Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Justiça
Você está em:
/
/
Justiça

Notícia

“Mulher é bicho da língua grande e que chuta partes baixas”, diz juiz após relato de vítima de abuso

Por Redação

“Mulher é bicho da língua grande e que chuta partes baixas”, diz juiz após relato de vítima de abuso
Foto: Reprodução

 

O juiz Francisco José Mazza Siqueira rebateu afirmações de vítimas que denunciam um médico por violência sexual em Juazeiro do Norte, no interior do Ceará. Durante depoimento das mulheres, o magistrado disse que elas são “bicho da língua grande” e que “chutam as partes baixas”. 

 

Conforme informações do Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, 10 mulheres prestaram depoimento à Justiça, em julho deste ano, perante o juiz Mazza Siqueira do Fórum de Juazeiro do Norte. O médico Cícero Valdizébio Pereira Agra é acusado de praticar violação sexual contra pacientes durante atendimentos ocorridos em 2021. O advogado de Cícero Agra afirma que as denúncias são falsas.

 

Após uma das vítimas relatar ter sido tocada nas partes íntimas sem consentimento, o juiz contrapôs as alegações afirmando que foi assediado por mulheres quando era professor. “Tinha aluna que chegava se esfregando em mim — aqui não tem nenhuma criança, todo mundo é adulto —, e dizia: ‘Professor, não sei o quê, não sei o quê…’ Eu dizia: ‘Minha filha, é o seguinte, quando eu deixar de ser seu professor, você faça isso comigo'”.

 

Mazza Siqueira ainda afirmou que “quem acha que mulher é boazinha, estão tudo enganado” e que mulher é “bicho de mão pesada, bicho da língua grande e que chuta as partes baixas”.

 

Antes das afirmações, o juiz alegou que tem “maior respeito” às mulheres, que aprendeu a respeitá-las e que a mãe é uma guerreira.

 

Ao g1, o advogado responsável pela defesa das mulheres que denunciaram o abuso do médico, Aécio Mota, disse que as clientes foram desrespeitadas. “Entendemos que houve uma clara violação de prerrogativa e também um desrespeito. Quando um juiz faz comentários sobre o comportamento das mulheres na audiência, ele estava fazendo claramente um juízo de valor em desfavor da vítima, colocando uma justificativa para os abusos, colocando a vítima como culpada”.

 

Aécio Mota afirma que procurou a OAB para “tomar providências” contra o juiz, porque, segundo ele, houve uma clara violação de prerrogativas e também um desrespeito, tanto com as partes quanto com os advogados”.