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Ocorrido em dezembro de 2018 no município de Tucano, no Sisal baiano, o assassinato do ativista Pedro Henrique Santos Cruz ainda aguarda um desfecho. De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o procedimento investigatório criminal em andamento no órgão, que corre sob sigilo, aguarda o envio de exames periciais pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).
Em reunião com representantes da Anistia Internacional e parentes de Pedro Henrique nesta terça-feira (16), o procurador-geral de Justiça do MP-BA, Pedro Maia, prestou esclarecimentos sobre as investigações do caso.
Os resultados das perícias são indispensáveis para a análise e posicionamento final sobre a morte do ativista. O MP-BA investiga o caso por meio da atuação conjunta do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp) e da 2ª Promotoria de Justiça de Tucano.
Conforme o promotor de Justiça Ernesto Cabral, a principal linha de investigação aponta para um possível envolvimento de policiais na morte do ativista.
“A principal linha de investigação é de um possível envolvimento de policiais. Os depoimentos de uma testemunha indicam três policiais como prováveis suspeitos, mas entendemos que ainda há uma fragilidade probatória. Aguardamos ainda algumas diligências técnicas”, afirmou o promotor, que destacou a prioridade do caso. “O caso de Pedro Henrique é um dos nossos casos prioritários. Nosso objetivo é avançarmos para obtermos mais provas e termos uma maior chance de sucesso”, afirmou.
Foto: Humberto Filho
AUDIÊNCIA PÚBLICA
De acordo com Pedro Maia, uma equipe da Procuradoria-Geral de Justiça irá a Tucano com o objetivo de promover audiência pública para colher mais elementos que possam contribuir com a elucidação do crime.
“Registro minha absoluta solidariedade a dona Ana Maria Cruz e seu José de Souza, pais de Pedro Henrique. O MP padece com essa grave situação e encaminharemos uma equipe da Procuradoria-Geral para Tucano”, afirmou o PGJ. Ele propôs que representantes da Anistia componham a comitiva que irá ao município.
O coordenador de Direitos Humanos do MP, promotor Rogério Queiroz, informou que o Caodh organizará a audiência pública, em diálogo com a família de Pedro Henrique e sociedade. Informou também que está sendo estruturado o Núcleo de Prevenção a Conflitos Fundiários Envolvendo Comunidades Tradicionais, para mediação, escuta e acolhimento das comunidades eventualmente em conflitos pela posse da terra, e que está sendo elaborada recomendação geral orientando todos promotores de Justiça na Bahia a aderirem aos princípios que balizam os procedimentos que possuam defensores de Direitos Humanos como vítimas.
"Nesses casos, nosso trabalho é feito com foco na celeridade, exaustividade, independência, imparcialidade, participação da vítima e seus familiares, além de transparência. Minha função como coordenador de Direitos Humanos é possibilitar essa escuta e cobrar a atuação, o que farei ao lado das instituições, me colocando à plena disposição dos senhores”, disse.
A diretora da Anistia Internacional Jurema Werneck destacou a importância da reunião. “Temos muito apreço a essa audiência, pois é sempre importante a sociedade ter acesso direto à autoridade que cuida dos casos que acompanhamos”, afirmou.
No encontro, estiveram presentes os pais e irmãos de Pedro Henrique, representantes da Rede Observatórios de Segurança, do Quilombo Pitanga dos Palmares, do Quilombo Quingoma, parentes da ialorixá Mãe Bernadete e do jovem Davi Fiúza, ambos mortos em ações policiais, e membros das Defensorias Públicas estadual e federal.
Pelo MP-BA, também participaram a procuradora-geral de Justiça Adjunta, Norma Cavalcanti; o coordenador do Centro de Apoio de Direitos Humanos (Caodh), promotor de Justiça Rogério Queiroz; o coordenador de Centro Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (Ceosp), Hugo Casciano; o coordenador do Geosp, promotor de Justiça Ernesto Cabral; o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), promotor de Justiça Luiz Neto Ferreira; e a coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Criança e do Adolescente (Caoca), promotora de Justiça Ana Emanuela Rossi.
O ativista baiano Carlos Marighella (1911-1969) virou personagem de uma história em quadrinhos lançada pela Editora Draco. Além do filme, protagonizado pelo cantor Seu Jorge, o político terá sua vida retratada em uma série de três narrativas intituladas “Marighella #Livre”.
Segundo o portal Omelete, a obra de 64 páginas irá contar momentos vividos pelo ativista, como a prisão e tortura sofridas no ano de 1936, além das lutas contra o regime ditatorial no Brasil, com destaque para os anos de 1964 e 1969.
“Marighella #Livre” foi desenvolvida a partir da parceria do roteirista Rogério Faria, dos desenhistas Ricardo Souza (ZéMurai) e Jefferson Costa, além do cantor Phill Zr., responsável pela capa.
Confira alguns trechos da história:
Fotos: Divulgação
O nome de Makota Valdina rebatizará a Escola Municipal do Engenho Velho da Federação, bairro onde nasceu a líder religiosa, educadora e ativista, morta, aos 75 anos, no último mês de março (clique aqui).
A Lei N° 459/2019, que institui a mudança, foi sancionada pelo prefeito ACM Neto na quinta-feira (25) e entra em vigor a partir desta data. A proposta de renomeaar a instituição de ensino como Escola Municipal Makota Valdina é do vereador Silvio Humberto (PSB).
Valdina de Oliveira Pinto, mais conhecida como Makota Valdina, nasceu em 15 de outubro de 1943, em Salvador. Da adolescência à fase adulta, ela desenvolveu atividades assistenciais, sobretudo voltadas para a alfabetização de adultos. Reconhecida pela atuação contra o racismo e intolerância religiosa, além da preservação e valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro, somente em 1975 ela foi iniciada no Candomblé, sendo confirmada para o cargo de Makota – assessora de Mãe-de-Santo –, no Terreiro Tanuri Junsara. (Atualizada às 11h25, no sábado, 27)
Em homenagem a Makota Valdina, morta na última terça-feira (19) (clique aqui), a TVE Bahia exibirá uma série de produções com a participação da ativista, educadora e líder religiosa, referência na luta contra o racismo e intolerância religiosa e na preservação e valorização do patrimônio cultural afro-brasileiro.
Nesta sexta-feira (22), às 22h15, a emissora exibe o documentário “O que aprendi com minhas mais velhas”, sobre a fé no candomblé e sua transmissão de geração em geração. No sábado (23), às 20h30, será exibido “O samba que mora aqui”, no qual Makota esclarece, entre outras questões, os ritmos existentes nos terreiros de nação Angola, sobretudo o Cabula.
Na segunda-feira (25), 22h15, a TVE transmite o Polêmicas Contemporâneas com Makota Valdina, “Tecnologias Modernas e o Candomblé”. Na quarta-feira (27), às 21h15, o programa Perfil e Opinião vai relembrar mais uma participação da militante na TVE.
A líder religiosa, educadora e ativista do movimento negro Makota Valdina morreu aos 75 anos, na madrugada desta terça-feira (19), em Salvador.
De acordo com informações do Correio, familiares informaram que ela estava hospitalizada há um mês , no Hospital Teresa de Lisieux, após sentir dores causadas por pedras no rim. Ainda segundo a publicação, já no hospital, os médicos encontraram um abcesso no fígado, e, no domingo (17), Makota Valdina teve uma parada cardiorrespiratória, entrou em coma e veio a óbito. O sepultamento será realizado no Cemitério Jardim da Saudade, nesta terça-feira (19), às 15h30.
Makota Valdina nasceu em 15 de outubro de 1943 no bairro do Engenho Velho da Federação, onde permaneceu por toda vida. Da adolescência à fase adulta, ela desenvolveu atividades assistenciais, sobretudo voltadas para a alfabetização de adultos. Reconhecida pela atuação contra a intolerância religiosa, somente em 1975 ela foi iniciada no Candomblé, sendo confirmada para o cargo de Makota – assessora de Mãe-de-Santo, no Terreiro Tanuri Junsara.
Professora aposentada da rede pública municipal de Salvador, ela integrou o Conselho Estadual de Cultura da Bahia.
A morte da ativista e vereador do PSOL, Mariele Franco, na noite desta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro (clique aqui), gerou diversas manifestações de artistas de todo o país, inclusive os baianos. Caetano Veloso usou a música para homenageá-la. Em um vídeo ele tocou a canção “Estou Triste”, faixa do disco “Abraçaço”, que tem entre os versos: “Sinto o peito vazio e ainda assim farto / Estou triste, tão triste / E o lugar mais frio do rio é o meu quarto”.
O ator e apresentador Ciro Sales, que atualmente vive na cidade, foi um dos que lamentaram o ocorrido. “É triste. Revoltante. E é tão claro. Marielle milita pelos direitos humanos. Marielle é eleita vereadora. Marielle é nomeada integrante de comissão designada para acompanhar a intervenção militar no Rio de Janeiro. Mmarielle denuncia a truculência da polícia militar. Marielle é executada a tiros no centro da cidade. (pausa grávida, de indignação e de medo). Os tempos são sombrios, e os recados estão claros. O que mais vamos esperar? Amanhã, 17h, estarei caminhando da Alerj à Cinelândia junto a muitos. Se não agora, quando?”, escreveu no Facebook. O ator Danilo Ferreira, também radicado no Rio, fez uma postagem emocionada sobre o caso: “Tiraram a vida de Marielle Franco. Assassinaram uma guerreira. Por ser negra, por ser mulher e por ser guerreira. Marielle dedicou sua vida à luta contra a injustiça e a barbárie. Isso não pode ficar assim. Não podemos nos calar!”.
De Salvador, outros nomes também se manifestaram. Em uma postagem na qual a vereadora aparece em uma manifestação contra o feminicídio, o músico Jarbas Bittencourt questiona: "Quem matou Marielle Franco?". O ator e dramaturgo Aldri Anunciação postou seu manifesto e convocou a população para se mobilizar: “O que é isso? Que intervenção é essa no Rio? A barbárie não deve se tornar um procedimento de controle... não é bom pra nenhum dos lados... pois vira um jogo de ação-reação! Isso não poderia ter acontecido com a vereadora MARIELLE! Uma voz não é uma voz... Uma voz são várias vozes! E as vozes têm eco e multiplicam-se! Vamos!”.
O vocalista da banda Maglore, Teago Oliveira, que vive em São Paulo, também comentou: “Dos maiores absurdos infelizmente cotidianos. As coisas já passaram do limite. Tem tempo. Do jeito que já controlaram tudo tem que pressionar muito pra não abafarem. Que situação, velho”. E em uma nova postagem questionou o contexto da morte. "É uma absurda coincidência Marielle Franco ser relatora da CPI que investiga a intervenção militar no rio e ser executada dias depois de postar denúncias".
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Luciano Simões
"Estou sabendo é dos partidos que estão firmes".
Disse o presidente do União Brasil em Salvador, deputado estadual Luciano Simões sobre o apoio de partidos a candidatura de Bruno Reis.