"As instâncias administrativas da Faculdade não podem e nem pretendem ignorar o episódio. Estamos atentos e buscando oferecer às partes o devido acolhimento. É importante ressaltar que repudiamos qualquer tipo de manifestação preconceituosa e discriminatória, bem como atitudes que ferem a liberdade de cátedra, sendo assegurado sempre o amplo direito de defesa, dentro dos contextos adequados para tal. Repudiamos todo e qualquer julgamento prévio, ofensa ou agressão às partes envolvidas sem apuração dos fatos. É princípio basilar garantir o contraditório em condições isonômicas", disse.