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Viúva de vítima da chacina de motoristas de app conta que namorado planejava casamento e detalha noite do crime

Por Camila São José / Gabriel Lopes

Viúva de vítima da chacina de motoristas de app conta que namorado planejava casamento e detalha noite do crime
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

Um relacionamento tranquilo que já durava nove meses. Foi assim que a namorada de Alisson Silva Damasceno, uma das vítimas da chacina de motoristas por aplicativo em 2019, em Salvador, classificou a relação dos dois. Ela é uma das testemunhas de acusação no júri da travesti Amanda, acusada de envolvimento no crime. O júri acontece no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, e teve início às 8h desta quarta-feira (19).

 

Durante seu depoimento, Joelma relatou que Alisson estava desempregado antes de rodar através do aplicativo Uber. Após ser demitido do mercado em que trabalhava, ele conseguiu alugar um carro para atender corridas de transporte de passageiros através da plataforma. Ainda conforme a testemunha, o namorado trabalhava entre 8h e 18h. "O nosso combinado foi ele não rodar à noite, só de dia", disse.

 

De acordo com o relato, na noite do crime, Alisson teria buscado ela no trabalho e o casal foi para o Dique do Tororó comer pizza. Na ocasião, os dois teriam acordado que Alisson iria para a casa dos pais, na Bonocô, e na manhã seguinte voltaria para o apartamento dela no Orixás Center. Joelma conta que por volta das 6h15 viu uma mensagem que Alisson havia deixado, às 1h55, e dizia: "Amor, vou começar a rodar porque a cama fica vazia sem você". A testemunha conta, ainda, que questionou o horário e pediu para o namorado tomar cuidado.

 

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Joelma trabalha como cuidadora de uma criança com deficiência e ficou sabendo do caso pela TV, quando a câmera deu zoo na placa do carro de Alisson, um automóvel de cor vermelha. "Soube que tinha um sobrevivente e eu achava que o sobrevivente era ele", disse.

 

Durante o depoimento, ela também relatou que ele estava fazendo um curso para polícia e planejando casamento.

 

RELEMBRE O CASO

Na madrugada de 13 de dezembro de 2019, por volta das 4h, quatro motoristas de aplicativo foram mortos na localidade conhecida como ‘Paz e Vida’, na entrada do bairro da Santo Inácio, na capital baiana.

 

Junto com comparsas, Amanda é acusada de ter montado uma emboscada e simular chamadas em aplicativos de viagem para atrair motoristas até o bairro. Ao chegarem, as vítimas foram espancadas e torturadas até a morte. Os quatro motoristas assassinados foram identificados como Alisson Silva Damasceno dos Santos, Daniel Santos da Silva, Genivaldo da Silva Félix e Sávio da Silva Dias. O quinto motorista, Nivaldo dos Santos Vieira, conseguiu fugir e sobreviveu à chacina.

 

A motivação do crime, conforme constam nos autos do processo, seria vingança, já que na noite anterior, diversos motoristas teriam se recusado a entrar na localidade, no bairro Santo Inácio, alegando falta de segurança. A recusa das viagens teria impedido o atendimento médico da mãe de um traficante da região, apontado como mandante e um dos autores dos crimes.