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Casos de bronquiolite registram aumento no Brasil em 2024

Por Redação

Casos de bronquiolite registram aumento no Brasil em 2024
Foto: Reprodução / Unimed

O número de casos de bronquiolite e complicações causadas pelo vírus sincicial respiratório (VSR) cresceu significativamente em 2024 no Brasil. Dados da plataforma Infogripe, da Fiocruz, indicam que, até 20 de julho, foram registrados mais de 22 mil casos de bronquiolite em crianças com até 2 anos de idade. Entre esses casos, quase 200 resultaram em mortes. No mesmo período de 2023, foram registrados cerca de 1.500 casos a menos.

 

Tatiana Portella, pesquisadora do Infogripe, observa que o aumento dos casos de bronquiolite e VSR este ano pode estar relacionado à ampliação da testagem viral iniciada durante a pandemia de Covid-19. Segundo ela, a maior detecção de VSR pode ser resultado de um aumento na capacidade de diagnóstico após a pandemia, que anteriormente não refletia a verdadeira incidência da doença.

 

Atualmente, não há vacina específica para crianças contra o VSR no Brasil. No entanto, a Anvisa autorizou o uso de uma vacina destinada a gestantes, com a finalidade de proteger os bebês através da transferência de anticorpos. A Pfizer solicitou à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS a avaliação da inclusão dessa vacina no Programa Nacional de Imunizações. A vacina deve chegar às clínicas particulares ainda neste semestre.

 

Em entrevista à CNN Brasil, Adriana Ribeiro, diretora médica da Pfizer no Brasil, afirmou que a vacina tem mostrado 82% de eficácia na prevenção de formas graves de bronquiolite em bebês de até 3 meses e continua a oferecer proteção de 69% até os seis meses de idade. 

 

“A vacina continua protegendo até os seis meses de idade em 69%. Ela tem uma sustentabilidade ao longo do tempo. Foram mais de 7 mil gestantes de 18 centros de pesquisa ao redor do mundo e quatro deles foram aqui no Brasil. Não teve efeitos adversos colaterais inesperados e os eventos adversos mais comuns, de super fácil manejo, foram dor no local da infeção, dor de cabeça e dor muscular”, declarou.

 

Para os idosos, que também têm enfrentado um aumento de infecções por VSR, uma vacina está disponível no sistema de saúde particular. Dados do Infogripe mostram quase 800 casos de síndrome respiratória aguda grave causada por VSR entre pessoas acima de 65 anos até julho de 2024, superando o total de casos do ano passado. Até a mesma data, 20 idosos faleceram devido a complicações associadas ao VSR.

 

Lessandra Michelin, líder-médica da farmacêutica GSK, explica que a infecção por VSR pode descompensar comorbidades existentes em idosos, como diabetes e insuficiência cardíaca, afetando outros órgãos.

 

““78% da população acima de 60 anos têm uma comorbidade. Então, geralmente, quando pegamos infecção por VSR, descompensa essa comorbidade. Se a pessoa que é diabética, descompensa o diabetes. Quem tem insuficiência cardíaca, descompensa. Então, o virus não afeta somente o pulmão, hoje ele acaba descompensando o organismo como um todo e afeta outros órgãos por tabela”, explicou. 

 

Mônica Levy, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, destaca que a inclusão de vacinas no Calendário do SUS é avaliada considerando o risco da doença, o custo-benefício do imunizante e o impacto na saúde pública. Ela acredita que a prevenção para bebês será discutida com prioridade, mas ressalta que outros grupos, como idosos com condições crônicas, também devem ser considerados.

 

O SUS oferece anticorpos monoclonais para prevenção em casos de alta vulnerabilidade, como prematuros extremos e bebês com doenças específicas. Esses anticorpos podem ser solicitados a planos de saúde ou adquiridos com prescrição médica especial.