Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Justiça
Você está em:
/
/
Justiça

Notícia

”Ninguém quer um juiz robô”, diz Bandeira de Mello ao defender estruturação para uso da inteligência artificial no judiciário

Por Camila São José

”Ninguém quer um juiz robô”, diz Bandeira de Mello ao defender estruturação para uso da inteligência artificial no judiciário
Foto: Camila São José / Bahia Notícias

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF) têm avançado no diálogo com as big techs e startups para desenvolvimento e implementação de ferramentas tecnológicas e de inteligência artificial no judiciário brasileiro. Nesta terça-feira (5), no painel “Caminhos da Eficiência do Poder Judiciário” do 17° Encontro Nacional do Poder Judiciário, o conselheiro do CNJ, Luiz Fernando Bandeira de Mello, defendeu a importância de alinhar o debate, da regulamentação e implementação o quanto antes para dar celeridade ao serviço prestado. 

 

Bandeira de Mello sinalizou que nesta segunda-feira (4), o CNJ publicou portaria que criou um grupo de trabalho sobre a inteligência artificial no judiciário. 

 

“Ninguém quer um juiz robô, isso não passa pela cabeça de ninguém”, frisou. “Não é objetivo ter um acórdão ou sentenças automatizadas”, pontuou na palestra no Centro de Convenções de Salvador. 

 

Conforme o conselheiro, a meta é criar uma ferramenta específica para a Justiça capaz de dar mais celeridade nos julgamentos e maior capacidade de análise dos magistrados. “O que se busca com a inteligência artificial é trazer mais eficiência para o nosso serviço”. “A ideia não é usar o Chat GPT no judiciário”, reforçou. 

 

A ideia principal é que o sistema criado seja capaz de conter histórico de decisões judiciais, com acesso, por exemplo, a jurisprudências de ministros de tribunais superiores. “Quero evitar essa perda de tempo na busca por informação”, disse. 

 

Ainda, segundo Bandeira de Mello, ao propor a criação das ferramentas o CNJ não quer ter um sistema que fique “cuspindo minutas”. Para isso, indicou ser fundamental a criação de regras para o funcionamento da plataforma de modo a não eximir os magistrados de suas responsabilidades nem induzi-los a qualquer decisão. “A decisão seguirá sendo do magistrado, seguirá sendo ele que assina”, destacou. 

 

Além disso, o conselheiro alertou que esta precisa ser uma implantação cuidadosa para que não seja entregue às empresas de tecnologia a base de dados do judiciário na íntegra, “que não permita que vire um negócio para elas”. 

 

Bandeira de Mello acredita que nos próximos dois anos o CNJ deva entregar uma ferramenta que já possa ter um painel de jurisprudência. No próximo dia 18 de dezembro, como informou o conselheiro, as big techs e startups que responderam à chamada pública apresentarão no STF os primeiros protótipos para as demandas da Justiça.