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Formação de defensoras populares da Defensoria chega pela primeira vez ao Conjunto Penal Feminino

Por Redação

Formação de defensoras populares da Defensoria chega pela primeira vez ao Conjunto Penal Feminino
Foto: DP-BA

O poder catalisador do conhecimento, que se multiplica em cadeia sempre que alguém o passa adiante, é o motor do curso Defensoras Populares, iniciativa da Defensoria Pública da Bahia (DP-BA) que chega a mais uma edição. Na última segunda-feira (2), ocorreu a aula inaugural de mais um lançamento da iniciativa, que, pela primeira vez, será realizada dentro da unidade do Conjunto Penal Feminino, em Salvador. O curso será ministrado durante todo mês de outubro com diversas temáticas. 

 

A formação tem como foco a transmissão de conhecimentos e a articulação de mulheres, com ênfase na perspectiva de gênero, a partir das vivências e temas mais comuns na sua comunidade. É importante destacar que o curso será majoritariamente ministrado por mulheres, para mulheres.

 

Para Ana Almeida*, de 23 anos, há cinco anos no conjunto penal feminino, a expectativa de se tornar uma defensora popular casa perfeitamente com sua outra meta profissional, que é se tornar professora. “O curso vai dar assessoria a muitas mulheres que precisam ser ouvidas aqui dentro da unidade, e levar nossas demandas para vocês. Porque uma mão segurando a outra a gente vai além, vai mais adiante”, espera. 

 

Camila Pereira*, de 28 anos, tem interesse principalmente em conhecer mais de perto os próprios direitos. “A gente vai poder reivindicar nossos direitos, aprendendo com vocês. Estamos nesse lugar, muitas vezes isoladas e também esquecidas. É muito importante saber que tem gente que se lembra de nós”. Camila está há 1 ano no conjunto feminino e já fez cursos de literatura e manicure.

 

Entre os eixos temáticos trabalhados, o curso incluirá disciplinas que focam não somente em assuntos jurídicos, mas em temas como o acesso a serviços de saúde e atendimento psicossocial,  entre outros. Os módulos do curso incluem “Mulheres, prisões e liberdade: experiências de egressas do sistema prisional”; “Direitos humanos ou fundamentais: instituição, cárcere, acesso à justiça, justiça criminal e execução penal”; “Direitos socioassistenciais: benefícios, bolsa família, entre outros”; “Empoderamento e saúde mental”; “Direito de família e espiritualidade” e “Empregabilidade”.

 

AGENTES MOBILIZADORAS

O projeto defensoras populares é organizado pela Escola Superior da Defensoria Pública do Estado da Bahia (ESDEP), em parceria com a Coordenação Especializada Criminal e de Execução Penal, além da Coordenação de Direitos Humanos. A iniciativa já teve edições anteriores, contudo, será pela primeira vez ministrada dentro do Conjunto Penal Feminino.

 

“Entendemos nessa edição que deveríamos levar o projeto para dentro de uma das unidades prisionais, priorizando a unidade feminina, que é a que recebe menos visitas do que as outras”, explica Diana Furtado, diretora da ESDEP.  “Precisamos fazer um resgate da dignidade dessas mulheres, empoderando-as, informando-as dos seus direitos e dos seus deveres, e torcendo para que elas possam se tornar lideranças quando saírem da unidade prisional”, pontua.

 

A educação em direitos é elemento central para a vida das mulheres depois da liberdade, explica Larissa Guanaes, coordenadora da Especializada Criminal e de Execução Penal. “O curso foi pensado para essas mulheres que, logo, logo, deixarão de ser pessoas em situação de cárcere, e voltarão para a vida em sociedade. Elas vão sair sabendo quais seus direitos sociais, direitos de família, e com a possibilidade de repassar tais conhecimentos adiante”, enfatiza. 

 

Para Donila Fonseca, coordenadora das Defensorias Públicas Especializadas, um dos pontos altos do curso é justamente aproximar as internas da Defensoria Pública. “À medida em que as egressas conseguem ter acesso ao que é a Defensoria e seus direitos, elas conseguem passar o conhecimento para a sua comunidade, para o ambiente de sua convivência, tornando mais fácil a ressocialização e a luta por seus direitos”, pontua. 

 

Veja os eixos a serem trabalhados:

 

EIXO I – Mulheres, prisões e liberdade: experiências de egressas do sistema prisional

Mulheres, Construindo caminhos para a Liberdade

 

EIXO II – Direitos Humanos ou Fundamentais

Instituição, Cárcere, Mecanismo de Acesso à Justiça, Violação e Garantia de Direitos

 

EIXO III – Direitos Socioassistenciais

Benefícios, bolsa família, SEADES

 

EIXO IV – Empoderamento, saúde mental, drogas e DSTs

Autoestima, empoderamento e Feminismo Negro

Saúde mental

Infecções sexualmente transmissíveis e drogas

Drogas substâncias psicoativas e Redução de Danos

 

EIXO V – Direito de Família e Espiritualidade

Direito de Família

 

EIXO VI – Empregabilidade

Escritório Social da Bahia – Empregabilidade (orientação para recolocação no mercado de trabalho).