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Vovô do Ilê valoriza interiorização do bloco Ilê Aiyê: "Fizemos revolução através do tambor"

Por Francis Juliano / Leandro Aragão

Vovô do Ilê valoriza interiorização do bloco Ilê Aiyê: "Fizemos revolução através do tambor"
Foto: Eduarda Pinto / Bahia Notícias

Uma das atrações deste sábado (10), terceiro dia do Carnaval em Salvador é o bloco Iliê Aiyê, que desfila no Circuito Osmar (Campo Grande). O fundador e presidente, Vovô do Iliê, como é conhecido o músico Antônio Carlos dos Santos Vovô, destacou a interiorização do bloco. 

 

"Já acontece, a Noite da Beleza Negra. Hoje já tem vários blocos através dessa revolução que nós fizemos através do tambor. Então, é normal chegar no Recôncavo, no Rio Grande do Sul, no Piauí, Juiz de Fora, no Maranhão, você vai ter blocos afros com a música percussiva", afirmou ao Bahia Notícias.

 

Vovô do Ilê ainda comentou o investimento feito pela Prefeitura Salvador e Governo da Bahia nos blocos afros. Ele pontuou as diferenças no tratamento em relação aos demais blocos e chamou a festa momesca atual de "Carnanegócio".

 

"São interessantes. Salvador é a cidade mais negra, mas quando esses valores forem equiparados aos artistas brancos aí vai ficar muito melhor. Tem incentivo, tem as coisas, mas em Salvador ainda existe um apartheid muito grande, um tratamento muito diferenciado. A gente agradece a participação da Prefeitura, do Governo, mas Carnaval hoje não é mais coisa  de amador, você sair para brincar. Carnaval chama-se Carnanegócio. Eu não sei se é uma virtude ou um erro dos blocos afros resolverem fazer ação social, porque se fosse uma banda, pegasse o dinheiro e ficasse na sua... Mas aqui você tem que investir nessa filantropia que é muito bonito, mas se não tiver é muito complicado", disse.

 

O fundador do Ilê Aiyê ainda apontou o caminho para a mudança do cenário carnavalesco baiano.

 

"É o povo negro se assumir através do Carnaval. Assumir seus lábios grossos, seu cabelo, ter estética, atitude e principalmente o resgate do orgulho de ser negro", completou.