Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Opinião: Rui insiste na roupa de governador da Bahia e gera saia justa para 2026

Por Fernando Duarte

Opinião: Rui insiste na roupa de governador da Bahia e gera saia justa para 2026
Foto: Joá Souza/GOVBA

Na mesma semana em que a Folha de S. Paulo divulgou que o ministro da Casa Civil, Rui Costa, recebe um prefeito baiano a cada dois úteis em Brasília, o editor de política do Bahia Notícias, Mauricio Leiro, trouxe a informação que o ex-governador da Bahia não descartaria retornar ao Palácio de Ondina em uma disputa em 2026. Não há fumaça quando não há fogo, então Rui manterá o direito de espernear contra a imprensa - como sempre o fez -, ao mesmo tempo em que vê suas projeções sendo frustradas ainda no nascedouro.

 

A orquestração para que Rui volte a ser candidato ao governo obrigaria um crescente desgaste de Jerônimo Rodrigues, que, dado à dívida de gratidão que ainda mantém, sequer se propõe a criar uma marca para si no governo da Bahia. Isso não parece ser um problema para o ex-governador, que já emplacou a própria esposa, Aline Peixoto, no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) sem qualquer pudor e volta e meia dá as caras pela Bahia sem se sentir constrangido por eventualmente criar uma sombra para que o sucessor não consiga ter o lugar ao sol que lhe fora prometido.

 

Jerônimo não é um pobre coitado, mas está longe de ter a agilidade política que há tempos se criticava em Rui. O ministro da Casa Civil até tentou dar as caras como articulador e se viu obrigado a permanecer no governo a contragosto, mesmo que tenha emplacado a indicação do sucessor. Desde que saiu de Ondina (com atraso, inclusive) para uma sala no Planalto, todavia, o comportamento de Rui não é de um ex-governador. É um eterno candidato que, nas horas vagas, faz as vezes de ministro. Como não deve realizar o sonho de ser candidato a presidente, graças a provável tentativa de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e a fila petista colocar Fernando Haddad à frente, ele centra as forças na Bahia.

 

Ao falar publicamente que é candidato à reeleição ao Senado e que Jerônimo tentaria a reeleição em 2026, o também ex-governador Jaques Wagner demarcou uma posição clara: não compactua com qualquer tentativa de demover o governador do direito de tentar permanecer no cargo - algo que ele próprio fizera e Rui repetiu. E o reforço de que estaria consolidado como candidato ao Senado, mais uma vez, aponta que, se Rui quiser tentar a cadeira, terá que ser a outra vaga, atualmente ocupada por Angelo Coronel e o PSD. Ou alguém, com o mínimo de racionalidade política, acredita que é possível que o PT concentre todas as principais posições da chapa do próximo pleito majoritário? A não ser que o Avante aceite ser mais do que emprenhado...

 

Não é de hoje que, nos bastidores, a imprensa ouve a existência de uma tensão entre Wagner e Rui. Criador e criatura não concordam em muita coisa, mas evitam tratar do tema de uma maneira explícita. Há até um esforço reiterado de tratar como falsa qualquer animosidade entre ambos - especialmente por parte do ministro e do seu entorno. No entanto, onde há fumaça, há fogo. E, convenhamos, por mais que Rui tenha adquirido habilidade política, o especialista em apagar - e evitar - incêndios é Wagner.