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Dinheiro cobrado por delegada a ex-companheiro pode ter sido motivação de crime, diz polícia

Por Francis Juliano / Victor Hernandes

Dinheiro cobrado por delegada a ex-companheiro pode ter sido motivação de crime, diz polícia
Foto: Francis Juliano / Bahia Notícias

Um empréstimo cobrado pela delegada Patrícia Neves Jackes Aires a seu ex-companheiro, Tancredo Neves Feliciano de Arruda, pode ter sido a motivação do crime de feminicídio praticado pelo o suspeito, no último domingo (11). Na ocasião, o corpo da delegada foi encontrado dentro de um carro próximo a São Sebastião do Passé.

 

Segundo a Polícia Civil, é possível que o criminoso tenha matado a vítima após ela cobrar um empréstimo de R$ 40.000 que fez, para que o suspeito utilizasse em um pagamento da revalidação do seu diploma de médico efetuado em outro país.

 

A hipótese é uma das linhas de investigação da corporação, que indicou que está apurando este motivo e o possível valor cobrado. Durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (13), a delegada-geral da Polícia Civil, Heloísa Brito explicou inicialmente que, além da questão financeira, a outra investigação é a relação conturbada do homem, que já tinha sido preso por agressões.  

 

“Ele [Tancredo] tinha uma relação conturbada e já tinha sido preso em maio deste ano, porque tinha agredido fisicamente ela [Patricia Neves], inclusive quebrado um dedo. Ele foi liberado no dia seguinte e revivou com ela a relação com promessas de casamento. Então de fato, eles tinham uma relação que era conflituosa”, afirmou Brito. 

 

Já a questão da cobrança do empréstimo feita pela vítima é uma segunda suposição que será investigada pela Polícia Civil. 

 

“Existe a possibilidade também que nós estamos levantando de que ela [a delegada Patrícia] teria feito um empréstimo a ele [o criminoso] de um valor financeiro e teria cobrado esta quantia. Nós estamos investigando isso, seria uma alegação de que ele [o suspeito] havia usado esse dinheiro para revalidar o diploma dele, que teria sido feito fora do Brasil. Essa é uma linha de investigação que nós ainda estamos aferindo. Agora de fato era uma relação conturbada, com um histórico de violência, e quando a gente verifica, o suspeito já tinha outras passagens por violência em Foz do Iguaçu, em Feira de Santana e no interior da Bahia. Então isso demonstra que ele era uma pessoa de caráter violento, de fato, e a gente acredita que o [crime] pode ter acontecido em razão da discussão, do dinheiro ou de fato pelo término ou continuidade da relação”, explicou a delegada-geral. 

 

“Só reforçando a motivação, nós acreditamos que é a razão do relacionamento conturbado. Essa questão financeira precisa ser mais esclarecida, mas de fato, ele era uma pessoa violenta com ela, já tinham tido históricos anteriores. Então eles tinham saído para um bar, tinham consumido bebida alcoólica, não dá para dizer exatamente o que ensejou isso, até porque para uma pessoa violenta, poucas coisas ou aquilo que foge a normalidade pode ser o estopim para essa grande discussão”, completou Heloísa.

 

VERSÃO ANTERIOR
Antes da polícia identificar o ex-noivo da vítima como suspeito, ele tinha alegado que a delegada teria sido morta por supostos bandidos que sequestram o casal. No entanto, a polícia desconfiou da versão após o relato de Tancredo apontar que três homens em uma moto teriam feito o sequestro, liberado o suspeito e por conta da demora do ocorrido. 

 

“Eu no plantão quando ele começou a falar, já comecei a achar estranho. Coloquei o telefone no viva-voz, e comecei a gravar do meu aparelho a conversa que nós tínhamos. Então assim, nessa conversa, depois quando a gente foi analisando, eu e o escrivão, foi chamando a atenção de que realmente a história não estava batendo. Quando as informações foram chegando, foi caindo tudo por terra. Então assim, quando ele passou no pedágio com ela, ele disse que já tinha sido largado antes, então como é que ele passa no pedágio dirigindo o carro. A gente foi juntando todas as versões e vimos que o que ele falou não foi nítido e a versão dele que começou a cair", relatou o delegado do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), Arthur Gallas.