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Os problemas relacionados à distribuição de energia elétrica, em toda Bahia, têm gerado prejuízos a milhares de baianos. No extremo sul baiano, as oscilações de energia afetam desde atividades cotidianas até o itinerário de quem depende do funcionamento de aparelhos elétricos para a manutenção do trabalho, como agricultores e pecuaristas da região. Após cerca de 50 dias de prejuízo na produção, a Associação dos Agricultores e Pecuaristas do Extremo Sul da Bahia (AAPEX) entrou em contato com a Coelba, concessionária responsável pela distribuição de energia elétrica no estado, em busca de soluções para o problema, mas não receberam retorno.
De acordo com a AAPEX, a reunião, que ocorreu no dia 13 de dezembro, foi organizada pelos membros do grupo e, na ocasião, a Coelba alegou que as falhas ocorreriam em detrimento o alimentador PAPA4, que atende a região. A empresa teria afirmado que apesar de operar em capacidade máxima, o distribuidor não possui capacidade o suficiente para impedir as falhas e oscilações.
Soluções foram sugeridas ainda durante a reunião. Entre elas, a empresa se comprometeu a analisar a possibilidade de deslocar a carga para outros alimentadores a fim de mitigar a queda/oscilação de energia, o que seria uma medida paliativa. Quando buscada novamente pelo grupo de agropecuaristas, a Coelba não retornou o contato e nem apresentou novas propostas para mitigar o problema, que persiste até o momento.
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Ao Bahia Notícias, o presidente da AAPEX, Gustavo Sturm, informou que mais da metade dos 50 associados do grupo está sendo afetada pelas falhas no fornecimento de energia elétrica. Segundo os registros da associação, o impacto financeiro de mais de R$ 40 milhões. O dano se deve a perda ou ao não funcionamento de equipamentos que dependam de grandes quantidades de energia.
Um dos associados que participou da reunião, Renato Fernandes, alega que quantitativamente a perda em sua produção, que depende o sistema elétrico de irrigação, foi de cerca de 15%. “O problema é agravado pela falta de chuva. Porque esse ano, por causo do El Niño, estava muito quente no ano passado, então a demanda de irrigação estava lá em cima e a gente não conseguia irrigar. Devo ter perdido, tranquilamente, 15% do que eu ia produzir.” Segundo ele, o valor perdido após os déficits na irrigação foram equivalentes a R$ 800 mil.
Renato detalhou também que as falhas no fornecimento de energia afetam toda a região do município, desde distritos rurais até outros municípios. “Na verdade, não é só em Teixeira de Freitas. As redes que abastecem a zona rural saem de Teixeira de Freitas e o contorno dos municípios é meio doido, então é a região de Teixeira de Freitas”, conta.
A presidente de um centro de acolhimento de moradores de Santo Antônio, distrito de Teixeira de Freitas, Eliane Santos, detalha que as oscilações no fornecimento de energia atravessa diretamente a rotina da comunidade. “Nas escolas, os alunos sofreram bastante fim de ano que não podia nem manter o ventilador ligado porque toda hora a energia caiu também, então é bem complicado. Isso fora, algumas pessoas acho que já perderam equipamentos elétricos por conta dessa queda de energia”. E complementa: “Não é falta total, é uma queda, uma oscilação, mas muito recorrente. Tem período que a cada 10 minutos a energia cai”.
Elaine afirma ainda que a situação afeta a região há algum tempo, mas que recebeu mais atenção devido ao agravamento das falhas. “Sempre teve, né, oscilações de energia que agora com a intensidade que está ocorrendo, que vem ocorrendo ultimamente, não. Eu entendo. De uns 60, entre 60 e 90 dias para cá, vem intensificando bastante”, alega.
Quando procurada pelo Bahia Notícias, a Neoenergia Coelba afirmou, em nota, que está “em diálogo constante com a Associação de Agricultores e Pecuaristas do Extremo Sul, buscando agilidade no atendimento a possíveis ocorrências apontadas pela entidade.”. A empresa afirma ainda que a região vem sendo monitorada, tendo sido realizadas manutenções em 600 quilômetros de rede no extremo sul.
Confira a nota na íntegra:
“A Neoenergia Coelba reitera seu compromisso em assegurar a confiabilidade do fornecimento de energia no Extremo Sul da Bahia, onde investiu mais de R$ 600 milhões em expansão e manutenção do sistema elétrico nos últimos cinco anos. Compreendemos a importância econômica e turística da região, e, por isso, conduzimos estudos para expandir e atender às crescentes demandas.
Em relação a Teixeira de Freitas, em 2023 inspecionamos e realizamos a manutenção em mais de 600 quilômetros de rede, além das manutenções preventivas nas seis subestações elétricas do município. A empresa priorizou prontamente os casos de intercorrências na rede que atende a cidade, solucionando-os o mais breve possível. Estamos em diálogo constante com a Associação de Agricultores e Pecuaristas do Extremo Sul, buscando agilidade no atendimento a possíveis ocorrências apontadas pela entidade. A Neoenergia Coelba permanece à disposição.”
A Associação dos Agropecuaristas do Sul da Bahia (ADASB) estima que até o final da influência climática do El Ninõ haverá uma perda total de 10 mil cabeças de gado na região, devido à estiagem prolongada nos últimos meses. A ADASB, assim como a Faeb, apontam grandes prejuízos socioeconômicos para a região em meio a seca.
A falta de chuva na região ocasiona escassez de água e alimento para os animais, causando prejuízos para todo o mercado de produtos de origem animal e subsequente elevação dos preços. Os dados da Associação já demonstram cerca de 50% de queda na produção leiteira regional.
Ao site Políticos do Sul da Bahia, parceiro do Bahia Notícias, o presidente da ADASB, Aldrin Veiga Trevisan, adverte que apesar da estiagem ser um fenômeno natural na região, a estiagem tem se prolongado este ano e que a situação tem se agravado por conta da ação humana. “Muitos de nossos associados tem registrado em suas propriedades incêndios criminosos, principalmente em áreas que ficam às margens das rodovias, o que é um perigo para todos. Precisamos de um suporte preventivo com ações de controle de aceiro, e também ações emergenciais para combate aos incêndios", alerta.
O gestor cita ainda a necessidade de um Decreto que reconheça a gravidade dos reflexos desta estiagem no campo. “Já entramos em uma situação de emergência e calamidade e esse reconhecimento ajudaria muitos produtores com uma prorrogação do prazo para pagamento de seus financiamentos, afinal, o produtor está amargando prejuízos e não terá como honrar seus compromissos”. E conclui reiterando o pedido de apoio do governo em todas as esferas, seja Municipal, Estadual ou Federal, para os produtores rurais serem assistidos em suas maiores necessidades do momento.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,9% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o último trimestre do ano passado. O resultado foi puxado, principalmente, pelo crescimento de 21,6% da Agropecuária, maior alta para o setor desde o quarto trimestre de 1996. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,6 trilhões em valores correntes. As informações são da Agência de Notícias IBGE.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, o PIB cresceu 4,0%. No acumulado dos quatro trimestres terminados em março de 2023, o PIB registrou elevação de 3,3% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, divulgado hoje (1) pelo IBGE.
O crescimento do PIB foi puxado pela alta na Agropecuária (21,6%), que tem peso de aproximadamente 8% da economia do país. "Problemas climáticos impactaram negativamente a Agropecuária ano passado e esse ano estamos com previsão de safra recorde de soja, que representa aproximadamente 70% da lavoura no trimestre, com crescimento de mais de 24% de produção. A safra da soja é concentrada no primeiro semestre do ano. Ao compararmos o quarto trimestre de um ano ruim com um primeiro trimestre bom, observamos esse crescimento expressivo da Agropecuária", analisa a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Ainda no campo positivo, o setor de serviços, que tem o maior peso no indicador, cresceu 0,6% no período. O resultado foi puxado, principalmente, pelas altas nos setores de Transportes e Atividades Financeiras, ambos com crescimento de 1,2%.
“A alta no setor dos Transportes foi influenciada tanto pelo transporte de carga quanto o de passageiros e nas Atividades Financeiras, foi puxada pela parte de seguros, pois o valor dos prêmios cresceu, mas o dos sinistros caiu, e o setor tem um ganho quando acontece isso”, pontua Palis.
Por outro lado, o setor de Informação e comunicação (-1,4%) apresentou a maior queda do primeiro trimestre para os serviços. “A queda dessa atividade pode ser explicada, em grande parte, por uma base de comparação alta. Foi a atividade que mais cresceu depois da pandemia, se encontra 22,3% acima do patamar do quarto trimestre de 2019.”, explica a coordenadora.
A Indústria apresentou estabilidade (-0,1%) no primeiro trimestre de 2023. “A queda na Indústria de Transformação foi influenciada pelas quedas de bens de capital e bens intermediários, enquanto a Atividade de Eletricidade e água, gás, esgoto, atividades de gestão de resíduos subiu 6,4%, visto que estamos em um momento de boas condições hídricas, sem escassez”, pontua Palis.
Setor agropecuário da Bahia registra crescimento de 3,6% no último trimestre de 2022. O cálculo foi divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) sobre o Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com os valores correntes, o PIB do setor atingiu a marca de R$ 22,1 bilhões no quarto trimestre de 2022, o que representou 23,5% da economia baiana naquele período.
No ano de 2022, o PIB do agronegócio no estado registrou um crescimento de 1,0%, totalizando R$ 110,7 bilhões, segundo a SEI. O número representa 27,6% da atividade econômica baiana no ano passado.
A maior contribuição para esse crescimento foi observada no segmento de distribuição e consumo final, que respondeu por 63,1% da atividade do agronegócio. O sucesso desse setor no último trimestre do ano é um fenômeno bem conhecido, uma vez que poucas culturas são colhidas durante esse período, o que impacta diretamente nos agregados insumos e agropecuária.
Para o secretário da Agricultura, Wallison Tum (Avante), os dados comprovam a importância da agricultura baiana para a economia do país. “Esses dados demonstram a força da agropecuária baiana, deixando clara sua importância dentro do cenário do Brasil e também do mundo, como um dos celeiros do planeta”, afirmou.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.