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Liminar suspende intervenção na Irmandade do Senhor do Bonfim expedida por Dom Sergio da Rocha; saiba mais

Por Mauricio Leiro / Gabriel Lopes

Liminar suspende intervenção na Irmandade do Senhor do Bonfim expedida por Dom Sergio da Rocha; saiba mais
Foto: Max Haack / Ag. Haack / Bahia Notícias

A Justiça acatou uma liminar e suspendeu a intervenção na Irmandade do Senhor do Bonfim. A decisão, proferida nesta terça-feira (7), adiciona mais um capítulo no conflito entre entre o reitor da Basílica do Senhor do Bonfim, Padre Edson Menezes, e a Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim. A decisão do Tribunal de Justiça (TJ-BA), assinada por Carlos Cerqueira Jr, juiz de direito da 6ª Vara Cível de Salvador, reverte o decreto de intervenção estabelecido pelo Cardeal Arcebispo Metropolitano e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, em agosto deste ano.

 

À época, Dom Sérgio disse ter decretado a intervenção na irmandade para "restabelecer a paz do Senhor na irmandade e voltar a cultivar a parceria que sempre existiu entre a irmandade e o Reitor da Basílica Santuário, fortalecendo ainda mais a Mansão da Misericórdia e todos os seus projetos sociais que beneficiam milhares de baianos carentes e necessitados".

 

A disputa ganhou novos contornos nos últimos meses. Em maio, veio à tona um conflito entre as duas partes. Voluntários denunciaram que o padre estaria sendo perseguido por alguns membros da Irmandade. A denúncia veio após o grupo produzir um edital onde solicita reunião emergencial, para limitar algumas ações administrativas, sociais e religiosas do padre. 

 

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Além das mudanças, o documento realizado pela irmandade proíbe que o sacerdote realize coletas de doações dos fiéis. Criadas e lideradas pelo padre, as lojas que vendem acessórios e objetos religiosos de devoção ao Senhor do Bonfim, receberam também um pedido de fechamento imediato.

 

O documento ainda limitou o religioso de utilizar o nome, símbolos, marca e imagem da igreja na impressão, confecção de camisas e adereços, além da comercialização desses itens. Em nota enviada à época, a irmandade negou as acusações de perseguição ao sacerdote. “Em momento algum existiu ou existe perseguição ou competição, e muito menos a despropositada alegação de ameaça por parte do Juiz Jorge Nunes Contreiras ou de qualquer outro irmão mesário em relação ao padre Edson Menezes, até porque, não há motivos para tal conduta”, informou a nota da organização.

 

Meses depois, em setembro, um grupo de integrantes da Irmandade procurou o Bahia Notícias para revelar fatos que permeiam a igreja, além de indicar que uma ação judicial já está em curso para apreciar o que acontece para além do templo. Segundo o grupo, alguns problemas relacionados à administração do espaço motivaram a ação.

 

O questionamento surge, segundo o grupo, através do interlocutor Eduardo Carrera, após as duas últimas administrações, com a chegada de padre Edson Menezes, que atua no local há 16 anos. Esse agrupamento aponta que, a legislação que incide sobre as relações da Igreja não seria o direito canônico, vinculado à Igreja Católica, e sim o direito privado, já que o espaço seria de propriedade da Irmandade Devoção do Senhor do Bonfim.

 

"É uma organização religiosa de direito privado, com estatuto próprio, chancelado pelo padre contratado, neste caso, o padre Edson. O padre, neste caso, possui 'carteira assinada' pela Irmandade", sinaliza.

 

Segundo o grupo, a intervenção teria se dado pelo desejo da nova gestão da Irmandade de buscar respostas para questionamentos básicos sobre os gastos feitos por Edson. "Ela [a Arquidiocese] tem que exercer a vigilância, pois como aconteceu na Conceição da Praia, através do Cardeal, que ter que intervir para que o nome da Igreja Católica não seja jogado no lixo. Não queriam que a gente fizesse as reuniões, vieram de forma autoritária e baixaram um decreto de intervenção. São 33 irmãos, pessoas de bem. Pedimos uma auditoria, a Arquidiocese entrou com um decreto de intervenção. Ao invés dela vir para apurar e patrocinar a auditoria, ou incentivar, ela intervém. Ela vem com um decreto de novas eleições. Ela e o padre precisam se explicar", completou.

 

"O padre Edson se apoderou da Igreja de uma forma tal, que ele controla as doações feitas. Qualquer doação cai em uma conta que ele abriu em um CNPJ filial. Se ligasse para a sede, a pessoa que indicava que as doações deveriam ir para uma conta do projeto Bom Samaritano, ou a conta da Arquidiocese Basílica. Não sabemos para onde vai, quem recebe", reclama o grupo.

 

As acusações são variadas, desde a ausência de explicação para transferências bancárias do caixa da Irmandade, passando pela arrecadação do local, chegando a disponibilização de espaços vinculados à Igreja sem nenhuma cobrança. "Fomos à Justiça para acertar essa situação que é vexatória. Colocou abaixo nossa honra. Entramos com uma ação para anular a intervenção e por danos. Os danos serão revertidos para o bem da Irmandade", ressalta.

 

Padre Edson Menezes está à frente da Basílica do Senhor do Bonfim há 16 anos. O templo religioso é um dos mais populares entre baianos, turistas e devotos. Uma das principais marcas da Basílica é a presença do sincretismo religioso.

 

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