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Entrevista

Pré-candidato em Ilhéus defende investimentos em esporte, cultura e turismo

Por Redação

Pré-candidato em Ilhéus defende investimentos em esporte, cultura e turismo
Foto: Divulgação

Secretário do primeiro escalão em Ilhéus durante sete anos, Bento Lima vai testar em outubro se a população o aprova para um voo mais alto, o Poder Executivo da cidade. Vidraça de uma gestão de oito anos que se encerra em dezembro, o agora ex-secretário e pré-candidato pretende defender as ações do grupo, fazer crítica construtiva e criar, sobretudo no esporte e no turismo.

 

Em entrevista ao Bahia Notícias, Lima, que também é advogado e professor, comentou sobre uma possível junção da base de apoio do governo do estado em Ilhéus e disse como se defenderá de críticas de adversários, entre outras questões. Veja abaixo a entrevista na íntegra.

 

O senhor poderia contar a sua trajetória na gestão pública de Ilhéus? 

Eu estou desde o dia 1° de janeiro de 2017 na prefeitura de Ilhéus. Saí no dia 5 de abril, que foi o prazo estabelecido para a desincompatibilização do cargo. Fui secretário de gestão durante esse tempo, trabalhando em projetos estruturantes para a cidade. Um exemplo foram os planos de cargos e salários da guarda municipal, dos agentes de trânsito e dos servidores em geral. Trabalhamos com a criação e implementação do PDV [Plano de Desligamento Voluntário]. Executamos diversas ações, como os convênios com os dos governos estadual e federal. 

 

Foto: Divulgação

 

Qual era a realidade de Ilhéus antes e depois da sua passagem pela secretária de gestão?

A gente pegou uma cidade com alguns problemas estruturais graves, com uma cobertura na assistência básica de saúde de 13%, hoje está com 73%, e com um problema de mobilidade complexo e enorme. Era uma única ponte para dar acesso a toda Zona Sul, deixando praticamente um lado da cidade isolada. Havia um problema muito grande de credibilidade da prefeitura frente a fornecedores, com a sociedade e com os próprios servidores públicos. Então nós tivemos o trabalho nesses sete anos e meio de dar a estruturação administrativa, urbanística e de serviços públicos essenciais como limpeza, iluminação pública e estruturação do sistema de saúde.

 

Quais são as propostas que o senhor traz para a cidade?

São propostas concretas. Criar o sistema municipal de esporte. Uma prática que a gente já vem estudando e que já foi implementada em alguns municípios do Sul do país, além de Salvador. Com isso, faremos a conferência municipal de esporte para poder catalogar os equipamentos públicos e privados de esporte da cidade, assim como as modalidades esportivas praticadas no município. Também identificar atletas, sejam os que praticam por lazer ou profissional, incluindo os de alta performance, além de requalificar equipamentos. No turismo, será a criação do plano municipal do setor com calendário anual de eventos, com festejos religiosos e eventos esportivos. Queremos criar um grande sistema de divulgação para poder vender e apresentar Ilhéus melhor. Queremos também criar o corredor náutico, com pontos de visitação no Rio do Engenho, Lagoa Encantada, na nossa Baía do Pontal. Isso seria feito por uma concessão na base da PPP [Parceria Público Privada]. A gente criaria nosso modelo arquitetônico e de engenharia e colocaria isso a disposição para que o setor privado queira fazer o investimento e explorar. 

 

Como o senhor vai se comportar em uma campanha em que precisa fazer críticas e apontar questões não resolvidas pela gestão em que fez parte?
Hoje, quando você olha a Ilhéus do passado, a de 2016, e olha a Ilhéus de 2024 é diferente. Avançou muito. Hoje tem uma ponte nova, tem o hospital materno infantil, tem o Hospital da Costa do Cacau. A gente conseguiu tirar da lama mais de 230 famílias. Fizemos o maior programa de acessibilidade a pessoas que moram nos altos da cidade, através de um programa de requalificação de escadaria. Nós fazemos parte da gestão que fez o maior programa de requalificação de prédios públicos. Das 125 escolas que nós temos, requalificamos, só na última gestão, 90 escolas. Requalificamos a maioria dos nossos postos de saúde. E isso tudo enfrentando óleo na praia, pandemia, a maior chuva dos últimos 40 anos. Então, quando eu faço crítica, eu faço a crítica construtiva, de sugestão, propositiva, e essa crítica me diz que agora temos que tratar do esporte, temos que tratar da cultura, temos que tratar do turismo. Porque as bases já foram lançadas. E agora nós estamos diante de novos problemas. E quem está na gestão pública, quem está na política tem que ser propositivo. Hoje, Ilhéus precisa sonhar em ser aquilo para o qual ela foi chamada a ser. Que é ser o maior centro turístico da Bahia. Ilhéus é uma cidade de médio porte que você tem aeroporto, porto, mar, rio, lagoa. Tem tudo aqui.

 

Foto: Divulgação

 

Fala-se de uma atuação forte do governo do estado no município de Ilhéus, com o Estado sendo responsável pelas principais ações. Qual o nível dessa intervenção?
Olha, é preciso ter uma articulação forte com o governo do estado, com diálogo consistente e permanente para se entender as dificuldades de implementação das obras. Eu estou dizendo isso porque nós tivemos a obra da ponte parada por quase dez anos. A duplicação da zona sul ficou parada por 15 anos. Nós pegamos diversas obras do estado paradas dentro do território de Ilhéus por falta de comunicação técnica, eficiente, e de articulação política. Nós tínhamos um lixão aqui em Ilhéus que era o lixão do Itariri, que era gerido pela Conder [Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado]. Nós assumimos a fiscalização e houve o fechamento do lixão. Hoje nós temos a destinação correta dos resíduos sólidos de Ilhéus. O governo do estado faz e realiza, é um parceiro de peso, porque também a prefeitura agilizou alvarás de construção e contrapartidas. Porque sem a parceria com a prefeitura nada acontece. E do ponto de vista político, Ilhéus foi base do governo do estado durante mais de 30 anos, mas que nunca se realizou tanto como nos últimos sete anos.

 

O governador Jerônimo Rodrigues disse durante as comemorações do Dois de Julho que está perto de uma junção entre os pré-candidatos com apoio do governo em Ilhéus. É possível uma chapa com a ex-secretária Adélia Pinheiro? 
Eu tenho analisado isso com muita serenidade. Quando se diz candidatura do governo do estado em Ilhéus, a candidatura de Bento Lima é uma candidatura desse grupo. Porque deve se pensar também na base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa da Bahia. E quando eu faço essa análise, eu preciso relembrar que a deputada Ângela Sousa foi base de sustentação do governo Jaques Wagner e do primeiro governo Rui Costa. E hoje, o mandato de Ilhéus na pessoa da deputada Soane Galvão está na base de sustentação do governo Jerônimo Rodrigues. Os votos que Jerônimo teve aqui em Ilhéus nós demos a ele. 

 

Então, a ex-secretária Adélia Pinheiro poderia entrar com vice sua, seria isso?
Nós temos aqui em Ilhéus um histórico com as candidaturas do PT. Em 2012, esse grupo político que represento, o PSD, foi vice da candidata do PT à época e perdemos aquela eleição. Em 2016, nós pedimos ao PT do município para que nos apoiasse, indicando a vice. Eles decidiram pela candidatura própria, e nós vencemos. Em 2020, fizemos o mesmo exercício, abrimos diálogo, tentamos fazer com que o PT nos apoiasse, mas o diretório do PT de Ilhéus preferiu se coligar com o PP, do grupo de Jabes Ribeiro. E agora em 2024, nós estamos abertos ao diálogo. Mas pelo comportamento histórico do diretório do PT, eu acho muito difícil que a gente consiga ter o apoio do PT ao PSD. 

 

Daqui a pouco mais de um mês começa a campanha eleitoral e os adversários vão explorar pontos negativos da gestão que o senhor representa. Um deles diz respeito a uma operação da Polícia Federal que investiga gastos com um abrigo para pacientes com Covid-19 durante a pandemia. Como o senhor responderá a essa questão? 
Eu acredito nas instituições. E acredito que qualquer governo pode estar sujeito a investigações dos órgãos de controle externo. Porque a gente lida com a aplicação de recursos públicos. Então, nessa circunstância, se há algum elemento que precise ser investigado, a prefeitura de Ilhéus tem contribuído para essas investigações. E se ao fim e ao cabo ficar comprovado de que houve malversação de recurso público ou implicação de algum agente público, as providências devem ser tomadas de acordo com a legislação vigente. Agora eu acredito piamente que o recurso público foi aplicado corretamente. Porque quando a oposição levou essa denúncia infundada para a Polícia Federal, eu sei, porque estava na gestão, que o recurso foi aplicado para pagamento de médicos para salvar vidas, para pagamento de enfermeiro para cuidar das pessoas, para pagamento de psicólogos para cuidar da saúde mental das pessoas que estavam isoladas para evitar contaminação da Covid. Mas como a gente vive em um país democrático em que o poder de falar é dado a qualquer cidadão, cada pessoa fala o que quer e a polícia investiga os fatos. 

 

Como será o tom da campanha eleitoral neste ano em Ilhéus? 
Eu acho, sinceramente, que essa campanha vai ser como outras tantas que já passamos aqui em Ilhéus. Como invoca o nosso senador e líder político Otto Alencar, nada resiste ao trabalho.