Nova "shark", Monique Evelle crê que "CPF é mais importante do que pessoa jurídica" em novo negócio
Por Rebeca Menezes
A soteropolitana Monique Evelle já trabalha há 12 anos com empreendedorismo. Por isso, obviamente já tem suas estratégias para avaliar quando um projeto tem tudo para dar certo - ou errado. E é essa experiência que ela deve mostrar durante sua estreia como integrante da equipe do Shark Tank Brasil, reality show de empreendedorismo da Sony Channel. A oitava temporada já começou a ser gravada e deve ir ao ar no segundo semestre deste ano.
Mas o que chama mais a atenção dessa virginiana com touro, que faz questão de frisar que é "analítica" e estrategista", quando o assunto é um bom negócio?. "Quando a pessoa me convence nos primeiros 10 segundos, tem alguma coisa ali que eu preciso olhar com mais atenção. E o convencimento às vezes não é sobre o negócio, é sobre a pessoa física mesmo. Eu realmente acredito que quando uma empreendedora ou um empreendedor salta aos meus olhos, pode fazer qualquer coisa. Se o negócio que ela está apresentando não funcionar daqui a um tempo, eu tenho certeza de que vai criar outra coisa que vai funcionar. Porque a pessoa faz isso. Então o CPF é mais importante pra mim do que a pessoa jurídica. E depois eu olho pra jurídica com mais atenção, porque eu quero que funcione também", explicou, em entrevista ao BN Hall.
Questionada se é competitiva, a empresária - cofundadora da "Inventivos", uma plataforma de formação, conexão e investimento focada em novos empreendimentos -, Evelle admite que "existem várias Moniques". "Sou tranquila, mas tem momentos que me tiram do sério. Quando eu quero muito, às vezes eu espero o momento certo, às vezes eu quero lutar agora. E tá tudo bem. Agora você só vai saber em setembro. Ninguém nunca me viu negociando em público", sugeriu.
Foto: Guido Ferreira/ Sony Channel
Nomeada como Forbes Under 30 Brazil de 2021, Evelle crê que o principal desafio de novos empresários muitas vezes é ganhar segurança. "Não é sobre técnica, não é sobre método. É muita coisa que a gente ouve na jornada. A gente tá empreendendo, a família não apoia, não entende o que está fazendo, os amigos fazem piada, as pessoas têm vergonha de vender, e a autoestima vai pra baixo". Já o segundo passo, após ganhar confiança, é enfrentar o medo, que ela mesma admite ter tido ao aceitar o novo desafio de integrar o Shark Tank.
"Eu falei: 'putz, todo mundo vai me olhar. Eu vou negociar agora em público, olha que loucura'. Mas eu fui com medo mesmo".
Por isso, a empresária fez questão de frisar: nesses casos, não adianta ter apenas uma boa ideia. "Eu tenho várias, inclusive posso compartilhar pra galera criar negócios", brincou. Porém, quando a pessoa reúne essa boa ideia à confiança e à preparação para crescer, aí o projeto deslancha. "Quando a gente vê isso, falando de Salvador especificamente, a gente tem o AfroSaúde [startup que reúne profissionais de saúde negros]. Igor Rocha e Arthur Lima ganharam confiança, criaram um negócio do zero, e agora estão se preparando pra crescer. Não é um 'projetinho', é uma startup na área de saúde", exemplificou, citando ainda o delivery TrazFavela, que atende especialmente regiões que são excluídas de outras plataformas em Salvador.