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Presidente do PMB, Atila do Congo declara que homens estão sendo “demonizados” por denúncias de violência contra a mulher

Por Eduarda Pinto

Vereador de Salvador Átila do Congo sendo observado pela também vereadora Marcelle Moraes
Foto: Antonio Queirós/ CMS

Durante a última sessão na Câmara de Vereadores de Salvador antes do recesso semestral, nesta quarta-feira (19), o vereador Átila do Congo, representante do Partido da Mulher Brasileira (PMB), protagonizou uma discussão acalorada com as legisladoras da Casa, após declaração de que “pais de família” estariam sendo “demonizados” sob acusação de violência de gênero. 

 

 

“Os valores são deturpados, pode tudo a mulher e o homem não pode nada. Hoje, se ‘damos um pio’ é agressão, se falar alguma coisa nós somos julgados e sentenciados, sem direito a ampla defesa. E isso está se estendendo para esta Casa”, declarou o edil. 

 

A fala do vereador iniciou com uma declaração de repúdio ao discurso da vereadora Laina Crisóstomo (Psol), que após ter sua fala interrompida anteriormente, declarou que “Ser mulher na política é isso todos os dias”, ao deixar o microfone.

 

Ao fim de sua fala, Átila completou: “Aqui não há machismo, o que tem que ter aqui é igualdade. E isso é um alerta para que nós homens começamos a abrir os olhos, porque eu estou vendo muita cobrança de direitos, nos demonizando, e enquanto isso estão encarcerando pais de famílias inocentes por motivo torpe”. 

 

A discussão se aprofundou após a réplica da vereadora Marcelle Morais (União), onde manifestou “total repúdio” as falas do colega. 

 

 

“Eu quero saber onde é que a mulher tem privilégio, dentro de uma Casa onde ela é minoria. Onde nos espaços de poder, ela é minoria. É muito triste ouvir falas machistas como esta, que pais de família estão sendo julgados e sentenciados, esses tais pais foram estupradores, agressores e violentaram várias mulheres. Falas como essa, é uma fala violenta e é uma forma de tentar nos calar dentro de um espaço de poder onde nós fomos eleitas”, defendeu a legisladora.

 

A vereadora Ireuda Silva (Republicanos), presidente da Comissão da Mulher de Salvador, foi enfática ao declarar que o vereador “precisa menstruar para entender” sobre violência de gênero. “O senhor tem aqui uma mulher diante do senhor, que hoje está aqui porque Deus é Deus. Eu fui criada dentro de um ambiente, onde meu pai colocava na cabeça de minha mãe todos os dias um 38. e ela não foi lá denunciar justamente por conta de homens como o senhor, machistas daquilo que nós passamos. Quando o senhor falar sobre mulher, o senhor tem que menstruar para entender o que nós representamos”, enfatizou a edil. 

 

 

Logo após, o presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB) encaminhou que só mulheres iriam compor a mesa durante a sessão. A condução da sessão foi guiada pelas vereadoras Ireuda, Marcelle, Laina Crisóstomo (PSOL), Marta Rodrigues (PT) e Cris Correia (PSDB), sendo estas cinco das oito vereadoras que, ao todo, compõem a bancada feminina na Câmara de Vereadores de Salvador.