Inflação sobe 0,28% em novembro puxada pela alta dos alimentos; Salvador registra variação negativa de preços
Por Edu Mota, de Brasília
Na véspera do anúncio do novo corte na taxa básica de juros pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central, o IBGE divulgou o resultado da inflação no Brasil, que foi um pouco mais fraca do que o esperado para o mês de novembro. Apesar de o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ter ficado em 0,28%, acima dos 0,24% de outubro, a taxa dos últimos 12 meses se posicionou em 4,68%, abaixo, portanto, do teto da meta para este ano, que é de 4,75%.
No mês passado, o resultado auferido pelo IBGE para a inflação de 12 meses foi de 4,82% no mês. Para esse mês de novembro, a expectativa dos analistas de mercado era de que o IPCA ficaria em 4,70%. A queda no indicador da inflação já vinha sendo projetada pelo mercado: o boletim Focus do BC divulgado nesta segunda (11) mostrou uma redução de 4,54% para 4,51% nas projeções para a inflação ao final de 2023.
Os números do IPCA divulgados nesta terça-feira (12) revelam também que neste ano de 2023, a inflação oficial acumula alta de 4,04%. O resultado do IPCA reforça a visão do mercado financeiro de que o Copom vai realmente promover mais um corte de 0,5% na Selic, rebaixando a taxa básica de juros dos atuais 12,25% para 11,75% ao ano.
De acordo com o IBGE, o resultado do IPCA de novembro, acima do que foi verificado em outubro, foi influenciado principalmente pela alta de 0,63% do grupo Alimentação e bebidas. Esse grupo de preços registrou a maior variação e o maior impacto nos preços de novembro, acelerando ante o que foi apurado em outubro.
Dentro os preços apurados pelo IBGE, a maior alta veio da alimentação no domicílio, que subiu 0,75% em novembro. Esse percentual foi influenciado pelas altas da cebola (26,59%), batata-inglesa (8,83%), arroz (3,63%) e carnes (1,37%). No lado das quedas, os destaques foram o tomate (-6,69%), a cenoura (-5,66%) e o leite longa vida (-0,58%).
Segundo o IBGE, a alimentação fora do domicílio (0,32%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,42%). A alta da refeição (0,34%) foi menos intensa que a de outubro (0,48%). Já o subitem lanche (0,20%) registrou variação próxima à do mês anterior (0,19%).
Nos índices regionais, a cidade de Salvador registrou inflação negativa em novembro, com o indicador chegando a -0,17%, neste mês de novembro. Dentre todas as regiões metropolitanas e municípios pesquisados pelo IBGE, apenas Recife (-0,29%) e São Luís (-0,39%) tiveram resultado melhor do que a capital da Bahia.
O resultado verificado pelo IBGE na cidade de Salvador revelou uma forte queda em relação ao IPCA de outubro. No mês passado a inflação em Salvador havia sido de 0,29%, e houve neste mês resultado negativo de -0,17%. No ano de 2023, a inflação na capital baiana está em 3,61%, abaixo da média nacional, que é de 4,04%.
Também no resultado apurado pelo IBGE para os últimos 12 meses (de dezembro do ano passado a novembro desse ano), a região metropolitana de Salvador está bem abaixo da média nacional. A inflação de 12 meses na capital da Bahia ficou em 4,01%, enquanto o IPCA para todo o País foi de 4,68%.