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Feira oferece serviços de saúde e empreendedorismo no Multicentro Carlos Gomes, em Salvador

Por Redação

Feira oferece serviços de saúde e empreendedorismo no Multicentro Carlos Gomes, em Salvador
Foto: Jefferson Peixoto / Secom

O Multicentro de Saúde Carlos Gomes realiza a feira de saúde e empreendedorismo “Pensar, Empreender!”. A feira acontece em alusão à Semana da Doença Falciforme. O evento acontece até a próxima sexta-feira (27), das 10h às 15h, na entrada principal da unidade de saúde, situada na Rua Carlos Gomes, no Centro.  

 

No local, estandes exibem roupas e artesanatos produzidos por pacientes ou familiares de pessoas com Doença Falciforme, além de distribuição de folders e explicação sobre a enfermidade por profissionais de saúde. 

 

O objetivo é promover a prevenção, o autocuidado e a informação sobre a doença e os locais que atendem esses pacientes. Além disso, as crianças também participam de momentos lúdicos com a equipe do ambulatório.

 

“Este mês, no dia 27 de outubro, comemora-se o Dia Nacional de Luta pelos Direitos das Pessoas com Doença Falciforme. Desta forma, a cada ano enfatizamos a data, com o objetivo de dar mais visibilidade sobre a doença, os cuidados à saúde e sobre o diagnóstico precoce através do Teste do Pezinho. Normalmente, pessoas com doença falciforme têm dificuldade em manter vínculo empregatício com CLT assinada, devido aos internamentos, úlceras e transfusões de sangue, então pensamos em fazer algo também voltado para o empreendedorismo dessas pessoas”, explica a gerente da unidade, Paloma Xavier.  

 

ATENDIMENTO 

 

O ambulatório do Multicentro de Saúde Carlos Gomes conta com 1.062 pessoas com doença falciforme cadastradas. Trata-se de uma doença genética e hereditária caracterizada por uma mutação no gene que produz a hemoglobina (HbA), fazendo surgir uma hemoglobina mutante denominada S (HbS), que é de herança recessiva. Apesar das particularidades que distinguem as doenças falciformes e das variadas gravidades, todas essas doenças têm manifestações clínicas e hematológicas semelhantes.  

 

Mãe de Caio Lucas, que recebe atendimento no local desde o nascimento, Manuele Guedes dos Santos, moradora do bairro de Valéria, vê com bons olhos o tratamento recebido pelo filho. “É algo muito importante para a gente, porque nós não temos condições de pagar algo particular. O acompanhamento dele todo é feito aqui, duas vezes por mês. A partir do tratamento, ele tem uma vida normal, graças a Deus”, disse.  

 

Raquel de Oliveira Glória, mãe do pequeno Miguel, visita o Multicentro há seis anos. “Ele leva uma vida normal, só teve três crises durante toda a vida, graças ao tratamento que tem tido. Aqui, temos atendimento pelas médicas e nutricionista. Ele tem uma dieta especial. Eu gosto daqui, é um tratamento excelente”, contou.  

 

Sobre a ação realizada nesta segunda, Raquel explicou que ficou surpresa. “Essa ação de hoje eu não esperava. Quando cheguei aqui fui surpreendida. Gostei bastante, tanto das brincadeiras quanto os lanches. Ele ficou feliz”, relatou.  

 

DOENÇA 

 

Nas pessoas com doença falciforme, as hemácias (glóbulos vermelhos do sangue), que em condições adequadas são redondas, assumem a forma de “meia lua” ou “foice” (daí o nome “doença falciforme”). Essa mudança de formato ocorre em situações de esforço físico, estresse, frio, traumas, desidratação, infecções, entre outros. Nesse formato, os glóbulos vermelhos não oxigenam o organismo de maneira satisfatória, porque têm dificuldade de passar pelos vasos sanguíneos, causando má circulação em quase todo o corpo.  

 

As manifestações clínicas da doença falciforme podem afetar, assim, quase todos os órgãos e sistemas. Podem ocasionar crises de dor, icterícia, anemia, infecções, síndrome mão-pé, crise de sequestração esplênica, acidente vascular encefálico, priaprismo, síndrome torácica aguda, crise aplásica, ulcerações, osteonecrose, complicações renais, oculares, entre outras.  

 

O diagnóstico da DF é feito, principalmente, no Programa Nacional de Triagem Neonatal – Teste do Pezinho. Crianças a partir dos quatro meses de idade, jovens e adultos que ainda não fizeram diagnóstico para detecção da doença podem realizar o exame de sangue chamado eletroforese de hemoglobina, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Este exame está inserido também na rotina do pré-natal, garantido a todas as gestantes e parceiros.  

 

O diagnóstico precoce ajuda a reduzir os danos causados pelos sintomas, a exemplo da diminuição das crises de dor e da redução da necessidade de transplantes de forma precoce, resultando em mais qualidade de vida para o paciente e toda a família.