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adis abeba
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou nesta sexta-feira (16), sua primeira visita oficial à Etiópia. Pela manhã, participou de uma cerimônia de deposição de flores em um monumento na capital etíope, Adis Abeba. Na sequência, teve reuniões bilaterais com o primeiro-ministro Abiy Ahmed. No fim de semana, ele participa como convidado especial da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana.
Durante a reunião entre as equipes de governo, o primeiro-ministro Abiy Ahmed confirmou que virá ao Brasil para participar como convidado da Cúpula do G20, que acontece em novembro, no Rio de Janeiro. Outros assuntos tratados foram a necessidade de uma modernização no sistema de governança global e um convite para a Etiópia integrar a Aliança Global Contra a Fome, um dos focos da Presidência brasileira à frente do G20. Na parte da tarde, o presidente Lula participou do evento “Financiamento climático para a agricultura e segurança alimentar: Implementação da Declaração de Nairóbi e resultados da COP28”.
A visita integra o processo de relançamento da política externa do Governo Federal para países africanos. A Etiópia é o segundo país mais populoso da África, com 125 milhões de habitantes, e a quinta maior economia do continente, com crescimento de mais de 6% em 2023. Além disso, a nação se integrou ao BRICS no início deste ano e a União Africana, que tem sede em Adis Abeba, se tornou membro permanente do G20.
RELAÇÕES BILATERAIS
As relações diplomáticas entre Brasil e Etiópia foram estabelecidas em 1951. Os dois países já tiveram iniciativas em conjunto voltadas para técnicas de produção agrícola em regiões semiáridas; compartilhamento de experiências em biocombustíveis; irrigação agrícola em pequena escala; alimentação escolar; saneamento básico e manejo sustentável de florestas. Hoje, há cinco projetos de cooperação em andamento nas áreas agrícola e de segurança alimentar.
No comércio bilateral, o fluxo de negócios entre os dois países em 2023 foi de US$ 23,8 milhões, quase tudo em exportação de produtos brasileiros, especialmente combustíveis, máquinas agrícolas e produtos industrializados. Para ampliar isso, o Brasil mandou em dezembro de 2023 uma missão empresarial para a Etiópia, que contou com a presença de representantes do Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Agricultura e Pecuária, da ApexBrasil e representantes da iniciativa privada brasileira.
A viagem do presidente Lula é acompanhada de uma comitiva de ministros, com a missão de estreitar parcerias e acordos com países africanos. Segundo o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), a visita é uma oportunidade de trabalhar ao mesmo tempo com 54 países presentes para a Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana.
“Estamos falando de um continente que hoje tem cerca de 3 trilhões de PIB. A Etiópia, por exemplo, acumula grande crescimento dentro do planeta pós-pandemia. E também há aqui países mais desenvolvidos, menos desenvolvidos e que, desde o início, trabalham com o presidente Lula a importância da Aliança Global Contra a Fome e contra a Pobreza”, disse o ministro.
Segundo ele, um dos objetivos é convidar integrantes da União Africana para reuniões preparatórias em várias regiões do Brasil para definir nos termos mais consistentes a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza. “Eles têm o lema de que a África, que conhece a África, pode apresentar solução para os problemas da África. A África tem boas experiências que se somam às experiências do Brasil e do mundo, na perspectiva de ao mesmo tempo dar conta desses dois temas”, disse Dias.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega nesta quarta-feira (14) ao Egito, para a segunda viagem oficial ao continente africano de seu terceiro mandato. Essa também será a segunda vez que o presidente visita o país. A anterior, em 2003, foi a primeira de um chefe de Estado brasileiro desde as viagens de Dom Pedro II na década de 1870.
O convite para a visita, que celebra os 100 anos das relações diplomáticas entre Brasil e Egito, foi feito pelo presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, durante a COP 27, na cidade de Sharm el-Sheikh, evento do qual Lula participou ainda como presidente eleito em dezembro de 2022.
De acordo com o Planalto, na agenda para quinta-feira (15) estão previstas a visita de Estado oficial, com reuniões entre os presidentes, assinaturas de atos bilaterais, um almoço oficial e declaração de ambos os chefes de Estado à imprensa. O presidente Lula também fará uma visita à sede da Liga dos Estados Árabes, no Cairo.
No fim do dia, a delegação brasileira embarca para Adis Abeba, capital da Etiópia, onde o presidente Lula irá participar como convidado da Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, nos dias 16 e 17. O governo brasileiro tem convites para reuniões bilaterais com diversos países e órgãos.
RELAÇÕES BILATERAIS
O Egito é atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África: em 2023, o comércio bilateral entre os dois países chegou a US$ 2,8 bilhões (sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão em produtos brasileiros exportados), atrás apenas da Argélia, com US$ 4,2 bilhões. O país africano também se tornou integrante do BRICS em 2024 e participará do G20 a convite do governo brasileiro, que preside o bloco até dezembro.
O comércio entre as nações tende a aumentar nos próximos anos, após a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros em 2023, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno. A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).