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Primeiro condenado à morte pela ditadura, juiz aposentado morre aos 70 anos

Por Redação

Primeiro condenado à morte pela ditadura, juiz aposentado morre aos 70 anos
Foto: Criar Brasil

O juiz aposentado Theodomiro Romeiro dos Santos, conhecido por ter sido o primeiro homem condenado à morte pela ditadura militar, em março de 1971, quando tinha apenas 18 anos, morreu neste domingo (14). O magistrado, de 70 anos, teve um AVC hemorrágico em 2018.

 

Theodomiro se aposentou da função, em 2012, pelo Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco (TRT-PE), depois de quase 20 anos atuando como magistrado. Em nota, o tribunal lamentou o falecimento do juiz. No TRT-PE, ocupou a titularidade das Varas de Catende, Cabo, Salgueiro, Serra Talhada, entre outras. Entre 2000 e 2004, foi presidente da Associação de Magistrados Trabalhistas (Amatra VI).

 

O velório e o enterro acontecerão no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, em Recife, nesta segunda-feira (15), às 14h e 17h, respectivamente. 

 

Em publicação nas redes sociais, o jornalista e escritor baiano Emiliano José lamentou o falecimento do amigo e relembrou sua história. “A notícia de Virgínia, amorosa companheira dele, amorosa assim num limite pouco conhecido, agora, pouco depois das 19 horas, me envolveu em tristeza profunda. Theo é um dos nossos heróis”, escreveu.

 

“Um revolucionário partiu. Um homem bom. Fui testemunha, na prisão e depois, do espírito solidário dele. Como poucos, exercitava a solidariedade. Como poucos, sabia ser amigo. Triste, muito triste. O bom é poder recordar dele com tanta amizade, admiração, amor. Meu filho leva o nome dele. Adeus, meu querido companheiro e amigo. Jamais o esqueceremos”, complementou.

 

 

 

Militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR) na luta contra a ditadura militar, Theodomiro foi preso no dia 27 de outubro de 1970. Meses depois, foi condenado à morte pelo Conselho Especial da Aeronáutica, sendo o primeiro brasileiro a receber essa sentença desde a Proclamação da República. Ele escapou da execução, tendo a pena revertida em prisão perpétua.

 

Sob tortura e risco de morte pela repressão, fugiu da prisão e se exilou na França em 1979. Theodomiro retornou do exílio em 1985, quando sua condenação expirou. Na época, graduou-se em Direito e constituiu carreira no TRT-PE. Posteriormente, recebeu anistia.

 

Em 2022, a história de Theodomiro Romeiro dos Santos foi contada em documentário do projeto "Nossas Histórias", produção criada através do Projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça.