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Opinião: Se havia acordo na AL-BA, o recado foi dado aos deputados: não há mais

Por Fernando Duarte

Opinião: Se havia acordo na AL-BA, o recado foi dado aos deputados: não há mais
Foto: Jade Coelho / Bahia Notícias

O ministro Rui Costa deu uma demonstração de força na última semana, quando emplacou a esposa, Aline Peixoto, na vaga de conselheira do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). O ritual de desapego, que aconteceu com Jaques Wagner em 2015, ainda não parece ter atingido o ex-governador e isso significou uma vitória confortável dele na Assembleia, mesmo após deixar o cargo. Sinal de que os parlamentares, que reclamaram da forma como foram tratados por vezes ao longo da última administração, passaram uma borracha em qualquer tensão no relacionamento.

 

O governador Jerônimo Rodrigues garantiu não ter feito gestão para lidar com a indicação de Aline. Deixou claro que, caso seja instado a indicar alguém ao TCM - o que vai acontecer em breve -, espera que não haja resistência do entorno ou mesmo dos deputados. O recado foi implícito, mas já pode ser percebido quando o líder do governo Rosemberg Pinto (PT) avisou que não há acordo sobre as próximas vagas. Ou seja, quem tem algum tipo de planejamento prévio precisa combinar com os interessados antes.

 

Ao abrir mão de indicar um parlamentar, a Assembleia abriu mão de uma prerrogativa que pode custar caro em futuras escolhas. Não que fosse obrigatório ser deputado ou deputada, porém até antes de Aline Peixoto ensaiar a indicação era esse o discurso corrente, mesmo dentro do governo. A oposição surfou nesse discurso, numa tentativa de reverter um quadro amplamente favorável à ex-primeira-dama. Deu com os burros n’água e precisa lidar, inclusive, com a hipótese de que integrantes da minoria não acompanharam a indicação do ex-deputado Tom Araújo.

 

A posse da nova conselheira garantiu que ela já estivesse apta a participar da nova direção do TCM. Não deixa de ser uma tentativa de virar a página sobre o tema.

 

Ainda que tenha sido uma vitória importante para Rui e para o entorno do ex-governador, é importante reconhecer também que houve uma movimentação interessante por parte dos opositores, especialmente do ex-presidente da Assembleia, Marcelo Nilo. Ao retirar o próprio nome de uma disputa virtualmente perdida, ele tenta se manter ativo para futuros embates. No entanto, sem a famosa “tinta na caneta” que ele tanto gosta de falar, dificilmente logrará êxito. Pelo menos sonhar não paga.