O escritor baiano Itamar Vieira Junior, conhecido internacionalmente pelo livro &ldquo;Torto Arado&rdquo;, far&aacute; sua estreia na literatura infantil com sua primeira obra direcionada a esse p&uacute;blico, intitulada &ldquo;Chupim&rdquo;. &nbsp;A obra ser&aacute; lan&ccedil;ada na Festa Liter&aacute;ria Internacional do Pelourinho (Flipel&ocirc;), em Salvador, no dia 9 de agosto, &agrave;s 10h, no Espa&ccedil;o Infantil Mabel Veloso (Pra&ccedil;a das Artes).

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&ldquo;Chupim&rdquo; explora a realidade brasileira e o trabalho no campo pela perspectiva da inf&acirc;ncia, a partir da figura de Julim, um menino que acompanha o seu pai no trabalho nas planta&ccedil;&otilde;es de arroz.

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A obra, que conta com a coautoria da artista visual Manuela Navas, &eacute; ambientado no mesmo universo de Torto Arado, consagrado um dos grandes romances da literatura brasileira atual.

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Escrito pelo baiano Itamar Vieira Junior, o livro &ldquo;Torto Arado&ldquo; venceu o pr&ecirc;mio liter&aacute;rio franc&ecirc;s Montluc R&eacute;sistance et Libert&eacute; 2024. A premia&ccedil;&atilde;o, ao qual tinha sido indicado em janeiro deste ano, celebra anualmente obras que promovem a an&aacute;lise, a reflex&atilde;o, os valores da resist&ecirc;ncia e da liberdade.&nbsp;

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A obra foi escrita por Itamar em 2019 e retrata a hist&oacute;ria de duas irm&atilde;s, Bibiana e Belon&iacute;sia, que foram marcadas por um acidente ainda na inf&acirc;ncia. Na obra, elas vivem em condi&ccedil;&otilde;es de trabalho escravo contempor&acirc;neo em uma fazenda no sert&atilde;o da Chapada Diamantina.&nbsp;

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<a href="https://www.bahianoticias.com.br/bnhall/noticia/5228-torto-arado-fura-bolha-e-universaliza-obra-de-itamar-vieira-junior" target="_blank">Em entrevista ao BN Hall, em janeiro deste ano,</a> o autor destacou que no momento em que escrevia a obra, n&atilde;o havia passado pela sua cabe&ccedil;a a propor&ccedil;&atilde;o que o livro tomaria e relatou ainda que na produ&ccedil;&atilde;o pensava nas pessoas que estavam &agrave; sua volta, como se tivesse contando uma hist&oacute;ria.&nbsp; 
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O Montluc R&eacute;sistance et Libert&eacute;, em sua s&eacute;tima edi&ccedil;&atilde;o, premia com o valor de &euro;$ 5 mil (cerca de R$ 27,2 mil) nas categorias livro, uma pe&ccedil;a ou uma obra liter&aacute;ria.&nbsp;

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Com tradu&ccedil;&atilde;o de Jean-Marie Blas de Robl&egrave;s, Torto Arado foi publicado na Fran&ccedil;a com o t&iacute;tulo &ldquo;Charrue tordue&rdquo; pela editora Zulma. A obra tamb&eacute;m integra a lista internacional do Booker Prize 2024. O evento est&aacute; previsto para ocorrer em maio deste ano. 
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Itamar Vieira Junior, escritor baiano, autor do premiado livro &ldquo;Torto Arado&rdquo;, tece narrativas que ecoam as influ&ecirc;ncias da literatura brasileira que adquiriu durante sua trajet&oacute;ria desde a inf&acirc;ncia. Com a maestria de quem entrela&ccedil;a a realidade e a fic&ccedil;&atilde;o, ele convida o leitor para um mergulho na diversidade brasileira. Em conversa com o BN Hall, Itamar compartilhou a ess&ecirc;ncia de seu processo criativo.

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De acordo com o escritor, nascido em Salvador, a fus&atilde;o entre mem&oacute;ria e imagina&ccedil;&atilde;o permeia toda a sua obra. &ldquo;Toda a minha experi&ecirc;ncia atravessa aquilo que escrevo. Sempre tento me aproximar da realidade, mas n&atilde;o aquela realidade factual, como se estivesse fazendo a disciplina de hist&oacute;ria. &Eacute; uma realidade que d&aacute; vez e voz &agrave; imagina&ccedil;&atilde;o das pessoas&rdquo;, explicou.&nbsp;

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&ldquo;Torto Arado&rdquo;, romance lan&ccedil;ado em 2019, se tornou um best-seller e ganhou o pr&ecirc;mio Jabuti, a mais importante honraria liter&aacute;ria do Brasil. Segundo o autor, no momento em que escrevia a obra, n&atilde;o havia passado pela sua cabe&ccedil;a a propor&ccedil;&atilde;o que o livro tomaria. Itamar contou que na produ&ccedil;&atilde;o pensava nas pessoas que estavam &agrave; sua volta, como se tivesse contando uma hist&oacute;ria.&nbsp;

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&ldquo;Nunca passou pela minha cabe&ccedil;a. Primeiro, porque vivemos em um pa&iacute;s que n&atilde;o &eacute; propriamente um pa&iacute;s leitor de literatura ficcional. Segundo, que &eacute; uma hist&oacute;ria do meio ficcional que sempre privilegiou as hist&oacute;rias do eixo Rio-S&atilde;o Paulo, pelo menos as das &uacute;ltimas d&eacute;cadas. Uma hist&oacute;ria que se passa no interior da Bahia, protagonizada por uma fam&iacute;lia negra de trabalhadores rurais, em um regime que lembra a escravid&atilde;o, isso n&atilde;o passava pela minha cabe&ccedil;a que chegasse aos cora&ccedil;&otilde;es dos leitores, que ganhasse o sentido que ganhou. [...] Hoje, escrevo, em alguma medida, pensando nesses leitores que n&atilde;o conheci&rdquo;, declarou.&nbsp;

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Para o baiano, &eacute; importante o contato com os seus leitores, pois &eacute; durante a leitura que o livro ganha vida. Ele enfatiza a influ&ecirc;ncia do leitor na interpreta&ccedil;&atilde;o da obra, iluminando aspectos que o pr&oacute;prio autor pode n&atilde;o ter percebido ao escrever. Mas quando o assunto &eacute; o p&uacute;blico &nbsp;de outros pa&iacute;ses, que tamb&eacute;m adquiriu gosto pela obra, Itamar caracteriza as emo&ccedil;&otilde;es das personagens como uma ponte entre culturas.&nbsp;

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&ldquo;Escrever sobre a Bahia, sobre essas personagens, &eacute; de alguma forma escrever sobre algo que &eacute; familiar pra mim, essa &eacute; a minha &lsquo;aldeia&rsquo;. Acho que no fundo essas personagens n&atilde;o s&atilde;o diferentes de outras personagens de outros lugares do mundo. Os leitores se interessam pela experi&ecirc;ncia humana, e elas s&atilde;o capazes de transmitir isso independente do idioma no qual elas sejam lidas. Ainda assim as personagens s&atilde;o humanas, elas sofrem, sentem medo, se decepcionam, elas erram, t&ecirc;m coragem, ou seja, s&atilde;o sentimentos que s&atilde;o universais, atravessam todas as culturas, atravessam todos aqueles que t&ecirc;m capacidade de ler e interpretar essas hist&oacute;rias. Acho que s&oacute; isso pode justificar a leitura desse livro, com uma hist&oacute;ria t&atilde;o particular e espec&iacute;fica, do interior da Bahia, tocar os leitores&rdquo;, pontuou.&nbsp;

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O livro &ldquo;Torto Arado&rdquo; faz parte de uma trilogia que ganhou, no ano passado, seu segundo volume, &ldquo;Salvar o Fogo&rdquo;. Na obra, Itamar conta ao leitor uma hist&oacute;ria real do Brasil, apesar de utilizar da fic&ccedil;&atilde;o para passar a sua mensagem. Tendo como cen&aacute;rio o interior da Bahia, temas como luta de classes, escassez, religi&atilde;o e cultura s&atilde;o retratados, dando voz a um povo silenciado.&nbsp;

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A hist&oacute;ria do primeiro livro criou um v&iacute;nculo com seus leitores e est&aacute; projetada para se tornar uma s&eacute;rie na HBO Max, com produ&ccedil;&atilde;o do cineasta Heitor Dhalia. Questionado sobre como anda o processo do audiovisual, Itamar confessou que n&atilde;o est&aacute; acompanhando e que ir&aacute; assistir com a mesma curiosidade de um leitor.&nbsp;

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&ldquo;Eu n&atilde;o participo, n&atilde;o sei nem em que p&eacute; anda, quando vai estrear, quem s&atilde;o as pessoas. N&atilde;o participo do processo de adapta&ccedil;&atilde;o. At&eacute; fui convidado, mas prefiro me ocupar com outras coisas, como escrever. [Seria um trabalho que] demandaria muita energia, muito tempo de mim. Estou sendo bem honesto, n&atilde;o sei em que p&eacute; anda, como est&atilde;o as coisas&rdquo;, afirmou.&nbsp;

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Aos nossos leitores do BN Hall, o escritor baiano deixou uma mensagem de incentivo &agrave; leitura: &ldquo;Leiam, valorizem a cultura do nosso pa&iacute;s. O Brasil &eacute; uma pot&ecirc;ncia de hist&oacute;rias, de arte, e falando em particular de literatura, de estilo liter&aacute;rio, que n&atilde;o deixa nada a dever a melhor literatura do mundo. Ent&atilde;o, valorizem a literatura brasileira, comprem livros, peguem emprestado em bibliotecas, isso &eacute; importante at&eacute; para fomentar aqueles que est&atilde;o nessa estrada, escrevendo esse pa&iacute;s.&rdquo;

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Notícia

Escritor baiano Itamar Vieira Junior lança “Torto Arado” em Nova York

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