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Relatório de Eliziane que indicia Bolsonaro e mais 60 é aprovado; CPMI ignora documento paralelo da oposição

Por Edu Mota, de Brasília

Relatório de Eliziane que indicia Bolsonaro e mais 60 é aprovado; CPMI ignora documento paralelo da oposição
Foto: Edu Motta / Bahia Notícias

A CPMI criada para investigar os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro chegou ao final nesta quarta-feira (18), com a aprovação, por 20 votos a favor e 11 contrários, do relatório da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Com a aprovação do relatório, o presidente da comissão, deputado Arthur Maia (União-BA), não colocou em votação o relatório paralelo assinado por diversos parlamentares de oposição, além de outro voto separado apresentado pelo senador Izalci Lucas (PSDB-DF).

 

A última reunião da CPMI dos atos de 8 de janeiro, na qual os membros da comissão puderam falar por dez minutos (além de três minutos para os não-membros), ficou marcada por se transformar em uma avaliação do trabalho da relatora, senadora Eliziane Game (PSD-MA). Se de um lado a senadora foi duramente atacada pela bancada de oposição, e chamada de "covarde", e de ser uma "vergonha" para o país, de outro, foi defendida com energia por deputados e senadores governistas.

 

A própria senadora Eliziane Gama aproveitou seu tempo de fala na CPMI para rebater críticas da oposição ao seu relatório. O A senadora foi acusada de ter feito o "trabalho sujo" delegado pelo governo, e atuado para perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros do governo passado.

 

"Nenhum dos indiciamentos desse relatório veio sem o devido levantamento de provas materializadas, seja por cruzamento de informações e dados, porque nós quebramos sigilos bancários telefônicos fiscais e fizemos uma leitura apurada. Os indiciamentos que estão aqui consignados deste relatório contam com respaldo e com muita fundamentação", disse a senadora Eliziane.

 

A relatora da CPMI disse ainda que o seu relatório final, com mais de 1300 páginas, foi elaborado por ela e uma equipe de servidores de diversos órgãos como da Polícia Federal e do Tribunal de Contas da União (TCU). Eliziane concluiu dizendo que seria "perda de tempo" da oposição tentar desqualificar ou diminuir o trabalho realizado por ela.

 

Os membros da oposição, em seus discursos durante a sessão, também fizeram um desagravo ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Praticamente todos os parlamentares oposicionistas disseram que o governo "sequestrou" a CPMI para tentar incriminar o ex-presidente, e que a relatora teria feito "o jogo do governo".

 

Em suas redes sociais, o ex-presidente não falou sobre o relatório apresentado na CPMI, mas a sua defesa emitiu uma nota afirmando que Bolsonaro teria manifestado "indignação" pelo pedido do seu indiciamento.

 

"A proposta de indiciamento - para além de ausência de quaisquer elementos que conectem o ex-presidente com os atos investigados - mostra-se parcial, tendenciosa e totalmente pavimentada por viés político e não jurídico”, afirma o documento.

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro nome incluído na lista de indiciamentos do relatório final da CPMI que por quase cinco meses investigou os ataques às sedes do Três Poderes em Brasília. O relatório propõe o indiciamento de 61 pessoas e recomenda que o ex-presidente seja acusado de associação criminosa, violência política, abolição do estado democrático de direito e golpe de Estado.

 

A senadora Eliziane Gama declarou, no seu relatório, que Jair Bolsonaro tem responsabilidade direta como mentor moral dos ataques aos prédios públicos, e apontou que ele "descredibilizou o processo eleitoral ao longo de sua carreira política".

 

Eliziane Gama disse que jamais tinha sido tão atacada em sua trajetória política, e fez um pedido ao presidente do Congresso Nacional, para ser acompanhada por seguranças. A senadora afirmou que vem recebendo diversas ameaças por seu telefone e em redes sociais.

 

A relatora da CPMI disse ainda que os ataques recebidos por meio da oposição foram fruto de uma estratégia articulada para tumultuar os trabalhos e impedir a aprovação do relatório. Eliziane Gama afirmou não ter medo de gritos e ofensas, e que foi alvo de "ataques sórdidos" de quem não queria que a CPMI atingisse os seus alvos.