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Sulivã Bispo leva representatividade e humor conscientizado ao palco do Teatro Jorge Amado

Por Alexandre Brochado

Sulivã Bispo leva representatividade e humor conscientizado ao palco do Teatro Jorge Amado
Foto: Iris Samara / Bahia Notícias

O ator Sulivã Bispo está de volta ao palco do Teatro Jorge Amado, em Salvador. Com o espetáculo Koanza, as apresentações ocorrerão nos dias 9 e 10 de setembro, às 20h. Os ingressos estão à venda na plataforma Sympla e na bilheteria do teatro.

 

Em entrevista para o BN Hall, Sulivã contou sobre o processo de produção dos números para o espetáculo e a escolha das falas. “É também uma aula de história, não só para quem está assistindo, mas para mim também. Porque tudo isso que Koanza vive parte muito das minhas vivências e também dessas memórias ancestrais. [...] Um espetáculo bem didático que traz, através da piada, desse humor conscientizado, todas essas linguagens", avaliou. "Trazer isso também por meio do humor, da internet e dos veículos de comunicação, que são grandes ferramentas hoje em dia. [O humor], para além de ser potente, é essencial para puxar seu espectador através do riso, mas um riso conscientizado”, destacou.

 

Koanza é marcada na carreira de Sulivã como a sua primeira personagem feminina. De acordo com o ator, Val Benvindo, jornalista e idealizadora do “Humor Negro”, teve uma importante contribuição para que ele seguisse adiante com a criação. 

 

“Digo que muito que sou de Koanza hoje agradeço muito a Val, porque às vezes ficamos com medo de fazer determinadas coisa e nós dois, oriundos do Curuzu, netos de mães de santo, trazemos também dessa corrente periférica a força de menino e menina preta, não só de crescer, mas de também de representatividade”, relatou. 

 

Foi através dessa parceria e pelo trabalho desenvolvido pelo ator que surgiu o convite para que ele participasse do “Humor Negro”. O projeto nasceu com o objetivo de mudar o significado da expressão, que antes era utilizada para se referir a uma comédia ofensiva, e que através dessa iniciativa busca abordar o conceito de um humor produzido por pessoas negras, proporcionando representatividade. 

 

O espetáculo “Humor Negro” iniciou-se no teatro, mas em seguida ganhou o formato multiplataforma. No ano passado, o projeto migrou para o audiovisual no Globoplay com a gravação no Teatro Vila Velha. Esse foi o piloto de uma sequência que viria a ser lançada em 2023. Neste ano, “Humor Negro - A Série” teve sua estreia no Multishow e no streaming da TV Globo, difundindo o trabalho de artistas negros. 

 

“É muito especial para mim, porque participei lá atrás quando ele ainda era um embrião no Teatro Jorge Amado [...] Diferente um pouco do teatro e da rede social, esse conteúdo do Globoplay, o conteúdo de fato do ‘Humor Negro’, torna a personagem ainda mais humana. Então é como se a gente conseguisse entender que Koanza de verdade existe. Primeiro que são 10 episódios, são seriezinhas, com pequenas esquetes em que os personagens estão vivendo situações diferentes”, citou o artista. 

 

Para Sulivã, o “Humor Negro” é um projeto muito profundo e possui uma sensibilidade racial. Além disso, não se trata apenas de uma obra comandada por pessoas pretas, mas de uma atração que possui desde sua produção até seu elenco majoritariamente negro. 

 

“Todos os ambientes você tem aquele abraço preto profissional, que está ali não apenas para lhe ajudar a estar no palco bem, mas também gera um conforto igualitário, buscando tornar esse projeto mais representativo e também mais confortável”, destacou. 

 

Em relação aos seus novos projetos, Sulivã revelou que neste ano deve voltar com Kaiala, espetáculo que completa sete anos em 2023 e é o seu primeiro solo em que apresenta três personagens diferentes. No enredo, o ator conta  a história do assassinato de uma menina de 10 anos que tem seu terreiro de candomblé invadido por evangélicos.

 

“Kaiala, que se faz necessário, continua fazendo a gente chorar, sorrir, mas lacrimejar muito em revolta. Acabamos de ter o assassinato de Mãe Bernadete e é um espetáculo que não posso nunca deixar de fazer, nem que seja uma vez no ano ele precisa voltar. É um espetáculo que escurece as nossas vivências e traz esse foco ainda mais latente para essas questões que precisamos discutir”, frisou. 

 

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