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Deputados da base tentaram usar diferença de quórum para aprovação do Bahia Pela Paz para pressionar o governo

Por Carine Andrade

Deputados da base tentaram usar diferença de quórum para aprovação do Bahia Pela Paz para pressionar o governo
Foto: Reprodução / Bahia Notícias

Tudo caminhava para uma nova derrota do Governo quando, faltando apenas 18 segundos para encerrar o tempo regimental de verificação de quórum de 20 minutos, conforme solicitado pelo líder da oposição, Alan Sanches (União), o projeto que cria o programa Bahia Pela Paz (PL 25.233/2024) foi aprovado, por unanimidade, no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), já no início da noite desta terça-feira (14).  

 

A manobra, um tanto estranha, já que o governo tinha apenas 26 do mínimo de 32 presenças registradas para aprovação da matéria e foi salvo, justamente, pela bancada da oposição, trouxe à tona uma articulação capitaneada pelos próprios deputados da ala governista que tentaram, até o último minuto, usar a diferença de quórum para pressionar ou “mandar um recado” ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). 

 

O Bahia Notícias descobriu que enquanto o líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), ligava incansavelmente para que os deputados faltantes comparecessem ao plenário, ao menos oito deputados estavam reunidos no 2º andar, na sala de uma das lideranças. Esse número era mais do que a diferença de seis parlamentares que faltavam para dar quórum à votação. Vale ressaltar que a votação do Programa Bahia Pela Paz ‘caiu’ por falta de quórum no final do mês de abril. O PL se arrastava há dois meses na AL-BA. 

 

Nos bastidores, o entendimento é que os deputados, percebendo que seus votos faziam diferença, supostamente tentaram articular alguma espécie de favorecimento. Ao final da sessão, o Bahia Notícias flagrou os deputados Vitor Azevedo (PL), que faz parte do governo, mesmo sendo de um partido da oposição; e Niltinho e Nelson Leal, ambos do PP, descendo as escadas apressados em direção ao estacionamento. Já o deputado Luciano Araújo, presidente estadual do Solidariedade, foi visto um pouco depois. Não é possível afirmar, no entanto, que os quatro estivessem juntos, tampouco cravar que eles estivessem na ‘reunião paralela’. Coincidência ou não, uma foto tirada do painel de votação mostra que os quatro deputados estavam ausentes.  

 

O BN também descobriu que, ainda no plenário, o líder da oposição Alan Sanches (União) recebeu uma mensagem pelo WhatsApp com informações sobre a reunião em andamento no 2º andar. Ele teria, então, imediatamente chamado o líder do governo, Rosemberg Pinto, e proposto um acordo faltando apenas 18 segundos para a sessão cair, como forma de “derrubar” o movimento. “Eles [os deputados] queriam fazer acordo com o governo às custas da oposição. Sabendo disso, o líder Alan aceitou aprovar a matéria e esvaziar o movimento”, completou uma fonte. 

 

Talvez a situação dos deputados citados não esteja muito boa perante o governo, após o desenrolar da votação de hoje. A reportagem do Bahia Notícias viu um interlocutor de alta patente enviando informações sobre a ‘reunião paralela’ e os nomes dos seus supostos participantes para Adolfo Loyola, chefe de gabinete do governador Jerônimo Rodrigues. Ele também encaminhou a foto que ilustra essa matéria, que foi repassada, tanto ao BN como para ele, por uma fonte. Perguntado se havia sido pego de surpresa com a dinâmica eletrizante da votação desta terça, ele respondeu “que iria participar Adolfo Loyola de tudo”.