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Opinião: Progressistas no governo Jerônimo é uma exposição em um museu de grandes novidades

Por Fernando Duarte

Opinião: Progressistas no governo Jerônimo é uma exposição em um museu de grandes novidades
Foto: Reprodução/ Instagram @marionegromontejr

O Progressistas finge que não é base aliada do governo de Jerônimo Rodrigues apenas para não parecer adesista de primeiro instante. Antes mesmo do primeiro turno das eleições em 2022, integrantes da legenda, insatisfeitos com o rompimento, mantiveram fortes vínculos com o arco de alianças petistas na Bahia. Terminada a eleição e confirmada a vitória de Jerônimo, o embarque aconteceu naturalmente, especialmente na Assembleia Legislativa da Bahia. Agora, já não há mais o que esconder: passado o pleito de outubro, o partido oficializa o retorno ao seio do governo da Bahia.

 

Logicamente, não é uma posição unânime. O lado de João e Cacá Leão dificilmente vai aceitar - e ser aceito - como parte da base aliada de Jerônimo. Foi traumática a forma com que ambos foram “enxotados” pelo então governador Rui Costa e mesmo por Jaques Wagner, que foi o responsável pelo anúncio público que o então vice não realizaria o sonho do mandato tampão. Por isso, podemos naturalizar que o posicionamento deles em Salvador vai ser preponderante e o PP se manterá como aliado de Bruno Reis em caso de reeleição.

 

O contraponto do núcleo Leão é Mário Negromonte Jr. Desde a época em que o pai dele era militante partidário, havia um acordo de coexistência pacífica entre as famílias no controle da sigla. Porém, Mário Jr. representa um nível de governismo ligeiramente acima do clã Leão, o que explica o movimento intensificado ao longo dos últimos meses para que o PP se reaproximasse de Jerônimo. Então, Negromonte e Leão voltaram a ficar em “lados opostos” da condução da legenda na Bahia.

 

Há um empecilho extra, contudo, para que o Progressistas coloque os dois pós na base do PT da Bahia - além da posição do clã Leão. O presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PI), insiste em manter distanciamento do petismo em diversos âmbitos. Não que isso seja imutável, claro. Ciro aderiu ao bolsonarismo e virou defensor-mor de Jair Bolsonaro depois que foi alçado a chefe da Casa Civil. Essa equidistância é estratégica para o piauiense, razão pela qual pode ser difícil o endosso da direção nacional nesse adesismo. Então, é necessário que Ciro faça vista grossa para o movimento de Negromonte Jr. e companhia.

 

Inclusive, o Progressistas sendo um pouco governo e um pouco independente (oposição, nunca) é algo bem padrão para o comportamento do partido. Aconteceu no passado, acontece agora e vai acontecer no futuro. É algo bem típico para um partido que existe para garantir governabilidade - independente de quem estiver no poder. Por isso, não estranhemos quando se confirmar a apuração do editor de política Mauricio Leiro, de que em outubro haverá a formalização do embarque no governo Jerônimo. Afinal, o partido vai permanecer com a mesma posição na esfera federal e com um pé na prefeitura de Salvador (caso Bruno seja reeleito). Tudo como antes...