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Coluna

Conexão Baía: Por que é tão importante incentivar a vela e a cultura náutica na Baía de Todos-os-Santos?

Por Mayara Padrão

Conexão Baía: Por que é tão importante incentivar a vela e a cultura náutica na Baía de Todos-os-Santos?
Foto: Acervo Pessoal

A maioria de nós, que moramos em Salvador, não conhece um dos nossos maiores tesouros, que é a Baia de todos os Santos. Uma das melhores formas de conhecer, é navegando. E umas das formas de navegar, é velejando. Incentivar a prática da vela, inclusive,  é um excelente caminho para fomentar a cultura náutica e explorar a nossa “BTS” em todo seu potencial. Eu sou @mayarapadrao e na coluna Conexão Baía de hoje, aqui no BN, você vai acompanhar minha primeira aula de vela, com Adriano, responsável pelo @baiavelaemar

 

Mas antes, e por falar em cultura náutica, quero citar o exemplo clássico de como La Rochelle na França soube aproveitar o seu potencial que, diga-se de passagem, é bem menor que o nosso:

 

A cidade, que possui uma rica história marítima e é um dos maiores portos de iatismo do Atlântico francês, incorporou programas educacionais que ensinam navegação, construção de barcos e ciências marítimas. Esses programas são oferecidos desde o ensino fundamental até o ensino médio, com parcerias entre escolas e instituições náuticas locais. A ideia é preparar os alunos para carreiras no setor marítimo, que é um dos pilares da economia local. 

 

Os resultados econômicos dessa iniciativa são impressionantes. La Rochelle, com uma população de aproximadamente 78.000 habitantes, viu um aumento significativo na criação de empregos relacionados à náutica (cerca de 3.000 empregos diretos e indiretos na região). Além disso, o turismo náutico contribuiu com aproximadamente 50 milhões de euros por ano para a economia local. Eventos como o Grand Pavois, que inclusive realizou em Salvador uma edição no passado, é uma das maiores feiras náuticas internacionais. Houve também investimentos em infra-estrutura sustentável: o Porto de Minimes, um dos maiores portos de iatismo na Europa, tem sido expandido para atender à demanda, com enfoque em práticas ecológicas.

 

Neste contexto, os barcos a vela, por privilegiarem os ventos (energia limpa) como força motriz de locomoção, ligando o motor de popa em raras execuções são naturalmente sustentáveis. E voltando à Baía de Todos-os-Santos, incentivar esta cultura por aqui, é unir esporte, lazer e turismo, com mitigação de impacto. 

 

Analogamente, aprender a velejar, é como aprender a dirigir. Muitas novas informações e até que os comandos entrem “no automático”, leva-se um tempo. Antes do embarcar pela primeira vez, são fornecidas algumas orientações sobres cabos, velas, leme, âncora, bombordo, estibordo e um vocabulário que é quase um dialeto próprio. Além de todas os técnicos, o mais importante talvez seja apurar a percepção fina das marés, ventos e correntes e estabelecer uma conexão genuína com a natureza. Numa primeira experiência, é possível experimentar, num inverno tipicamente baiano, mudança de direção brusca e ausência total de ventos, com direito a algumas descargas de adrenalina e à recompensa de poder ancorar o barbo, nadar uns 100 metros, comer um peixe frito e voltar com um por sol de presente. 

 

Somos cercado de água salgadas e abrigadas por todos os lados e quem aprende a velejar, geralmente pensa em comprar o barco, incentivar os amigos e cria, naturalmente a cultura de relacionar de maneira próxima com o mar. Aqui na BTS ou em como La Rochelle, é possível aliar desenvolvimento sustentável e a prosperidade econômica através da cultura náutica e do aprendizado da vela. Velejando por nossas  águas históricas e todas as características que nos favorecem, por que não se inspirar?

 

Vou deixar minha indicação meu agradecimento ao velejador e professor Adriano e ao Baia Vela Vela e Mar, pela experiência. Para quem se interessar, pode entrar em contato através do perfil no instagram: @baiavelaemar

 

Até a próxima semana e se quiser saber mais sobre a Baía de todos-os-Santos, é só acessar guiabts.com.br (@guia.bts)