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Catadores reclamam de pouca comida nos centros de coletas nos circuitos do Carnaval

Por Redação

Catadores reclamam de pouca comida nos centros de coletas nos circuitos do Carnaval
Foto: Divulgação

Os catadores de materiais recicláveis solicitaram aumento da quantidade de refeições servidas aos trabalhadores do Carnaval e ampliação do horário de distribuição dos alimentos. As reivindicações foram ouvidas por defensores públicos neste domingo (19), no Circuito Dodô, em Ondina.


Uma das catadoras relatou que eles tem um café da manhã, um almoço e dois lanches, mas que a quantidade é pouca. Para ela, deveriam servir ao menos uma janta, pois já melhoraria a situação.


A subdefensora-geral, Firmiane Venâncio afirmou que há um fluxo a ser aprimorado para o próximo Carnaval. “Precisamos fazer esse alinhamento para que não haja uma distância muito grande entre uma refeição e outra. Então, nós vamos dialogar com o Município, levantar todas as informações para que, no próximo Carnaval, não exista tanto desgaste para os trabalhadores”, declarou.


Durante a fiscalização realizada no circuito Dodô, a Defensoria também divulgou a campanha deste ano – “Ambulantes, catadores(as) e cordeiros(as): valorize quem dá show no carnaval” – com foco nos trabalhadores e trabalhadoras da folia. Na ocasião foram distribuídos adesivos para ambulantes além de realizada a escuta aos trabalhadores.


Entre eles esteve Everaldo Alves dos Santos, 59 anos, que chegou em Ondina na última quarta-feira (15), para vender bebidas já no tradicional “abre-alas” do Carnaval de Salvador.  Enquanto os foliões se divertem, Everaldo trabalha e, após a festa, dorme e faz as suas refeições no mesmo local. “A gente dorme e acorda aqui. Hoje, choveu e molhou as nossas coisas [colchão, lençol], aí colocamos para secar. Aqui mesmo eu como, passam vendendo a quentinha e eu compro, né, porque não posso ficar com fome”, relatou Everaldo. 


O vendedor ambulante também explicou que enfrenta dificuldades para fazer as necessidades fisiológicas no Carnaval. “Quando a gente precisa fazer necessidades, tem que andar muito, porque não tem mais banheiro químico aqui perto, temos que andar muito. O isopor nós deixamos com outras pessoas, precisamos pedir aos colegas para cuidar da mercadoria”, desabafou o ambulante. 


Defensora pública e coordenadora de Direitos Humanos, Eva Rodrigues também defendeu a ampliação do diálogo com o Município no sentido de implantar espaços de acolhimento para abrigar também os vendedores ambulantes que, hoje em dia, ainda dormem nos circuitos.  “A gente pensa em iniciar um trabalho de construção de política para prover o acolhimento institucional dessas pessoas. Nós sabemos que vai ser um desafio muito grande alocá-las [em um Centro de Convivência], mas deixar de discutir essa questão não é uma possibilidade. Precisamos pensar na segurança e no descanso desses trabalhadores”, afirmou Eva Rodrigues.