VÍDEO: "Estrela" da Lava Jato no Rio, Marcelo Bretas anuncia curso de "comunicação assertiva" no Instagram
Por Redação
Ex-titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, conhecido por na chamada “lava jato” carioca, o juiz Marcelo Bretas está apostando em novos caminhos para sua carreira. No seu perfil oficial no Instagram, o magistrado tem anunciado curso de “comunicação assertiva” para um “bom posicionamento profissional”.
Na rede, Bretas utiliza o exemplo da sua “jornada da vida” para superar os desafios da comunicação. “Cada tropeço foi uma lição, cada erro um degrau rumo à clareza. Aprendi que comunicar vai além das palavras; é compreender, ouvir e sentir. Quebrei barreiras, venci inseguranças e descobri o poder transformador de uma comunicação assertiva e empática”, escreveu.
Marcelo Bretas, que por muito tempo foi chamado de “Sergio Moro carioca”, foi afastado da função de juiz federal pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em fevereiro de 2023. O CNJ também determinou a abertura de um procedimento para apurar a conduta do juiz nos processos da “lava jato” fluminense.
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Bretas mandou prender, entre outros nomes, o ex-presidente Michel Temer, os ex-governadores Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão e Moreira Franco, e o empresário Eike Batista.
ACUSAÇÕES
Na época, o CNJ analisou três reclamações disciplinares, todas tramitando em sigilo.
Com base em reportagem da revista Veja, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) denunciou Bretas por supostamente ter negociado penas, orientado advogados e combinado estratégias com o Ministério Público. As informações publicadas pela revista se basearam na delação do advogado criminalista Nythalmar Dias Ferreira Filho. Citando a Lei Orgânica da Magistratura, a OAB afirma que o juiz violou deveres de imparcialidade e tratamento urbano com as partes, resultando em desrespeito às prerrogativas dos advogados.
A segunda reclamação foi ajuizada pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, que indica que Bretas teria atuado para favorecer a candidatura de Wilson Witzel a governador em 2018. Segundo Paes, o juiz teria conduzido um acordo de delação premiada com o ex-secretário municipal de Obras do Rio, Alexandre Pinto, baseado somente em informações repassadas por terceiro.
Na delação, o ex-secretário envolveu Paes em um esquema de propinas no plano de infraestrutura da Olimpíada de 2016. Pinto chegou a admitir que não estava presente no momento em que Eduardo Paes teria acertado um pagamento à construtora Odebrecht. O acesso à íntegra da delação foi negado por Bretas à defesa do atual prefeito do Rio, que na época liderava as pesquisas de intenção de voto ao governo estadual.
Por fim, a última ação é de autoria da Corregedoria Nacional de Justiça. A reclamação foi ajuizada a partir de correição extraordinária determinada pelo corregedor e coordenada pelo desembargador Carlos von Adamek.