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Durante a coletiva de imprensa, neste domingo (11), em que o governador Jerônimo Rodrigues fez um balanço das ações desenvolvidas pelo Governo do Estado no Carnaval de Salvador, o titular da secretaria de Cultura da Bahia (Secult), Bruno Monteiro, falou que a homenagem aos blocos afros na festa deste ano se fez necessária porque é preciso fazer “uma atualização desta agenda”.
Na avaliação de Monteiro, o retorno tem sido "muito positivo", pois possibilita que as novas gerações tenham um maior conhecimento e envolvimento nesses temas. Ele também ressaltou o investimento do Ouro Negro, cujo objetivo é promover a valorização e requalificação nos desfiles dos blocos afros, estimulando a valorização e a preservação da tradição da cultura negra no Carnaval.
“Nós vemos o investimento do Ouro Negro de R$15 milhões de reais, que tem se traduzido em desfiles, em apresentações mais ricas, com mais gente, com mais detalhes, com mais força, contagiando mais a população e não só isso: também gerando uma circulação de renda nas comunidades em torno da fabricação das fantasias, dos tecidos, de todo o envolvimento das pessoas que fazem isso acontecer”, comemorou o secretário, que também classificou o aporte do Ouro Negro como “acertado”.
O tema que irá nortear o desfile dos blocos afros no Carnaval de 2024 será “50 anos dos blocos afros: nossa energia é ancestral”. O anúncio foi feito pelo secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, na tarde desta terça-feira (09), quando, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, ele anunciou outras ações preparadas pela pasta para enaltecer o protagonismo dos blocos de matriz africana.
Em conversa com a imprensa, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), Monteiro falou que a homenagem pensada para o Carnaval visa contemplar o bloco Ilê Ayê, que este ano completa 50 anos de história, e também todos os demais blocos de afoxés. “Nós estamos fazendo, neste momento, um balanço do Carnaval do ano passado, com a ampliação do Ouro Negro, com a ampliação de projetos e, justamente, essa homenagem que ressalta o protagonismo que eles fazem, que eles têm nessa exaltação dessa energia ancestral, que é o Carnaval da Bahia”, explicou. Concebido em 2008, o edital Ouro Negro concede apoio financeiro às entidades de matrizes africanas como blocos afro, afoxés, samba, reggae e blocos de índio para a realização dos seus desfiles carnavalescos.
Bruno Monteiro destacou que a Secretaria da Cultura está comprometida em atender às reivindicações das entidades, sendo a principal delas o apoio permanente da pasta para que este não se restrinja, somente, ao período do Carnaval. “Nós assumimos o compromisso no ano passado, o Ouro Negro já traz isso: ampliar o apoio para as lavagens, para as festas populares, para micareta de Feira de Santana, para os Carnavais do interior, mas nós estamos estudando também, a partir dos recursos da Lei Aldir Blanc, um apoio continuado a essas entidades. O nosso entendimento é que elas não fazem só Carnaval, elas fazem cultura e a cultura é o ano todo”, frisou.
O governo de Jerônimo Rodrigues (PT) deseja estender o edital Ouro Negro – utilizado pela gestão estadual para selecionar blocos afros a receberem apoio público no carnaval de Salvador – para eventos no interior da Bahia. De acordo com Bruno Monteiro, secretário estadual da Cultura, o investimento estatal nessas instituições visa dar visibilidade à herança africana no estado e promover uma educação antirracista.
“O Ouro Negro é um bom exemplo de como o estado pode, com pouco dinheiro – são R$ 7,6 milhões neste ano, é muita coisa, mas, para o orçamento do estado, é pouco –, valorizar uma cultura que é quase invisibilizada. Quando a gente fala de Ouro Negro, a gente está falando de apoio a bloco afro, que traz uma beleza e uma força que são pedagógicas. É uma forma da gente discutir toda a educação antirracista, que não é pelo livro didático somente, não é por um discurso, por uma palestra. É pela arte, através de uma apresentação artística belíssima, com toda a sua força, com toda a sua capacidade de encantamento”, afirmou Monteiro, entrevista ao podcast Projeto Prisma nesta segunda-feira (27).
O titular da Secretaria Estadual da Cultura (Secult) ainda revelou que já está conversando internamente no governo para que os blocos afros sejam apoiados não apenas durante o Carnaval de Salvador, mas durante todo o ano, devido às atividades culturais realizadas por essas entidades todos os meses.
“O Ouro Negro traz para a gente esse ensinamento. Tanto que estamos conversando no governo – e o governador já falou isso publicamente – uma forma de ampliação do Ouro Negro, para ele ser uma política estadual e não somente Salvador e Região Metropolitana; e ele não ser focado somente no Carnaval. Porque essas entidades que são apoiadas pelo Ouro Negro – e muitas vezes têm no Ouro Negro a sua única fonte de apoio – não fazem Carnaval. Elas fazem cultura. E cultura é o ano todo. Então nós estamos estudando agora um grupo de trabalho para a ampliação desse programa e para a ampliação de editais”, revelou o secretário.
Para Monteiro, uma das principais mudanças que precisam ser feitas na área de fomento cultural é fazer com que as entidades não precisem correr atrás de apoio, mas sim o estado oferecer, acompanhar os blocos durante todo o ano e apresentar propostas de outros editais, inclusive em outros países.
“Estou reformulando toda a área de fomento. Não quero fomento como um balcão em que as entidades vão chegar na secretaria e dizer assim: ‘a gente está precisando de apoio para isso, estamos precisando de dinheiro para aquilo’. Eu quero uma área de fomento que vá buscar apoio onde quer que esteja – edital da Petrobras, edital do BNDES –, que vá buscar essas oportunidades e vá dizer assim: ‘Angola está fazendo um festival de música, que a gente pode conseguir financiamento para mandar uma entidade’. É isso que a gente quer fazer”, defendeu o titular da Secult.
“Eu não acredito numa estrutura de poder que seja um lugar em que a sociedade tenha que ficar buscando. O poder público está ali também para facilitar a sociedade civil, para facilitar a vida dessas associações. Eu quero que essa nossa área de fomento, assim como a nossa reformulação do Ouro Negro, seja para ser parceira, para estar junto dessas entidades, buscando formas de financiamento, para que a gente possa fortalecer. Não é só dinheiro. Às vezes, é uma matéria em um grande jornal, é alguma forma de divulgação”, concluiu Monteiro.
O Carnaval nem acabou e os planos para o São João de 2023 já estão a todo vapor. Coordenador das duas maiores festas populares do estado, o vice-governador Geraldo Júnior revelou, neste domingo (19), que a festa típica vai receber um lançamento oficial nas 4 maiores capitais além de Salvador.
"Nós já vamos lançar o São João em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, vendendo a cultura do nosso povo da Bahia para o Brasil e o Mundo", contou, entrevista ao BN Hall no Camarote Salvador.
Geraldo disse ainda que o governador, Jerônimo Rodrigues, pretende fortalecer o projeto Ouro Negro em outros municípios baianos, como a festa em Feira de Santana, que já recebe o edital desde 2010. "Vem aí a Micareta de Feira de Santana, e o governador já nos pediu que a gente pense, por simetria, um Ouro Negro para incentivar a festa e com certeza fazer também a alegria dos baianos", apontou o vice-governador.
Mas isso não significa que o trabalho em relação ao Carnaval vai esperar até lá. O gestor explicou que na semana que vem já deve começar a pensar na folia de 2024. "É importante já pensar, porque mobilizar um evento como esse não é fácil. A gente precisa mudar muitas coisas ainda. Além de curtir o Carnaval, ter um atrativo pra festa, pro trio elétrico, pros camarotes, a gente precisa também pensar nas pessoas que trabalham no Carnaval. Eu falo dos ambulantes, dos catadores... A gente precisa humanizar a vida dessas pessoas durante o Carnaval", exemplificou.
"Os ambulantes trabalham nas ruas e ficam com receio de sair dos pontos, perderem os locais. Então eles dormem aí, 8, 10 dias, nas ruas, largando a família, o seu conforto. Dói muito, independente de política, você passar nas ruas e ver esses trabalhadores dormindo nas calçadas", lamentou.
As secretarias estaduais de Cultura e da Promoção da Igualdade divulgaram, nesta quarta-feira (30), o resultado da classificação da avaliação preliminar do edital Ouro Negro, executada pela Comissão de Seleção da Projetos (clique aqui e confira a lista).
Dentre os classificados para receber o apoio do governo no Carnaval 2019 estão Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Cortejo Afro, Filhas de Gandhy, Comanche do Pelô e Apaches do Tororó. Dentre os nomes mais conhecidos, o Olodum foi um dos não classificados. Segundo a comissão avaliadora, o bloco afro apresentou documentação incompleta.
Os participantes não classificados na avaliação preliminar podem interpor recursos entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, presencialmente na sede da Sepromi, localizada na Avenida Manoel Dias da Silva, nº 2.177, Pituba - Salvador/BA. A entrega pode ser realizada das 08h30 às 12h e das 14h às 17h.
Com o objetivo de valorizar e preservar a cultura de matrizes africanas, de comunidades e povos tradicionais no carnaval, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult) abre, nesta segunda-feira (18), as inscrições para o edital Ouro Negro, que contempla as atrações para os desfiles de 2018. Podem se inscrever, até as 17h desta sexta-feira (22), entidades carnavalescas pertencentes às categorias Afro, Afoxé, Samba, Reggae e Índio. Dentro do prazo estabelecido, os interessados devem enviar os documentos exigidos no edital (clique aqui), por e-mail ([email protected]) ou presencialmente, em um envelope lacrado, na sede da Secult, situada no Palácio Rio Branco, Praça Thomé de Souza, em Salvador. Os horários de recebimento são das 9h às 12h e das 14h às 17h. “As entidades carnavalescas deverão cumprir o disposto no Art. 275, da Constituição do Estado da Bahia, bem como as recomendações da FENACAB, ficando vedada a exposição, exploração comercial, vinculação, titulação ou procedimentos que possam ser considerados prejudiciais para símbolos, adereços e expressões estritamente vinculados à religião afro-brasileira. A FENACAB recomenda, ainda, a não utilização dos adereços, vestes dos Orixás, N’Kises e Encantados em seus desfiles de carnaval, demonstrando assim o respeito para com o Sagrado”, orienta a Secult.
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