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Dia de Iemanjá: Conheça artistas baianos que representam a Rainha do Mar através do artesanato

Por Redação

Dia de Iemanjá: Conheça artistas baianos que representam a Rainha do Mar através do artesanato
Fotos: Penellope Bianche / Loja Paiol

No Dia de Iemanjá, celebrado em 2 de fevereiro, a orixá é homenageada como a Rainha das águas, sendo uma figura popular nas religiões de matrizes africanas. Na Bahia, estado que se estabeleceu como berço do Candomblé e da Umbanda no Brasil, a devoção a Iemanjá é bastante significativa, além de sua presença em representações culturais, como músicas escritas por grandes artistas (Gal Costa, Caetano e Dorival Caymmi) e artes manuais. 

 

Influenciados pelo histórico da região, diversos artistas populares baianos foram inspirados a homenagear a Orixá por meio do artesanato, utilizando a criatividade e diferentes materiais para dar vida à Rainha do Mar. 


“A Bahia é o local que mais concentra artesãos e artistas populares que representam esta entidade por conta do processo histórico que a levou a ser a região do Brasil com o maior número de pessoas de origem africana. E embora cada artista ou artesão imprima a sua própria identidade, as diferentes Iemanjás que encontramos por lá carregam consigo algumas características específicas que nos permitem identificá-la. O vestido, quase sempre em tons de azul, e o espelho na mão direita são alguns desses elementos”, revelou Lucas Lassen, curador e diretor criativo da Paiol, uma das principais lojas de artesanato de tradição e arte popular do país. Na Paiol, Lucas tem sido responsável por trazer visibilidade e sustentabilidade para artesãos de todo país. 



Conheça alguns destes artistas:

 

Jan Araújo 
Nascido em Salvador, mas criado em Lençóis, na Chapada Diamantina, Jan Araújo começou no artesanato por influência de seu pai, que também é ceramista. Aos 26 anos, decidiu deixar o ofício para explorar outras áreas, mas acabou retornando ao setor em 2011. Embora não siga uma religião de matriz africana, o artista afirma que a relação com os orixás faz parte do cotidiano baiano. Para realizar as representações das entidades africanas, incluindo a de Iemanjá, Jan desenvolveu um estilo próprio, inspirado nas obras da artista baiana Eliana Kertész, reconhecida por esculturas de mulheres volumosas. 

 

 

“Eu gosto desta ideia de peças gordinhas e, no meu caso, eu acho que a cerâmica favorece este formato. Por isso, a minha Iemanjá é assim, mais cheinha, mas continua carregando os elementos que remetem ao movimento do mar”, completa.

 

Aless Teixeira
Conhecido como Aless, os primeiros trabalhos de Alessandro Teixeira, foram por volta dos 16 anos. Também influenciado pelo pai, que é artesão, o artista utiliza vários materiais para compor suas obras, como latão, cobre e diferentes tipos de metais. Sua relação com os orixás vem de sua religião, o Candomblé, onde ele é como um sacerdote de Iemanjá, além de ser responsável pelo toque dos atabaques e pelas oferendas durante rituais litúrgicos. Em seu trabalho, para dar vida à mãe das águas, o artesão prefere manter as características originais da entidade. 

 

 

“[...] no meu trabalho, eu gosto de manter as características litúrgicas, não só com ela, mas com qualquer entidade religiosa. Acho que é importante manter as características originais”. 

 

Karla Issa
Soteropolitana, Karla Issa iniciou no artesanato com 15 anos, quando começou a fazer suas roupas e produzir colares com estética africana. Mais tarde, ela se formou em Assistência Social, profissão que exerce até hoje e que divide o tempo com os trabalhos artesanais. No Candomblé, a artista é Ekedi, um posto feminino de alta importância. Utilizando materiais reciclados para fazer a sua arte, ela se inspira na liturgia religiosa, produzindo escapulários e oratórios, utilizando retalhos de couro, caixas de fósforo e técnicas de pintura. As peças mais procuradas por seus clientes costumam ser de Iemanjá. 

 

 

Mestre Gerard e Elson
Mestre Gerard, nascido em Barra, no oeste da Bahia, ensina seu ofício autodidata a dezenas de artesãos em seu ateliê-escola no terreiro Pai Xangô das Cachoeiras. Utilizando o barro dos rios locais, ele cria esculturas que refletem o sincretismo religioso, retratando duas imagens em uma, como Oxóssi com a bravura de São Jorge e as vestes de Nossa Senhora das Candeias com as de Iemanjá. Além de artesão, Gerard é Babalorixá do terreiro, onde mora e ensina gratuitamente. Seu primeiro discípulo, Elson Alves, destacou a importância do artista em seu aprendizado e compartilhou a celebração especial para Iemanjá em 2 de fevereiro.

 

 

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