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Ata do Copom destaca cenário de inflação em desaceleração como fator para continuidade nos cortes de juros

Por Edu Mota, de Brasília

Banco Central
Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter o ritmo de realizar cortes de 0,5% na taxa básica de juros nas próximas reuniões, no começo de 2024. É o que afirma a ata divulgada nesta terça-feira (19) sobre a última reunião do Copom, realizada nos dias 12 e 13 de dezembro.

 

Depois de fecharem o ano de 2023 com um novo corte de 0,5% na Selic, os membros do Comitê avaliam que continuarão fazendo reduções da mesma magnitude por enxergarem ser o mais coerente com o momento vivido pela economia brasileira. Neste ano, o Copom fez quatro cortes de 0,5% na Selic, reduzindo a taxa de juros de 13,75% para 11,75%. 

 

“Com relação aos próximos passos, os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,50 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário”, afirmam os membros do Copom na ata divulgada hoje.

 

A ata reforça a posição dos membros do Copom de que a inflação do Brasil segue em trajetória esperada de desaceleração, “com destaque para a sua composição benigna”. Segundo os números do IPCA, a inflação havia fechado 2022 em 5,79%, e nos primeiros meses do ano houve aumento exponencial dos índices inflacionários. A queda na inflação se acentuou a partir do mês de maio.

 

“Os indicadores que agregam os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária se aproximaram da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”, disse o documento. 

 

De acordo com a Ata do Copom, o consumo das famílias está surpreendendo positivamente por causa de programas sociais e da expansão do mercado de trabalho, que aumentou a renda bruta das famílias no período mais recente. Para o BC, o conjunto de indicadores de atividade econômica brasileira segue “consistente” com o cenário de desaceleração. 

 

“A divulgação do PIB do 3º trimestre confirmou a moderação de crescimento que estava antecipada, mas com resiliência no consumo das famílias. O mercado de trabalho segue aquecido, mas apresenta alguma moderação na margem”, afirmaram os membros do Copom.

 

Sobre o ambiente externo, os membros do Comitê de Política Monetária entendem que ele segue volátil, mas menos adverso do que na reunião anterior, realizada em novembro. Houve um arrefecimento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos e sinais incipientes de queda de núcleos de inflação no mundo.

 

A Ata explica que o cenário externo, mesmo exibindo claros sinais de melhora, segue “exigindo cautela por parte de países emergentes”. Isso porque o Brasil se enquadra como um país emergente, que acaba dependendo muito de outras economias.

 

A primeira reunião do Copom em 2024 acontecerá nos dias 30 e 31 de janeiro. De acordo com o último boletim Focus do Banco Central, com estimativas de dezenas de analistas e especialistas do mercado financeiro, a perspectiva para a Selic em 2024 é de que ela feche o ano em 9,25%, o que representaria um corte do total do Copom de 2,5% na taxa. 

 

Os membros do Comitê reforçaram ainda o recado à equipe econômica do governo Lula de que é importante seguir buscando as metas indicadas para as contas públicas, incluindo a projeção de déficit zero no ano que vem, como defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A lógica do Copom é que, sem o atingimento da meta fiscal, o governo contribui para elevar o montante de recursos disponíveis na economia, o que poderia levar o país a não atingir as metas de inflação fixadas para 2024 e para 2025.

 

"Com relação ao cenário fiscal, tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas", avalia o documento do Banco Central.