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As mudanças de critérios de acesso às competições nacionais devolveram o prestígio aos campeonatos estaduais. É o que aponta Ricardo Lima, presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF). Durante o arbitral que definiu a fórmula do Baianão 2024, realizado nesta segunda-feira (30), na sede da entidade em Lauro de Freitas, o dirigente minimizou a possibilidade dos clubes colocaram em campo times de base para jogar o campeonato do estado, que garante vagas à Copa do Brasil, Copa do Nordeste e Série D do Campeonato Brasileiro.

"O Campeonato Baiano hoje é um grande produto até pelas mudanças de critérios de acesso às competições nacionais. Por muito tempo se ventilou que equipes jogariam com o sub-15, sub-17, sub-23 e eu sempre disse que para a Federação era indiferente, eu vou marcar o jogo. Se lá estiver o sub-15, sub-17, não tem problema, o jogo está marcado e vamos entregar o proporcionamos a entregar. Agora, através das mudanças realizadas, todos os produtos estaduais viraram grandes competições. Cada um precisa envelopar e entregar à sociedade e aos seus filiados o que tem de melhor. Acho que a Federação vem fazendo isso muito bem. Os filiados e a imprensa estão aqui para falar pela competição. Acredito que nós não teríamos aqui alguém para subestimar a competição e colocar times inferiores correndo o risco de ficar fora de uma Copa do Brasil. Mas se tiver, vamos respeitar e que vença o melhor", afirmou em entrevista ao programa BN na Bola da Rádio Salvador FM 92,3.

O mandatário da FBF ainda destacou a importância da atuação da entidade divulgar suas competições, principalmente a Série A, mas também as disputas de base e do Intermunicipal, através das transmissões televisivas e das redes sociais. 

"Parte do processo que falei, precisamos fazer um envelopamento não só para o Campeonato Baiano da Série A, mas para todas as competições. Lógico que nós temos como fator primordial o Baianão, que tem maior apelo e entendemos que é onde possamos captar o maior número de recursos para diminuir os custos dos filiados para que eles possam aportar nos seus elencos. Então, a gente vem fazendo esse trabalho como um todo da FBF e de suas competições para que a gente possa entregar um grande projeto e grandes competições para a sociedade e fazer com que elas a cada dia sejam mais rentáveis. Eu só vou conseguir fazer isso mostrando, divulgando, entregando às empresas privadas e entes públicos e fazer com que eles entendam a grande importância em fazer o futebol não só para os torcedores, mas também para toda a sociedade. Se pegarmos as competições de base, sub-15, sub-17, sub-20 e Intermunicipal, a gente leva entretenimento ao interior, oportunidades às crianças carentes. Quando a gente consegue englobar tudo isso, o futebol e a sociedade se fortalecem e nós entregamos um grande produto", disse.

Ricardo Lima ainda falou do nível de competitividade do Baianão 2024. O dirigente espera que a dispute volte a ter dois integrantes da Série A do Brasileiro, sendo o único estadual nessa condição na região Nordeste. Na primeira divisão, o Bahia está luta para evitar o rebaixamento, enquanto na Segundona, o Vitória está bastante próximo de conquistar o acesso.

"Com fé em Deus. Espero que se confirmem o quanto antes. Tem sido uma ansiedade gigantesca, não só minha, mas também do corpo diretivo da FBF. A gente quer que nossos clubes estejam bem, num patamar elevado do cenário nacional, como merecem e como jamais deveriam ter saído. O futebol baiano é grande. Então, não só por Bahia e Vitória, mas também por todo um contexto. Temos a competição mais antiga do Nordeste. Vou torcer e farei o que for preciso para que em 2024 seja um ano de redenção para o futebol baiano", comentou Lima.

O evento contou com a participação dos 10 clubes da Série A (Atlético de Alagoinhas, Bahia, Bahia de Feira, Barcelona de Ilhéus, Itabuna, Jacobina, Jacuipense, Juazeirense, Jequié e Vitória). Ficou definido a fórmula de disputa da competição, assim como o regulamento, datas e estádios que receberão as partidas. O Bahia é o atual campeão do torneio, enquanto Jacobina e Jequié estão de volta à elite após conquistarem o acesso neste ano. Disputado desde 1905, o Baianão está indo para a sua 120ª edição e está programado para começar no dia 14 de janeiro. Lima ainda indicou que mudanças em busca de melhorias ainda poderão ocorrer tanto na parte técnica quanto financeiro.

"Tudo que foi ofertado em 2023, não só financeiramente, mas tecnicamente estaremos propondo e, se preciso, assumindo. Mas nós faremos algumas mudanças primordiais para o bem da competição e dos filiados", finalizou.

Semifinalista do Campeonato Baiano de 2023, o Itabuna já está se preparando para a disputa do ano que vem da competição estadual. Nesta segunda-feira (30), na reunião que definiu os detalhes do Baianão 2024, o presidente do Dragão do Sul, Rodrigo Xavier, falou sobre o planejamento da equipe.

"A gente já está em busca dos atletas para formar nosso elenco. Vamos iniciar os trabalhos no início de dezembro. Estamos buscando atletas que tenham experiência e qualidade para que a gente possa fazer igual esse ano. E não tenho dúvidas que a gente está formando uma equipe que vai chegar para disputar o Campeonato. Dando o encaixe que o futebol exige, eu tenho certeza que o Itabuna vai dar muito trabalho e quem sabe beliscar mais uma vez a classificação para semifinal, e quem sabe final e quem sabe o título baiano", comentou Rodrigo. 

O presidente do Itabuna também falou sobre a recente saída do investidor do clube do interior baiano.

"A gente foi pego de surpresa. Eu não esperava que a gente tivesse a saída de Léo, que é meu amigo pessoal. Tenho uma gratidão enorme por ele. Ele deu a mão ao Itabuna no momento que a gente precisava e a amizade continua. Mas foi uma opção individual dele e das pessoas que estão próximas a ele. O Itabuna vai continuar. O Itabuna é uma marca forte, tem história e agora a gente está em busca de novos investidores, novos patrocinadores. A gente sabe que futebol não é barato. É caro de se fazer, mas trabalho não vai faltar e isso a gente sempre teve. Para esse ano já estamos em campo, não os jogadores, mas a diretoria, atuando para que a gente possa terminar de formar nosso elenco e iniciar os trabalhos para que em 2024 a gente mantenha os mesmos objetivos e mesma campanha que a gente fez em 2023”, explicou Rodrigo. 

Nesta segunda-feira (30), na sede da Federação Bahiana de Futebol (FBF), aconteceu o evento que definiu os detalhes do Campeonato Baiano de 2024. A competição começará no dia 14 de janeiro e terá a mesma fórmula do ano passado. A premiação e os valores pagos pela TVE, detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Baiano, ainda estão sendo discutidos.

O arbitral contou com representantes dos 10 clubes da Série A do Baianão (Atlético de Alagoinhas, Bahia, Bahia de Feira, Barcelona de Ilhéus, Itabuna, Jacobina, Jacuipense, Juazeirense, Jequié e Vitória) e durou cerca de duas horas onde foram definidos regulamento, datas, estádios da competição etc. O Bahia, atual campeão do torneio, foi representado pelo gerente de operações Edgard Maba. Pelo Vitória, esteve presente o presidente Fábio Mota e o Atlético de Alagoinhas, bicampeão nas edições de 2021 e 2022, foi representado pelo presidente Albino Leite.

Foto: Ulisses Gama/Bahia Notícias

O presidente da FBF, Ricardo Lima, falou sobre o modelo de disputa do Baianão e a participação dos clubes do interior do estado nas últimas temporadas.

"Eu entendo que chegamos no modelo de fórmula que todos tem condições. Todos jogam contra todos, ainda que no sistema apenas de ida devido a dificuldade de datas que temos em toda a região nordeste. Nós passamos alguns anos de grandes dificuldades por conta da pandemia e muitos dos filiados precisavam se reinventar. Eu gosto muito de bater na tecla da gestão participativa, da gestão qualitativa e acho que eles tem entendido todo esse processo de mudança. Observe que, nos últimos anos, e não que isso seja algo tão relevante, mas tivemos clubes do interior chegando (nas fases finais). É algo que a gente precisa valorizar. O campeonato se decide dentro de campo, pode ser com bavi, sem bavi, mas mostra um pouco da preocupação e do processo de amadurecimento que clubes tidos como não favoritos vem fazendo em nosso estado e nas nossas competições. Particularmente eu fico feliz quando vejo um clube com menor poderio econômico chegar às finais das competições. O futebol hoje cresceu muito. É um grande negócio, um grande produto. Embora muitos ainda querem achar que temos que ter seis BaVis em uma competição, remetendo a anos anteriores. Isso não cabe mais. O calendário é apertadinho. Mas acho que isso são grandes feitos que a gente precisa está tocando nessa tecla para que a gente esteja seguindo o fluxo normal”, disse Ricardo Lima.

Disputado desde 1905, a edição de 2024 será a 120ª da história do Campeonato Baiano, que tem o Bahia como maior campeão com 50 títulos, seguido pelo Vitória, que soma 29. 

Foto: Ulisses Gama/Bahia Notícias

A Federação Bahiana de Futebol (FBF), realizou nesta segunda-feira (30), em sua sede, o arbitral do Campeonato Baiano de 2024.

Presente no evento, o presidente do Atlético de Alagoinhas, Albino Leite, falou, em conversa com o Bahia Notícias, sobre as últimas temporadas do Carcará, que foi bicampeão baiano em 2021 e 2022 e vice-campeão em 2020. Em 2023, o Atlético de Alagoinhas terminou na oitava colocação do Baianão, apenas dois pontos à frente do Jacobinense, um dos rebaixados ao lado do Doce Mel.

"É difícil se manter no topo, principalmente um clube que tem todas as suas dificuldades financeiras, mas mesmo assim conseguimos um êxito, que é muito difícil, três anos consecutivos: um como vice, depois campeão e bicampeão baiano. Esse ano, realmente, nós não fomos bem. Devido às mudanças. A questão de jogadores, contrações, questões financeiros que nos apertaram muito… E a gente conseguiu sobreviver. O importante é estar na Série A do Campeonato Baiano porque nosso objetivo é construir nossa casa. Nós temos 55 anos de existência e não temos uma casa. As estrelas já vieram, já estão no peito, agora é fundamental construir a nossa casa, então, vamos nos manter na primeira divisão, mas correr em construir o nosso Centro de Treinamento e, principalmente, a nossa SAF que já está em tramitação das negociaçoes", disse Albino Leite.

Sobre a SAF do Carcará, o presidente do Atlético de Alagoinhas disse que já há empresas envolvidas, mas o clube ainda está se adequando internamente.

"Tem empresas, mas ainda estamos conversando. Enquanto conversamos nós estamos se adequando internamente. Estamos contratando um grupo de advogados que vão cuidar especificamente da parte da SAF. Então, primeiro eu tenho que arrumar o nosso estatuto para adequar a SAF. A Série D, esse ano, a gente foi até melhor que ano passado, mas nós não temos um patrocínio altamente sólido que dê esse fôlego durante 12 meses. Então, passamos por algumas dificuldades, inclusive, ainda estamos devendo, e a gente está tentando resolver essa parte, mas o mais importante agora é trabalhar no nosso CT, manter o time na primeira divisão e realizar a nossa SAF, comentou o presidente do Atlético de Alagoinhas.

A edição de 2024 será a 120ª da história do Campeonato Baiano. O Bahia é o atual campeão do torneio após vencer o Jacuipense, na final, desta temporada.