Inaugurada nesta quinta-feira (20) na Filarm&ocirc;nica de Paris, a mostra &quot;Amaz&ocirc;nia&quot; foi lan&ccedil;ada pelo fot&oacute;grafo Sebasti&atilde;o Salgado. Fruto de uma viagem de sete anos pelas entranhas da maior floresta tropical do mundo, a&nbsp;mostra vai viajar por cidades como Londres, Roma, S&atilde;o Paulo e Rio de Janeiro, da mesma forma que seu grande trabalho, &quot;G&ecirc;nesis&quot;, deu a volta ao mundo para mostrar os lugares mais bonitos e remotos do planeta.

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Segundo o site G1, Sebasti&atilde;o Salgado, de 77 anos, tinha a inten&ccedil;&atilde;o de convidar &agrave; inaugura&ccedil;&atilde;o lideran&ccedil;as ind&iacute;genas para fazer ouvir suas vozes contra a destrui&ccedil;&atilde;o de seu habitat e suas consequ&ecirc;ncias para o planeta. Ele espera fazer isso assim que a pandemia diminuir.

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A floresta tropical amaz&ocirc;nica, que cobre boa parte do noroeste do Brasil e se estende at&eacute; a Col&ocirc;mbia, Peru e outros pa&iacute;ses da Am&eacute;rica do Sul, &eacute; a maior floresta tropical do mundo, famosa por sua biodiversidade.

A fot&oacute;grafa Paula Fr&oacute;es que faz parte da equipe de fotografia da Secret&aacute;ria de Comunica&ccedil;&atilde;o Social do Estado (Secom) conquistou o primeiro lugar no concurso Olhares Inspiradores, promovido pela Canon, com a fotografia &quot;Abund&acirc;ncia&quot;. &quot;Esse foi o primeiro banho de Adilson com &aacute;gua em abund&acirc;ncia no quilombo Alto do Bonito, em Senhor do Bonfim, no sert&atilde;o da Bahia. Eu fiz em 2010, quando o Governo do Estado entregou tr&ecirc;s cisternas de produ&ccedil;&atilde;o e de consumo no quilombo. &Eacute; a fotografia que mais marcou a minha vida, tanto que eu n&atilde;o esque&ccedil;o o nome do garoto&quot;, explica Paula. A imagem vencedora concorreu com 3623 inscri&ccedil;&otilde;es de profissionais de todo o pa&iacute;s.

Em agosto se comemorou o m&ecirc;s mundial da fotografia. Em Salvador, diversos eventos e mostras discutiram sobre o cen&aacute;rio baiano. Conta a hist&oacute;ria que o primeiro daguerre&oacute;tipo, aparelho fotogr&aacute;fico antigo, disparou em Salvador em meados do s&eacute;culo XIX. O disparo teria sido realizado&nbsp;em 1839, pelo abade Louis Compte, que esteve na cidade por alguns dias, narra Maria Guimar&atilde;es Sampaio no seu livro&nbsp;&ldquo;A Fotografia na Bahia&rdquo;. O registro do daguerre&oacute;tipo se perdeu e n&atilde;o ficou conhecido. A hist&oacute;ria da fotografia em territ&oacute;rio baiano&nbsp;a partir da&iacute;, sim. &ldquo;A fotografia na Bahia foi pioneira por muito tempo&rdquo;, defende o professor Marcelo Reis ao dizer que Salvador foi uma das primeiras cidades a desenvolver um coletivo de fot&oacute;grafos na d&eacute;cada de 70.&nbsp;

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Por&eacute;m, o pioneirismo do cen&aacute;rio da arte&nbsp;foi perdido. Reis conta que a Bahia chegou a ficar at&eacute; 7 anos sem editais para incentivar a fotografia art&iacute;stica devido a cortes or&ccedil;ament&aacute;rios vividos nos &uacute;ltimos anos pela cultura. &ldquo;Durante qualquer corte, a fotografia &eacute; o primeiro campo da arte que sente&rdquo;, defende o professor. A falta de editais e incentivos na &uacute;ltima d&eacute;cada permitiu que outros estados do Nordeste e do Brasil passassem na nossa frente. &ldquo;A gente deu alguns passos para tr&aacute;s em compara&ccedil;&atilde;o com o que est&aacute; acontecendo no cen&aacute;rio brasileiro&rdquo;, completa o professor.&nbsp;

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Apesar da estagna&ccedil;&atilde;o da fotografia art&iacute;stica, a produ&ccedil;&atilde;o como hobby e como registro documental de anivers&aacute;rios, casamentos e afins&nbsp;nunca parou. O acesso mais f&aacute;cil e barato a m&aacute;quinas, seja&nbsp;semiprofissionais, seja por um exemplar super potente de celular, permitiu que as pessoas fotografassem, mas n&atilde;o que se tornassem fot&oacute;grafas. Para Marcelo Reis ser fot&oacute;grafo n&atilde;o &eacute; somente &ldquo;apertar um bot&atilde;o e capturar uma imagem&rdquo;. &Eacute; necess&aacute;rio &ldquo;gerar sentido&rdquo;. &nbsp;&ldquo;N&atilde;o adianta ser sem ser&rdquo;, comenta o professor sobre o despreparo de algumas pessoas que fotografam hoje em dia. &nbsp;

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Esse despreparo de algumas pessoas com a c&acirc;mera &eacute; uma das principais reclama&ccedil;&otilde;es do fot&oacute;grafo Luciano Carcar&aacute;. Em um grupo de no Facebook, Luciano publicou um desabafo que denunciava a falta de educa&ccedil;&atilde;o de algumas pessoas na festa da Irmandade da Boa Morte em Cachoeira. Segundo Carcar&aacute;, alguns fot&oacute;grafos posicionavam a c&acirc;mera com flash na cara das Irm&atilde;s e atrapalhavam o andamento da festa. &ldquo;A Fotografia virou terapia e o desespero de alguns grupos por likes no Facebook contribui para um ambiente lotado de gente interferindo no andamento&rdquo;, fala Carcar&aacute; sobre sua teoria que o fot&oacute;grafo precisa entrar e sair sem ser notado dos lugares.

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Sem editais, os cursos de fotografia e os os profissionais da &aacute;rea&nbsp;acabam ref&eacute;ns da cobertura das festas da cidade e de eventos. Carcar&aacute; brinca que hoje temos mais fot&oacute;grafos do que pessoas em festas como a de Iemanj&aacute;, comemorada no dia 2 de fevereiro. &ldquo;A fotografia art&iacute;stica continua em crise porque o edital n&atilde;o vem e as contas s&atilde;o mensais&rdquo;, comenta Luciano. J&aacute;&nbsp;Marcelo Reis acredita que a crise &eacute; de base, sendo a forma&ccedil;&atilde;o de fot&oacute;grafos muito &ldquo;engessada&rdquo;. &nbsp;&ldquo;O cursos ficam presos numa vis&atilde;o mais comercial&rdquo;, lamenta.

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Efervesc&ecirc;ncia 
Apesar de todos os problemas, o cen&aacute;rio da fotografia art&iacute;stica na&nbsp;Bahia voltou a viver uma &ldquo;efervesc&ecirc;ncia&rdquo; nos &uacute;ltimos meses devido &agrave;&nbsp;retomada de editais, segundo Luciano. &ldquo;Os editais voltaram a partir de um esfor&ccedil;o coletivo que pressionou os meios legais&rdquo;, conta.&nbsp; 
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Entre os projetos que surgiram nessa &ldquo;efervesc&ecirc;ncia&rdquo; est&aacute; a revista de fotografia contempor&acirc;nea Umbu. A publica&ccedil;&atilde;o, para Luciano,&nbsp;vai de encontro&nbsp;ao estere&oacute;tipo de &ldquo;vamos fotografar a roda de capoeira e as festas locais a que muitos pensam que a fotografia da baiana est&aacute; presa&rdquo;. Atualmente a baiana Umbu est&aacute; sendo distribu&iacute;da pela Am&eacute;rica Latina.&nbsp; 
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Em 2017 tamb&eacute;m foi retomado o pr&ecirc;mio de fotografia Pierre Verger. A premia&ccedil;&atilde;o&nbsp;&eacute; realizada&nbsp;pela Coordena&ccedil;&atilde;o de Artes Visuais/Diretoria das Artes da Funda&ccedil;&atilde;o Cultural do Estado da Bahia (Funceb), entidade vinculada &agrave; Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult-BA), com o objetivo de incentivar, divulgar e valorizar a produ&ccedil;&atilde;o fotogr&aacute;fica brasileira, como tamb&eacute;m a bienal de arte do Museu de Arte da Bahia (MAB).

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Durante todo o m&ecirc;s mundial da fotografia, comemorado em agosto, palestras e workshops foram realizados em Salvador e na Bahia. Entre os citados pelos fot&oacute;grafos Marcelo Reis e Luciano Carcar&aacute; est&atilde;o uma s&eacute;rie de palestras realizadas no sub&uacute;rbio (<a href="http://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/28804-mocambos-marginais-comemora-dia-da-fotografia-no-subca-urbio-ferrovica-ario-de-salvador.html">leia aqui</a>) e uma discuss&atilde;o sobre os pap&eacute;is das mulheres na fotografia (<a href="http://www.bahianoticias.com.br/cultura/noticia/29093-palacete-das-artes-recebe-discussca-ao-sobre-as-mulheres-na-fotografia.html">leia aqui</a>).

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