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Copom indica novos cortes na taxa de juros nas próximas reuniões e alerta para cumprimento das metas fiscais

Por Edu Mota, de Brasília

Copom indica novos cortes na taxa de juros nas próximas reuniões e alerta para cumprimento das metas fiscais
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realizará novos cortes na taxa básica de juros (Selic) nas suas próximas reuniões, mas faz um alerta de que o não cumprimento das metas fiscais pode levar a uma nova temporada de elevação dos juros para garantir o controle da inflação. Os recados fazem parte da Ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada, quando foi decidido um novo corte de 0,5% na taxa Selic. 

 

A Ata revela a preocupação dos membros do Copom sobre o crescimento da incerteza em torno da meta estabelecida para o resultado fiscal. O Comitê reafirma no documento a importância da firme persecução dessas metas, levando em conta a importância que elas possuem para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, à condução da política monetária.

 

"As expectativas de inflação seguem desancoradas e são um fator de preocupação. O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira", diz trecho da Ata do Copom.

 

Na mesma linha do documento divulgado nesta terça, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em sua participação no Fórum de Estratégias de Investimentos da Bradesco Asset Management, disse ver como “apropriados” mais dois cortes de 0,5% na taxa de juros da economia. “A gente entende que 0,50 é um ritmo apropriado e que temos visibilidade suficiente para falar das duas próximas reuniões”, afirmou Campos Neto.

 

O presidente do BC disse também que a previsão de trajetória de juros não é ainda clara para a autoridade monetária porque a incerteza na economia externa é muito grande. Campos Neto reforçou ainda a importância da manutenção de uma previsibilidade da meta fiscal.

 

“Se o risco fiscal percebido do Brasil aumentar, isso afeta o prêmio de risco e pode afetar a avaliação do Copom, mas depende de muitas variáveis”, disse Roberto Campos Neto.

 

O último boletim Focus do Banco Central, que reúne estimativas e análises de economistas de mais de 100 instituições financeiras sobre os principais indicadores da economia, traz uma projeção de 11,75% para a taxa Selic ao final de 2023. Essa previsão inclui a perspectiva de mais um corte de 0,5% nos juros na reunião do Copom que será realizada nos dias 12 e 13 de dezembro.

 

Para o ano que vem, as estimativas dos analistas do mercado financeiro são de uma taxa Selic alcançando 9,25% ao final do ano. Para chegar a este patamar, o Banco Central teria que fazer cortes totais de 2,5% ao longo das reuniões programadas para 2024. Por enquanto, segundo a Ata do Copom e a declaração do presidente do BC, só está garantido o corte de 0,5% na reunião agendada para 30 e 31 de janeiro.