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Há pouco mais de cem anos, em julho de 1921, os cientistas franceses Albert Calmette e Camille Guérin anunciavam o desenvolvimento da primeira vacina contra a tuberculose, doença milenar até então incurável e mortal. Ela foi aplicada em um recém-nascido que corria risco de morte pois vivia num ambiente contaminado e sua mãe havia morrido da doença. O bebê sobreviveu e o imunizante ganhou o mundo nas décadas seguintes, ajudando a reduzir os casos da doença e mortes. No dia 1º de julho é celebrado o dia da vacina BCG - o bacilo Calmette-Guérin, que leva o nome de seus criadores.
Um século depois de sua descoberta, a BCG é a vacina mais antiga em uso e continua essencial no combate à tuberculose. “É nossa principal arma para prevenir as formas graves da doença”, diz Alfredo Gilio, coordenador médico da Clínica de Imunização do Hospital Israelita Albert Einstein. “E quanto mais cedo for aplicada, maior a proteção.” Com uma dose única indicada logo ao nascer, a vacina deixa a famosa cicatriz que no início parece uma espinha.
Nas crianças, sua eficácia contra a meningite tuberculosa e a tuberculose miliar (quando se espalha pelo organismo) beira os 80%. Essa taxa pode cair para 50% se for aplicada mais tarde, considerando que quanto mais o tempo passa, maior o risco de contato com a infecção.
Apesar disso, a cobertura vacinal da BCG teve uma ligeira queda na última década no Brasil, passando de praticamente 100% em 2012 para 90% do público-alvo em 2022.
A vacina atenuada levou 13 anos para ser desenvolvida. Primeiro a dupla de pesquisadores isolou a causadora da tuberculose bovina, a Mycobacterium bovis. Colocada num meio de cultura, a cada três semanas eles separavam uma parte e recomeçavam o cultivo. Foi preciso mais de uma década e 230 cultivos para que o bacilo perdesse a virulência. Testado em bois, finalmente foi capaz de despertar uma resposta imune sem causar a doença. A nova cepa começou a ser usada para imunizar crianças e foi trazida ao Brasil em 1925. Em 1976, a vacinação tornou-se obrigatória na faixa dos 0 aos 4 anos.
Nos últimos 20 anos, a vacina ajudou a reduzir as mortes em 30% mas, ainda assim, até 2019 era a doença infecciosa que mais matava no mundo – até ser ultrapassada pela Covid-19. Estima-se que em 2020 tenha atingido quase 10 milhões de pessoas. No Brasil, foram notificados 68.271 casos novos e 4.543 óbitos em 2021.
A tuberculose é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, transmitido de pessoa para pessoa através de gotículas expelidas ao falar ou tossir. A forma pulmonar é a mais comum, mas pode se espalhar para locais como ossos, rins e meninges. Também pode ficar latente por vários anos e ser reativada em momentos de baixa imunidade.
Embora possa ser prevenida e curada, ainda é muito subdiagnosticada e está associada a más condições sanitárias, desnutrição e ambientes insalubres e pouco ventilados. É mais grave em imunodeprimidos, como os portadores de HIV.
Os sintomas típicos são tosse, às vezes com sangue, falta de ar, fadiga, perda de peso, febre e suores noturnos. O diagnóstico é feito por meio de radiografia e exames laboratoriais. O tratamento, à base de antibióticos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), dura vários meses. As informações são da Agência Einstein.
A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) negou, através de um comunicado publicado em seus canais oficiais nesta quarta-feira (15), a informação de que há um número insuficiente de seringas para que haja um aumento da cobertura vacinal da BCG em Feira de Santana.
Segundo a pasta, em 2022 o número estimado de nascidos vivos na localidade era de 9.380 e tem-se registrado o envio de 12 mil seringas e quantitativo de doses suficientes para atender a demanda, incluindo a eventual perda técnica operacional.
"É lamentável que a Prefeitura de Feira de Santana divulgue que faltam seringas para a vacinação de crianças com até 1 ano. Dados do Ministério da Saúde apontam que a cobertura vacinal da BCG em Feira de Santana é de apenas 54,32%, enquanto a média da Bahia alcança 83,43%", indicou um trecho do informativo.
Conforme explicou a titular da Sesab, Roberta Santana, os baixos índices registrados na localidade impactam diretamente nos índices do estado. “Por se tratar de um município grande, ele é representativo dentre os 417 municípios e faz baixar a média estadual. A meta estabelecida pelo Ministério da Saúde é de 90% de cobertura do público-alvo", alertou.
Santana lembrou ainda da importância do imunizante para o combate a diversas doenças. "Essa vacina é importantíssima, pois protege contra as formas graves da tuberculose, uma doença contagiosa que afeta os pulmões, mas também ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro)", pontuou.
Dados da Sesab indicam que, somente este ano foram enviadas duas remessas de insumos ao município de Feira de Santana, sendo a primeira de 1.400 seringas e outra com 2 mil unidades.
Tanto o imunobiológico quanto o insumo para aplicação da BCG são adquiridos exclusivamente pelo Ministério da Saúde e importados da Índia. É de obrigação dos estados a distribuição para os municípios, enquanto a gestão municipal deve construir estratégias eficazes para imunizar a população.
Curtas do Poder
Pérolas do Dia
Wilson Witzel
"O presidente Jair Bolsonaro deve ter se confundido e não foi a primeira vez que mencionou conversas que nunca tivemos, seja por confusão mental, diante de suas inúmeras preocupações, seja por acreditar que eu faria o que hoje se está verificando com a Abin e a Polícia Federal. No meu governo, a Polícia Civil e a Militar sempre tiveram total independência".
Disse o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, ao negar que manteve qualquer tipo de relação, seja profissional ou pessoal, com o juiz Flávio Itabaiana, responsável pelo caso de Flavio Bolsonaro (PL), e jamais ofereceu qualquer tipo de auxílio a qualquer pessoa durante seu governo, após vazementos de áudios atribuidos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).